Muito se reclama dos acontecimentos, das ocorrências do dia a dia e da hora a hora, máxime quando inditosos, de tal maneira que não raro os inconformados com os fatos infelizes, acusam a Divindade pelos descaminhos e pelas más escolhas exercidas pelas criaturas no exercício do livre arbítrio. Esse proceder, no mínimo, insensato ao fazer tábula rasa dos atos personalíssimos de que cada indivíduo, sempre foi e sempre será, o detentor da escolha para transitar pela porta larga ou estreita do caminho, estimula essa retórica lançar o olhar para a lição do conde Antoine de Saint-Exupéry, estabelecendo a máxima de que: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor. Sabe-se que um pequeno grão de alegria e esperança no coração, tudo pode transformar. Comenta-se que cada dia que nasce é como uma página em branco, para registrar mais um capítulo da existência em provas e expiações. In veritas, tudo na vida muda de aspecto quando encarado com otimismo. O Senhor da vida oferece, enquanto na Terra, dias de sol e outros de chuva. Dias de alegria e descontração para revigorar os candidatos à felicidade, e da mesma sorte, dias de dores e lágrimas, para as experiências evolucionistas.
Que não se engane os acadêmicos da grande jornada de aprendizado, porque quando das tempestades, é indispensável acender a luz interior, marca do criador existente em cada um dos seus filhos, e, ainda que seja frente às borrascas morais, será a luz da fé e da esperança que confortará os viandantes pelos caminhos das provas que os capacitará à evolução, máxime porque não resta dúvida de que quando as dificuldades batem à porta dos candidatos à felicidade, compreende-se que se está sendo submetido à avaliação para a promoção. Nada obstante, a ninguém será lícito imaginar que a escolha foi de outrem, porquanto ao pensar positivo ou negativo, mergulhar nas lamúrias ou proferir palavras de ânimo e esperança, externando-se de maneira a abrir feridas na alma de quem ouve o discurso ou dulcificar a sua mensagem em nome do amor é tarefa personalíssima.
Vale trazer a colação nesse ensejo os ensinamentos do criador da Psicologia Analítica, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, considerado o “príncipe herdeiro da psicanálise”, o conceito de que “Aquele que olha para fora sonha. Mas o que olha para dentro acorda”. Sem contradita, bem se vê que, Jung está com a razão, na metáfora, que concita as criaturas a olhar para dentro a fim de acordar e entender a sua responsabilidade diante da vida, o que implica em outras palavras também na reflexão sobre o despertar do espírito para a sua natureza, sua eternidade, seus propósitos e o seu destino em direção às estrelas.
Muito se diz, alhures e algures, que a vida está a desgoverno, que os crimes tomam conta da população, que as barbáries estão presentes no seio da sociedade, e toda sorte de delitos, plantam como erva daninha na alma dos viajores, a desilusão, o desânimo e a desesperança. Apesar dessa realidade, momento de aprendizado e prova, a verdade, é que as criaturas no exercício de seu livre arbítrio escolhem a direção a seguir e as palavras, sentimentos e pensamentos para a construção de um mundo melhor, o que não deixa dúvidas sobre os ensinamentos do Homem de Nazaré, ao asseverar em sua imorredoura didática: Vós sois Deuses.
Com essa reflexão, não resta dúvida de que hoje, o tempo do verbo presente, é nova oportunidade de melhorar a maneira de sentir, pensar e falar e buscar a felicidade. Pôr de lado a solidão, procurando a aproximação de quem precisa de atenção especial, seja na caridade de um agrado, seja ofertando um bom dia lhanozo, sorrir com simpatia é procedimento evangélico ao tratar o próximo como gostaria de ser tratado, porque hoje é o dia da vitória na apoteose da alegria na prática do amor e da caridade.
O início desse procedimento é sempre com pequenos gestos, passos e comportamentos, até em respeito à máxima da sabedoria popular que de grão em grão a galinha enche o papo. Começa-se fazendo um pouco e logo se realiza muito. Com esses sentimentos d’alma, quando a tristeza invadir as emoções mais profunda d’alma, levanta-se os olhos para o infinito e se vê o espetáculo do sol ou da chuva estimular os viajantes das estrelas em todo o seu esplendor. Ouça-se o canto da passarada que desde os primeiros cicios da manhã, desperta e louva a Deus com seus gorjeios. Contemplar o orvalho que beija as flores, segredando-lhes notícias do dia que se espreguiça tentando despertar, é de bom alvitre, ainda que o coração esteja enlutado pela ausência de um amor, pela partida de um ser querido, ou pelo ultraje sofrido, a natureza dirá que é tempo de abandonar os abrolhos do caminho.
O sol é o mensageiro de vida que dá um espetáculo radioso todas as manhãs, inscrevendo no céu o autógrafo da Divindade, enquanto uma enorme plateia dorme o sono de Morfeu, sem se dar conta de que os raios da estrela de quinta grandeza despede as trevas para que a escuridão se recolha no seu tempo. De outro lado, a chuva generosa penetra a terra e pode-se ouvi-la fortalecendo a lavoura e repletando os reservatórios da humanidade desse líquido precioso.
Em verdade, cada dia é uma mensagem de renascimento. Cada dia se esmera em ser diferente do anterior, porque Deus é, de tal forma, insuperável, que não se repete. Por isso Ele não reprisa as cores da madrugada, nem envia as mesmas gotas de chuva para abrandar a sede das matas. Tudo é novo, a cada dia. É dever dos candidatos à felicidade absorver essas oportunidades, revigorando e vivendo com alegria, esperança e amor, porque a visita da dor é passageira e tudo passa, diz o benfeitor da humanidade Emmanoel e o céu jamais permanece obnubilado.
Agora é a hora de se viver intensamente, de conquistar virtudes, de aprender mais, de usufruir das amizades generosas, se sentindo em paz com a condição de herdeiro do universo. Não se pode permitir deixar passar em brancas nuvens a chance de viver mais um dia de oportunidades, sobre este bendito planeta azul que o amor de Jesus construiu sob o comando da Divindade, preparando-o nos mínimos detalhes para as Suas ovelhas, conscientes de que nem sempre se possui tudo o que se deseja, mas com certeza, se tem tudo de que se precisa para a bela jornada de evolução que ilumina os caminhos para os esplendores celestes.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -