Aproxima-se como uma flecha ligeira o final do ano civil, literalmente é o estertorar do ano de 2016, e nessas ocasiões, os viajantes em trânsito pelo belíssimo planeta Terra, em provas e expiações, num passado não muito distante, levado pelos atavismos da existência, acreditavam que o mundo não passaria do ano mil e ao depois alegavam que o mundo como se conhece, se destruiria não chegando ao ano 2.000. Passadas incólumes essas datas, os adeptos do misticismo adotaram nova versão, desta vez, prevendo catástrofes sem precedentes para o “fim” do mundo em 2012, sob o mau augúrio das catástrofes, propagando a crença da extinção da humanidade para 2012. Como se vê nos registros da história da humanidade, nada disso aconteceu, mesmo levando-se em consideração os chamados “paranormais” sedimentaram seus receios no Calendário Maia para a previsão desarrazoada.
Desalinho dessa natureza está desfocado da verdade, pois aqueles que não procuram estudar as questões transcendentais, se dignando ao exame da criação do Universo, pelo Criador incriado, isto é, aquele que existe sem ter sido criado, sem ter tido princípio, em última análise, Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, ainda que se considere o ponto de vista dos panteístas, crendo que Ele seja o próprio Universo, certamente desarrimam-se da verdade objetiva.
Nesse sentido, não será reprochável afirmar que aqueles que têm essa visão, não chegam ainda a saberem que todas as criaturas são filhas do Criador, sendo possível se conjeturar que as preocupações maiores desses irmãos vivem na consciência do sono, conectados com as coisas da materialidade; não aprenderam a vislumbrar o futuro como proposta de vida. Nada obstante, o Homem de Nazaré na sua retórica de vida, falou do futuro, do porvir, do amanhã, como a obra da criatura, ínsita no imo de seu espírito como essência da vida, para o seu progresso, não cansando de pregar que todos são responsáveis pelo seu castelo no futuro.
A respeito do tema em apreço, notória é a lição de Antoine Saint Exupéry, poeta do século do iluminismo ao dizer: "Tu serás eternamente responsável por tudo o que cativas". Equivale a dizer que cada filho de Deus, ser personalíssimo, tem o dever como arquiteto do futuro de construir seu castelo, sua alegria e felicidade, não sendo lícito esperar que os outros realizem os programas individuais da existência em provas e expiações, para os candidatos à felicidade, máxime sob a orientação do Celeste Amigo, de que as criaturas podem fazer tudo o que Ele fez, porque são Deuses lecionando muito claramente que: "Tudo que faço, vós podeis fazer e muito mais".
Nesse caso, será preciso um esforço inaudito para se alcançar a apoteose da prosperidade material e espiritual, máxime porque as ferramentas necessárias a esse mister, a terra para arar, os equipamentos indispensáveis para o cultivo das tarefas e dos projetos para a realização dos sonhos e dos planos traçados na pátria espiritual, tanto como a orientação espiritual oferecida pelos arautos do bem, não faltam e são fornecidas a mancheia a título não oneroso pelo Senhor da Vida.
Com fulcro nesse vasto e riquíssimo material e orientação fornecidos, há sem dúvida, a oportunidade de se plasmar os ideais anelados para que possa caminhar pelas veredas da esperança, a encontrar a felicidade. Provavelmente por isso o poeta de outrora, na melodia inesquecível de John Lennon, propõe que imaginemos tudo o que nosso coração pede e nosso espírito deseja com sofreguidão, no interesse da paz interior que há que se estabelecer nas existências dos candidatos à felicidade. Oxalá esses sonhos pulcros sejam capazes de edificar na oração do silêncio, colhida de Silvia Schmidt, o projeto de fé e esperança no Senhor do Universo, dizendo:
“Pai, que hoje eu possa saber fazer silêncio! Que os maus pensamentos se calem e que os meus ouvidos sejam surdos para más palavras e maledicências. Que os meus olhos possam enxergar apenas o Bem em todas as coisas por pior que elas pareçam. Que o meu ego se emudeça e se afaste de julgamentos e condenações. Que a minha alma se expanda e tenha compaixão por todos os seres vivos. Que em meu silêncio eu veja que há tempo para fazer preces pelos que já se foram. Que eu consiga perceber cada recado Teu através das Tuas criações. Que eu compreenda que a Tua voz é a única que me sopra a Verdade nas 24 horas dos meus dias. Que eu ouça em cada minúsculo ser a grandeza da Tua obra. Pai, que hoje eu possa saber fazer silêncio! Que eu saiba calar na hora exata e nessa hora lembrar-me de observar que na melodia da Vida prevalece a Tua arte e, que em meio a qualquer som, Tu sempre soarás mais alto e jamais hás de calar-Te.”
Com esses propósitos, imaginamos que cada criatura pode iniciar a edificação de seu castelo particular, plasmando no imo de sua alma à vontade de construir a felicidade, no presente e no ano que se aproxima, manutenindo o romantismo, valendo-se do perfume das flores que embelezam o altar da natureza, sem se preocupar com os acúleos que protegem e ensinam nas existências das provas e das expiações. Oh! Meu Deus. Anela-se que nesse sentir do espírito, a serenidade seja o ícone das provas na academia da vida, mantendo-se vigilante nos propósitos nobres pelos quais as criaturas são agraciadas pelo Criador, não se permitindo perder a esperança e a vontade de viver, consciente da fé depositada nos recônditos d’alma pela Consciência Cósmica.
Quando as luzes do ano começam a se apagar para dar oportunidade ao novo ano que vai nascer, há que se concluir os projetos em andamento, e, projetar os novos programas de vida de todo jaez, com a gestão de qualidade ISSO 9000 e 9001 normatizando os programas que se dignificam no berço dos corações amorosos, gravando a marca indelével do crescimento, no homem novo, porque o homem em evolução se conhece pelos amigos conquistados no presente, em detrimento aos inimigos inadvertidamente construídos no passado comprometido.
Sob esse foco de luz, no novo alvorecer que se aproxima, jamais se pode olvidar de ajudar ao irmão de caminhada, atentos aos itens do novo programa em elaboração, nas judiciosas lições do Rabi da Galiléia, sob o díptico da retórica do Messias: "Toda vez que fizeste a um desses pequeninos é a mim que o fazeis". Em hipótese alguma, perder o senso de justiça, como depósito de ouro do reto proceder, assim, manter o amor pela família e a alegria de viver a vida que é bela, colorida e consentida, será projeto de amor para se plasmar o futuro de paz.
Com esse discurso, se anela que todos os viajantes em trânsito pelo planeta Terra, ora em provas e expiações, arquitetos do futuro, em busca dos esplendores celestes, mantenham a esperança que convida para escolher o caminho da felicidade para alcançar os páramos celestiais, porque o homem é o que pensa e se insistir em pensar no mal, na dor e na doença, como imã se atrai esses desaires. Daí a boa política é pensar na saúde, na alegria, e na prosperidade o que dará o rumo certo das provas. Afirmar sempre que é, e se sentir feliz, deixando-se invadir pela amorosa presença de Jesus de Nazaré, ver-se-á que as dores passarão e a saúde se consolidará, vindo de acréscimo a felicidade do otimismo ensejando permanecer cada vez mais ligado ao Pai Celestial.
Com votos de um final de semana na paz de Jesus, rogamos ao Senhor da Vida que se possa sedimentar os novos projetos em construção, recebendo os eflúvios do Homem de Nazaré, ao ensejo da efeméride que dentro em breve a humanidade irá render-lhe as justas homenagens, demonstrando o afeto, carinho, amor e consideração as suas imorredouras lições, valorizando a vida que é bela, colorida e consentida.
Do amigo de sempre.
Jaime Facioli