Os profitentes da doutrina espírita diuturnamente se deparam com a expressão da luz como sinônimo de evolução espiritual, de amadurecimento moral ou esclarecimento da vida e sobre a vida. O evangelho segundo o espiritismo também contém elevado esclarecimento sobre o poder da luz quando no capítulo XXIV recomenda não colocar a candeia sob o alqueire. É Jesus esclarecendo à saciedade que a luz sempre deve ser colocada no alto para que todos os que se aproximam de sua cristalina chama possam usufruir das bênçãos da vida promovendo a indispensável transformação interior em direção aos páramos celestiais.
Na candeia dessa retórica, inegável a necessidade de os filhos da Potestade demonstrarem por gestos, palavras e atos, nos lugares por onde mourejam que de certa forma, todos os viandantes estão em trabalho de reforma e em constante aperfeiçoamento, realizando o laborioso ofício de irradiar a luz que lentamente acende no coração a chama do amor, da caridade e da justiça, trindade que o Cristo de Deus trouxe para que os irmãos menores jamais O esquecessem.
Sob esse díptico, nascemos para viver um momento efêmero no tempo presente, envelhecer e ao depois morrer no sentido da palavra que se emprega para o termo da existência nessa viagem pelo planeta Terra, ou na paráfrase escrita na lápide do Emérito Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, no Cemitério do Père-Lachaise em Paris. “NASCER, MORRER, RENASCER AINDA E PROGREDIR SEM CESSAR, TAL É A LEI”. Sob esses cânones, a luz do espiritismo, a verdade é incontestável e transforma-se em realidade sobre o plano da existência que recebeu as luzes do abençoado dia 18.04.1857, com a chegada do consolador prometido por Jesus, afim de que os filhos da Consciência Cósmica tenham vida em abundância. Sem contradita, diante dessa realidade, é necessário que os filhos de Deus percebam que cada uma de suas criaturas é uma essência contínua e imortal que tem vivido há bilhões de anos, na luz do brilho concedido pelo Criador, Pai Onipotente, Onisciente e Onipresente.
Nesse sentido, os filhos de Deus, são muito mais do que imagina a vã filosofia, máxime quando se indaga quem são essas criaturas, por que estão nesse planeta do Pai Celestial e qual o seu propósito e destino, diante da realidade de tantas desigualdades. Que responda os conceitos do pensador francês Léon Denis inscritos no memorável livro “O problema do ser, do destino e da dor”, ao esclarecer as celebres questões de onde vim e para onde vou, anelos que tanto a humanidade busca com sofreguidão saber.
Nessa reflexão, e na linha dos pensamentos dos estudiosos bem se vê que os filhos do Senhor da Vida não são frutos da coincidência o do acaso, e muito menos foram destinados a nascerem e existirem um tempo determinado para depois se desvanecerem. In-Veritas, os viandantes existem em suas compreensões históricas, com o propósito de adquirirem sabedoria, evoluírem, identificarem os mistérios, do onde vieram e para onde vão, consciente de que não são apenas um amontoado de massa celular cuja gênese foi uma única célula.
Se assim fosse, quem então estaria a escutar atentamente por detrás de seus olhos e qual é a essência que lhe dá unicidade, personalidade, caráter e a capacidade para amar, sonhar, e o poder de criar? Oh! Meu Deus. Não. Os filhos da potestade, são seres personalíssimos que acumulam, inteligência, conhecimento e toda a sabedoria que se manifesta, desde o berço e para todo o sempre nos cofres sagrados dos registros mnemónicos. A propósito do tema, há nos anais da historiografia mundial a filosofia do eminente francês René Descartes sobre essa verdade, apontando o caminho que se pretende ser universal ao estabelecer a paráfrase “Penso, logo existo”.
Sem contestação, tudo o que se pensa ou se é, não foi realizado em uma só existência, mas em muitas delas, porque a vida é eterna e a existência apenas o caminho da evolução, jamais a representação de um sopro na eternidade. Os viajores em estágio no planeta Terra, se levantaram em atendimento à lei do progresso, na vastidão do tempo infinito, vivendo uma após outra existência construindo a vida, bela, colorida e consentida. Nesse sentido vivendo as experiências sucessivas, conquistaram a sabedoria que forma a unicidade da vida, patrimônio e herança nascida nas mãos abençoadas do Criador.
Bem entendida a Divindade, como o Divino Jardineiro ensinou aos irmãos menores reconhecerem o Pai de amor, bondade e misericórdia, onipotente, onipresente e onisciente, é inconcebível ter a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, criado seus filhos para um momento fugidio na imensidão do universo. Oh! Meu Deus. Seus filhos agradecem a filiação Divina, cientes de que não foram criados apenas para um momento de curta duração na eternidade dos tempos imemoriais, sabem que não são apenas o corpo, mas o espírito criado sob o esplendor da beleza, como essências invisíveis, trazendo como identidade a personalidade única e inconfundível.
É nessa inimitável criação que o conduz a amar e ser essência invisível que por sua vez faz o corpo físico funcionar, os olhos cintilarem e as mãos receberem o poder de acariciarem, ofertando aos seus portadores a voz melodiosa que purifica a alma. Tudo isso se operacionaliza no corpo como uma máquina maravilhosa e refinada, funcionando em perfeita harmonia pelo comando do espírito, ser imortal e personalíssimo. Essas criaturas saídas das mãos do Criador se constituem em pensamentos, sentimentos, atitudes que por seu turno os tornam únicos, são energia, luz, repleto de emoções, no habitat da Divindade como centelha de luz viajando pela Eternidade.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -