Todas as pessoas têm o hábito de registrarem os acontecimentos da existência, procurando conservar com isso os momentos vividos na ribalta do tempo, para poderem rever essas ocorrências. É interessante observar que nesses registros encontra-se uma das causas pedagógicas do perdão ensinado pelo Cristo de Deus, porque quando perdoamos as ofensas, ou se auto perdoa, ao rememorar os acontecimentos transatos, vem a memória o sublime momento de alegria pela prática do bem viver, não armazenando ódio, raiva e rancor nos cofres do coração, que a exemplo do ácido, coroe a felicidade que as criaturas de Deus são destinadas.
Da mesma sorte, quando a recordação dos fatos e ocorrências pretéritas agradáveis, tais como os momentos de colação de grau, do nascimento dos filhos, netos, comemoração de aniversários e data de casamento, tudo enfim que traga alegria, os corações enternecem-se e entram em festa, revivendo o júbilo proporcionado pela vida, bela, colorida e consentida.
É dever dos filhos da Potestade, no apagar das luzes do ano em comento, que os viajores em provas e expiações, ao realizar o checklist das atividades do ano que se finda, apesar de parecer insólito, medite com serenidade sobre o fato constrangedor do comportamento dos irmãos em desalinho, no dia a dia de provas e experiências que a vida oferece aos que transitam por esse mundo de provas e expiações. Oh! Sim, não se nega que incontáveis viajores, têm pressa em tudo que faz. Há criaturas incapazes de oferecer um bom dia, boa tarde, em cumprimento social com a calma que acalenta os corações dos justos.
A azáfama parece ser a dona das vidas dos caminheiros em trânsito no planeta Terra, porque os viandantes estão sempre “correndo” para lugar nenhum. É um péssimo hábito não se ter hora para nada, razão porque o adágio popular assevera que o “tempo passa depressa demais” e quando menos se percebe, lá se foram incontáveis anos da existência.
Esse proceder causa arrependimento por não se ter realizado alguns sonhos e agora se julga ser tarde demais para iniciar um novo projeto de vida, pretexto que dá origem a um complexo de culpa estiolando o espírito imortal.Oh! Meu Deus. Não importa a hora. Qualquer hora é hora de mudar, de recomeçar, é hora para se meditar sobre os propósitos da existência, não importando quantos degraus sejam necessários vencer para se estabelecer novas e judiciosas maneiras de enfrentar o bom combate, no dizer do Apóstolo Paulo aos Coríntios. Serão sempre novos rumos na caminhada da existência.
Sem dúvida, o caminho tem que ser percorrido pelos interessados e ninguém poderá substituir os candidatos à felicidade. Nesse sentir, as pedras ou flores que surgirem pelas veredas da existência, serão consequências das ações praticadas pelos seus autores e a cada um dos viandantes será oferecida a liberdade de escolha para adentrar pela porta larga ou estreita, exercitando a opção pelo instrumento do livre arbítrio. É certo que as criaturas dizem em alto e bom som: “Eu desejo isso ou aquilo de livre e espontânea vontade”, e dependendo da escolha, inadvertidamente se pode desfrutar de uma falsa felicidade com momentos de intensa alegria.
Da mesma forma se pode ver a vida pautada nos sonhos sem esforço do trabalho, com uma falsa sensação de se sentir realizado nos compromissos assumidos na ribalta da vida. Isso é verdade, pois ninguém ainda está perfeito, mas estão todos engajados nos projetos da perfectibilidade, razão porque a correção de qualquer imperfeição pode e dever ser realizada em caráter de urgência e com boa vontade. No trajeto da autocorreção, há centenas de oportunidades para realizar o projeto de bem viver, trabalhando ao lado daqueles que lutam por um mundo melhor, com justiça, amor e caridade, lei pétrea que o Homem de Nazaré trouxe à humanidade objetivando separar as pedras do caminho que ali estão como professores cobrando o bom comportamento.
Por isso, no relógio que marca o tempo, deve estar inscrito nas crônicas dos corações amorosos a anotação que guarda no cofre dos procedimentos pulcros do checklist, o compasso dos sentimentos, a fraternidade, a afabilidade. Não que o trabalho do dia a dia e da hora a hora não mereça consideração e absoluta atenção. Sim. Merece. O trabalho é uma das leis naturais da vida. Pelo trabalho o homem supre-se do necessário e se desenvolve o intelecto cumprindo destarte uma das dez leis de Deus.
O que se cogita é a forma como se deve proceder nas relações humanas. O tempo é o mesmo. Ao telefone, se vai depressa despejando os assuntos no ouvinte e via de regra o tom da voz endurece os corações tornando difícil o diálogo. É lugar comum, as pessoas atenderem um telefonema sem as premissas da cortesia e do trato social, olvidando a cordialidade aqueles que estão no outro lado da linha, e, com calma, possuidor das experiências da vida, conviver em sociedade de forma fraterna, interrompendo o diálogo e dizer ao interlocutor em tom fraterno o seguinte:
Querida(o) por favor, qual o seu nome? De posse dessa identificação, trata-la pelo nome dizendo-lhe, primeiro lugar, desejo um bom dia e uma semana de muita paz. Não se esqueça, os problemas vão existir sempre, pois faz parte da cesta básica da vida, mas desejo que você tenha uma semana repleta da paz de Jesus. A partir desse momento o diálogo passará a ter o caráter saudável das relações humanas.
Por isso será possível cogitar, o susto que o interlocutor terá nessa situação sendo possível que ele interrompa o diálogo atônito, retome o fôlego e diga com a voz suave: obrigado, que Deus o abençoe também. Essa postura leva apenas segundos, contados no relógio da vida. Ao depois, tratamos dos negócios e tudo fluirá com suavidade que marca aqueles que estão atentos as lições de Jesus para terem puro os corações.
No checklist do relógio do coração pode-se anotar a inesquecível mensagem do Divino Pastor das almas, quando cumprimentava os irmãos menores, dizendo: “eu vos dou a minha paz” e quando as deixava despedia-se dizendo: “eu vos deixo a minha paz”. A paz de Jesus não é fácil de obter. Não se compra em shopping, não se negocia e não se troca. É conquista. É trabalho árduo. É o despertar do espírito. Nos apontamentos de fim de ano, há que se reconsiderar sempre as posturas inadequadas dos meses que se passaram e sem sentir-se humilhado, mudar a conduta quando imprópria. Somente quem admite os enganos, descuidos ou erros será capaz de começar a crescer a partir dessa pontaria para mutação. Existe grandeza moral em quem, ao identificar o próprio erro, procura corrigi-lo.
Não mantenhas posições adotadas por mera teimosia. Quando inspirados pelo bom-senso, aceita, sim, argumentos que contrariem os teus. Não há ninguém que esteja com a razão absoluta em coisa alguma. Por esses motivos, quando chega a oportunidade de anotar em revisão, quando o relógio do coração toca, é tempo para esse propósito. Abaixo do céu há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de chorar e de rir.
No relatório constante no coração, o relógio mostrará os sentimentos mais puros d’almas. Falará das paixões, dos amores, das alegrias e das tristezas e sobretudo falará do Senhor da Vida e dirá que Ele nos ama e nos oferece o que há de melhor enquanto aguarda o nosso despertar como espírito para alcançar os páramos celestiais. Ele estará sempre conosco. Ele não nos abandonará jamais e tudo o que desejarmos, nós o teremos, basta decodificar as lições do Celeste amigo. Pedi e Obterei, Batei e a Porta se Vos Abrirá. Sentindo as anotações dos corações que bate no compasso da vida se vê que a existência é bela, colorida e consentida.
Com esses registros do tempo, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade em nome do Divino Galileu, com votos de um ótimo final de semana.
- Do amigo fraterno de sempre -
- Jaime Facioli -