No alvorecer do mês de dezembro, no calendário civil, desde o marco da história que dividiu o glorioso acontecimento da vinda ao orbi do modelo perfeito a ser seguido pelas criaturas de Deus em crescimento, os seres humanos literalmente parecem que despertam para a realidade da vida, abrindo espaço em seus sentimentos para abrigar na pureza da palavra, com maior intensidade os ensinos do Divino Jardineiro. Sob o fluxo do bálsamo do amor e do suave perfume de Jesus de Nazaré que à semelhança das gotas de orvalho, caem suavemente sob a atmosfera do planeta Terra, transformando os corações e os predispondo à generosidade, ao perdão, à tolerância, com grande ênfase para a virtude da caridade, leva-se a todos os rincões do planeta destinado às provas e expiações, o sustento d’alma e os alimentos para o físico, capazes de dar lume aos fogões antes escurecidos e sem comida para a manutenção do corpo físico.
É como se fosse a primavera do estertorar do mundo de prova e expiações em metamorfose para o mundo de regeneração que já se iniciou e para onde os aprovados na universidade da vida poderão colar grau e gozar do tempo necessário para o repouso e novos aprendizados na prática do amor seguindo no rumo das estrelas. Nesse sentir, é tempo de fechar a contabilidade do ano, razão do inesquecível poeta da vida, Carlos Drummond de Andrade, cantar em alto e bom som seus versos de amor alçando voo libertando a alma para o entendimento da Misericórdia do Senhor da Vida, declamando:
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.”
De fato, é hora da realização do balanço das atividades profissionais, educativas ou familiares, sabendo-se que o Senhor da Vida, dividiu o tempo terreno em fatias pluri reencarnatória para facilitar o recomeço pela trilha correta ao enfrentar um problema de cada vez, buscando em cada prova a solução adequada ao atendimento da lei de progresso. Sob o fluxo dessa oportunidade, realizando o “checklist”, na necessária avaliação dos atos do ano que se esvai, consta o questionamento oportuno: será que sob os ditames da Lei do Trabalho se cumpriu os deveres? Junto à família, oficina destinada aos serviços de elevação espiritual, ao perdão, ao auto perdão e o exercício do amor em plenitude, será que se obteve sucesso pondo em prática a paciência, a tolerância e se laureou silenciosamente nessa missão? No seio da sociedade onde se moureja, será que se foi digno do exercício da cidadania ou se enveredou pelas ruelas a sorrelfa pelas veredas escuras do crime, da mentira, do favoritismo, do despotismo?
Nessa avaliação, será que haverá atenuantes nos procedimentos adotados, outorgando carta de alforria para receber o diploma de vida, digno de um filho de Deus, cumpridor das imutáveis leis e procedimentos? Oh! Meu Deus. Será que o balanço fechará sem estar no vermelho e na coluna de crédito haverá quantidade suficiente de amor para se laurear com louvores? Cada um dos filhos da Consciência Cósmica, Senhor absoluto do Tribunal de Justiça de suas consciências é que fará o recenseamento necessário. Não será lícito alegar ignorância quanto a atenuante que tenha possibilitado chegar ao final do ano, sem saber a ferramenta cujo uso concede a paz que tanto desejam os espíritos para palmilhar com luz os caminhos do reto dever cumprido.
O amor na excelência da palavra é tudo que se há de ter durante o exercício a se findar, porquanto o amor tem códigos de bem viver, e essa é a maneira do mundo se enganar de festas, luzes, cumprimentos e votos de felicidades, com o objetivo de comemorar o nascimento daquele que trouxe à humanidade o ícone a ser seguido – o amor em plenitude.
É época de abrir as portas dos guarda roupas, tirar as vestimentas “velhas” que serão novas para os irmãos necessitados. Também é época de subir os morros da vida levando a cesta básica, junto ao abraço de solidariedade. Parar com as guerras de qualquer natureza. Conversar com os doentes, os necessitados, ouvir e aconselhar, tudo em nome do amor na excelência da palavra. Em verdade, é hora de meditação, de encontra-se com o modelo e guia da humanidade, para homenageá-lo e pedir forças para a jornada da vida, afim de que se possa viver e amar na excelência da palavra, porquanto nas almas amorosas experimentam a convicção de que seguindo as pegadas de Jesus, a razão indicará o rumo das estrelas, como escreveu outrora a pena abençoada nas mãos de Francisco Candido Xavier, na inesquecível retórica de Emmanuel. In: Esperança e Luz trazida à colação:
“Quanto mais avança o Tempo nas trilhas da História, apartando-se lhe da figura sublime, mais amplo esplendor lhe assinala a presença. Ele não era legislador e a sua palavra colocou os princípios da Misericórdia nos braços da Justiça. Não era administrador e instituiu na Caridade o campo da assistência fraternal em que os mais favorecidos podem amparar os irmãos em penúria. Não era escritor e inspirou e ainda inspira as mais belas páginas da Humanidade.
Não era advogado e ainda hoje, é o defensor de todos os infelizes. Não era engenheiro e continua edificando as mais sólidas pontes, destinadas à aproximação e ao relacionamento entre as criaturas. Não era médico e prossegue sanando os males do espírito, além de suscitar o levantamento constante de mais hospitais e mais extensas obras de benemerência, capazes de estender alívio e socorro aos doentes. Ensinou a prática do amor, renunciando à felicidade de ser amado.
Pregou a extinção do ódio, desculpando sem condições a todos aqueles que lhe ultrajaram a existência. Não dispunha dessa ou daquela posse, na ordem material dos homens, e enriqueceu a Terra de esperança e de alegria. Não viajou pelos continentes do Planeta, mas conversando com alguns necessitados e desvalidos, na limitada região em que morava, elevando constantemente os destinos da vida comunitária.
Embora crucificado e tido por malfeitor, há mais de vinte séculos, quando os povos tentam apagar-lhe os ensinamentos, a Civilização treme nas bases. Esse homem que conservava consigo a sabedoria e a beleza dos anjos, tem o nome de Jesus Cristo. O seu imenso amor é a presença de Deus na Terra e a sua vida é e será sempre a luz das nações”.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -