A virtude do amor decantada em prosa e verso pelos poetas, desde os tempos imemoriais, tecendo loas ao sentimento d’alma, sempre foi motivo de alegria às criaturas vocacionadas para o reto cumprimento dos deveres a que estão submetidos os filhos da Consciência Cósmica. Bem por isso, infindáveis conceitos e definições já foram traçados na linha do tempo para bem caracterizar as lições do Divino Pastor das almas, nas bênçãos da Lei de Amor, de Justiça e de Caridade.
Nesse sentir não será reprochável asseverar, que o amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre os seres que possuem a capacidade de expandir essa virtude, que impulsiona a proteção aos que transitam pelo planeta de provas e expiações, manifestando-se na forma de amor materno, paterno, amor entre irmãos (fraterno), amor físico, amor platônico, amor à vida, amor pela natureza, amor pelos animais, amor altruísta, amor próprio, e por esse viés se vai em busca das definições que melhor se ajustam a essa nobilíssima virtude.
Lançando o bisturi do estudo sobre o tema, na gênese da palavra “amor”, verifica-se que ele nasce do latim “amor”, e outrora, tanto como agora, tinha o mesmo significado de sentimento de afeição, paixão e grande desejo. Por isso definir o termo não é tão fácil como pode parecer, pois para cada criatura, o amor pode representar algo diferente.
Alguns filósofos no curso da história da humanidade definiram o amor de uma forma épica. Daí o amor físico ou Eros, representa o amor entre casais, sentimento que envolve uma forte ligação afetiva e, em geral, uma ligação de natureza sexual, simbolizado através do desenho de um coração e o cupido a figura mitológica que personifica o amor.
O amor provoca o entusiasmo, também chamado por alguns de “Elã” da vida, ou “elã” vital, expressão de origem francesa (élan vital) que foi utilizada por Bérgson para designar um impulso original de criação de onde provém a vida, resultando na filantropia, o interesse em fazer o bem aos irmãos de jornada, o amor à natureza, aos animais e assim sucessivamente.
O amor a Deus e ao Divino Pastor, demonstra à saciedade uma ligação de caráter religioso, um sentimento de devoção e adoração, como o autêntico ágape da existência, ou sob outras palavras, o amor doação incondicional e a entrega dos sentimentos em plenitude. O amor conhecido como Ágape, é incondicional, único e impossível de ser descrito com absoluta exatidão e se constitui em mandamento das religiões.
Sob esse arrimo, válido pois o questionamento que se faz alhures e algures, sobre o que afinal de contas é o amor. De um modo geral, amamos a quem nos ama, a pessoa que sorri nas manhãs e nos segura a mão na noite das amarguras. Amamos os filhos biológicos e aqueloutros denominados filhos do coração, que nasceram de outro ventre e fomos resgatar para lhes ofertar a dádiva da alegria na caridade benfazeja.
Amamos os familiares. Dividimos afeições com amigos da infância, da juventude, dos tempos atuais. Ofertamos afeto a colegas de trabalho com os quais ombreamos dificuldades e compartilhamos os sucessos. No caminho do amor, há também uma trilha com incontáveis ocorrências que levam a barca do matrimônio a sofrer avarias e acontecem as separações, deixando rastro de mágoas dos dois lados da relação rompida.
É de bom alvitre anotar que, cada qual, ao se consorciar, idealizou o melhor para si naquele relacionamento, e, quando chega a tempestade da separação o que era dedicação se transforma em desavença e o que era interesse se dilui em uma raiva surda, porque, de um modo geral, quando a infelicidade alcança os candidatos à felicidade, os viajores em trânsito pelo planeta Terra, elegem culpar uns aos outros, olvidando que a ninguém será justo atirar a primeira pedra, sem se considerar responsável por uma parcela de culpa, porquanto juntos se idealizou o conto de fadas e juntos não se conseguiu construir e manter o reduto sagrado do lar, doce lar.
De qualquer sorte há casais que ao se separarem, encontram com a virtude do amor, esperançosos de que seus compromissos assumidos na pátria espiritual se destinavam apenas a esse período de convivência.
Nesse sentido, adotando atitude retilínea na separação dos laços materiais, agem de forma cordial, entregando a cada um o que é seu, comportamento pulcro que alforria manter-se após a experiência de vida conjugal, um relacionamento saudável com a família, conseguindo a paz com os filhos e todos os integrantes do clã, sem guardar mágoa, raiva, rancor, caminhando pelo resto das existências com o amor fraternal, obedecendo os ditames dos ensinamentos de Jesus para amar ao próximo como a si mesmo.
Em casos dessa natureza, alguns, vão além do respeito para com o novo cônjuge do outro, ofertando amizade, máxime quando existem filhos e surge a figura do padrasto ou da madrasta, assumindo em muitas horas, pela convivência mais próxima, o papel de pai ou mãe.
O encontro com a virtude do amor, para bem sedimentar a retórica em apreço, da azo a se recorrer ao fato verídico colhido nas páginas da redação do Momento Espírita, com base em nota do site www.globo.com, de 30.9.2015, nesta relatado ao sabor da emoção do articulista, dispondo que:
No casamento de Brittany Pack, de vinte e um anos, em Ohio, nos Estados Unidos, relata-se um episódio de conhecimento de um pai pelo padrasto de sua filha, verdadeiro encontro com a virtude do amor sem fronteira, quando Todd Bachman comoveu os familiares e todos os internautas, ao redor do mundo, com sua atitude, pois a fotógrafa Delia postou as fotos do acontecimento de verdadeiro amor no facebook.
O episódio anota que durante o cerimonial em que se conduzia a filha para entregá-la às mãos do noivo, houve esse encontro com a virtude do amor, numa atitude emocionante, vertendo as lagrimas lhanozas de quantos se faziam presente nos acontecimentos do enlace do jovem casal.
A marcha nupcial foi interrompida, porque o padrasto da filha, tomou pelas mãos o pai biológico da noiva e caminharam juntos com Brittany até a frente do altar, em que se realizaria a cerimônia.
Foi assim que, a jovem nubente foi acompanhada por quem lhe dera a vida física, seu pai biológico, que mesmo após as experiências do rompimento transato, continuou a amá-la. Da mesma sorte, manteve a chama do amor por aquele a quem por anos incontáveis, desenvolvera o ágape em plenitude, sustentando-a, cuidando de sua saúde, levando-a para a escola, vivenciando, enfim, seu dia a dia, com ternura e atento as lições do Divino Jardineiro, para amar ao próximo como a si mesmo.
É relato verídico que o padrasto, Todd Cendrosky, diante dos acontecimentos, tomado de forte emoção, foi às lágrimas e, ao ser entrevistado, disse: Quando Todd pegou a minha mão, e me permitiu dividir a caminhada com ele, foi o melhor momento da minha vida. O pai da jovem explicou que reconhecia que o padrasto fazia parte da vida de sua filha e por isso, achava justo que ele estivesse ao lado dela, naquele momento especial.
Em síntese apertada, é crível dizer que o encontro da virtude do amor tem momentos marcados com as cores desenhadas no céu pelos pinceis e tintas do Criador, indo muito, mais muito além de se dizer eu te amo ou oferecer presentes e declarações de bem querer para atender as conveniências sociais.
É preciso o autêntico encontro com a virtude do amor, ao estar ao lado de quem se ama, participar de momentos agradáveis e desagradáveis, se preocupar com os sentimentos do outro. O encontro marcado com a virtude do amor é extraordinário sentimento que traduz vida plena e rica, com gestos inusitados, atitudes altruístas, emoção e alegria sem limite.
Ponto finalizando, recebam os amigos o osculo da fraternidade depositado em seus corações em nome do Divino Jardineiro, com votos de um final de semana e muita paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli