Há uma natural curiosidade nos seres humanos em trânsito por esse planeta de Deus realizando as provas e as expiações, espicaçados que se encontram para saberem o que os aguarda no futuro sobre a felicidade, infelicidade, alegria, tristeza, casamentos, separações, fortuna ou pobreza, tudo excitando o imaginário dos viajores pelo planeta Terra.
Essas criaturas buscam as cartomantes na procura açodada em tentativa de saberem o encadeamento de fatos, supostamente, fatais ou alvissareiros, senão em síntese apertada, procuram entender as circunstâncias favoráveis às pessoas ou coisas do futuro ou as ocorrências do pretérito.
Para os que assim entendem, o acaso é responsável por todos os acontecimentos e ocorrências, sendo o sortilégio uma entidade misteriosa que determina as vicissitudes da vida ditando o destino das pessoas ou das coisas para se chegar a um determinado objetivo.
Em verdade, sabem os profitentes da vida, que o acaso não existe e tudo, absolutamente, tudo está determinado pela Providência Divina, através das leis naturais, obra da Potestade, onipotente, onipresente e onisciente, sem embargos dissidentes, a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, sob a égide da questão número um de “O Livro dos Espíritos”.
Sob esse espeque, há incontáveis candidatos a felicidade em trânsito pelo maravilhoso planeta de provas e expiações, interessados, sinceramente, em saberem se há ou não há a predestinação, valendo dizer, os seres dotados de poderes especiais a quem o Senhor da Vida teria concedido a prerrogativa de conhecerem o futuro e fazerem previsões das ocorrências que estão por vir, beneficiando este ou aquele, em prejuízo ou não de outrem.
Não. Não existe a predição e, nesse sentido, acontecimento como o cataclismo, dissidências do Estado Islâmico, impedimento de um presidente da República, em qualquer tempo ou lugar, as barbáries de todo jaez, são as respostas da natureza a agressão sofrida, com gênese nas escolhas que realizam os habitantes do planeta Terra, em pleno exercício do livre arbítrio.
A essas opções que resultam das causas e aflições do presente, na dicção de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” somam-se os comprometimentos do passado delituoso, preferência de aprendizado que se faz para evolução das criaturas se libertarem das algemas do passado comprometedor, razão porque o Divino Galileu ensinou utilizar o instrumento do perdão como forma de catarse em busca da paz.
Sob esse díptico, não resta dúvida de que nenhum dos filhos de Deus está predestinado a suportar dores excruciantes ou obedecer a um programa de vida como se fosse uma máquina. In veritas, os filhos de Deus têm o livre arbítrio para decidirem os rumos de suas vidas, elegendo nos limites das balizas da moralidade, da ética e do bem proceder, segundo os ditames da consciência, repositório das Leis Divinas, anotado na questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, o que se deve fazer e como realizar os projetos que os corações vocacionados para as bem-aventuranças anelam a todo tempo e lugar.
O Senhor do Universo, o Pai celestial, oferece em verdade as oportunidades redivivas de seus filhos decidirem os caminhos a seguir e não predestina a nenhum deles com privilégios ou bênçãos especiais pois são todos iguais sob o pálio das questões 115, 133 e 803 do códex em apreço.
Nesta retórica, se, a opção for pela porta larga, criam-se oportunidades de furtar, de roubar, matar, violar os direitos do próximo, enfim escolher as veredas que causam acúleos e dores das mais pungentes.
Se a predileção for a entrada da porta estreita, certamente, ter-se-á que realizar reformas interiores que possibilitem o abandono do tabagismo, do álcool, dos maus procedimentos, os comentários desairosos sobre o vizinho, o governo, os amigos de trabalho, tanto como o abandono a infidelidade de qualquer natureza, substituindo as palavras amargas pelas dulcificadas sempre na compreensão de que a ninguém será licito atirar a primeira pedra consonante ensinou o homem de Nazaré.
Na reforma interior em andamento, há que se iniciar de imediato, na prática do perdão das ofensas procurando a todo custo ser manso e pacífico, máxime no exercício da caridade em toda a sua contextura, virtude que aproxima as criaturas ao Criador.
Sem contradita, os candidatos à felicidade, indistintamente são resultados das decisões tomadas na ribalta das existências, colhendo hoje o seu plantio e semeando as atitudes cujos resultados obterão no futuro, como arquitetos dos projetos radiosos ou desditosos os frutos a serem extraídos nos ramos da árvore existencial que se convencionou chamar de "minha vida".
Em verdade, se tem a oportunidade de escolha até para reencarnar, com honrosas exceções das reencarnações compulsórias, são as criaturas que escolhem os pais e o lugar que necessitam nascer para haurir a possibilidade de vida que melhor se ajuste ao indispensável progresso e, é bem por isso, a luminosa lição de Joanna de Ângelis afiançando, “Ipsis verbis” que “Deus te colocou no melhor lugar para o teu progresso moral e espiritual. O Lar que tens, o trabalho em que te encontras, a cidade onde resides, são oportunidades de treinamento para a tua evolução. ” (Fonte: Google)
Nesses considerandos, a predestinação, também chamada de destino nada tem a ver com o tema em apreço, e muito menos oferece subsidio para as chamadas desditas ou sucessos como se fora o rei da Frigia, região da moderna Anatólia na Turquia, personagem da mitologia grega, o Rei Midas que em tudo que tocava virara ouro.
Por isso, no momento em que se escolhe ser médico, em tese, abre-se mão de ser paracleto ou piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será impossível se conciliar com a arquitetura. São propostas de vida para a escolha dos filhos de Deus, oferecendo diversos caminhos que o destino pode levar, dependendo da opção e do reto proceder, ou das vias obnubiladas, ao lugar de paz ou de tormento, sendo crível afiançar diante da Lei de Progresso, a que todas as criaturas estão submetidas para a sua evolução pelas leis universais, única fatalidade existente na vida e, esta é sem dúvida, o porto seguro dos parámos celestiais.
Inegável que se fosse facultado prever o futuro, é verdade que se evitariam os erros, pedagogia da vida para acertar os passos no caminho da evolução e do bem, além do que é evidente convir que a vida perderia a graça, pois é justamente na imponderabilidade da existência que reside o verdadeiro aprendizado e a emoção da vida.
Cabe no texto a paródia: Se ao nascer as criaturas soubessem exatamente tudo o que iria acontecer, ficariam sentadas para “verem a banda passar” e sem sentido prático as lições do Divino Jardineiro.
Ora, se houvesse a predestinação, manter-se-ia distância de viajantes soturnos que cruzam os caminhos dos seus iguais, perdendo a oportunidade de crescimento e evolução, pois é sabido que na dificuldade melhor se alavanca o progresso e é exatamente no empeço que a vida oferece, as oportunidades de avaliação da vida bela, colorida e consentida.
Em outras palavras, é a oportunidade que se tem para exercer e treinar o discernimento, e a capacidade de análise, se realiza nos erros cometidos constituindo a base de dados para evitá-los no futuro. Que não se engane a vã filosofia, seja a retórica em apreço, uma apologia do erro como forma de viver, ao contrário, é a aceitação de sua existência como elemento pedagógico da vida para o progresso dos filhos de Deus em direção aos altiplanos celestiais.
No outro pólo, conhecer o destino, na visão da pluralidade das existências, é sem dúvida assaz importante, na medida em que sob o manto das múltiplas “vidas”, como herdeiros do universo, em quaisquer circunstâncias que a criatura seja chamada a evoluir, o mais digno proceder é não se deixar abater pelas vicissitudes das provas, porquê quando elas ocorrem, venham em céu de brigadeiro ou em nuvens obnubilada, sabe-se que as provas indistintamente têm um propósito.
Nesse sentir, nas veredas da existência há problemas que parecem insolúveis e pessoas ingratas, todavia existem outras tantas pessoas que o Senhor da vida coloca nos caminhos dos candidatos a felicidade, que são capazes de vencerem todas as barreiras, sendo suficiente para essa assertiva, examinar as palavras de Jesus, relatada pelo apostolo João, 16:33, com sentimento de esperança, “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. ”
Incontáveis são os modelos que servem de arrimo, sem se preocuparem com o que vai acontecer de bom ou de ruim, conscientes de que todas as criaturas são as responsáveis, na dicção de Antoine de Saint-Exupéry por tudo o que cativam.
Nesse sentido, há irmãos que guardam nos corações amorosos nobres encômios, quando meditam sobre os que servem de setas luminosas marcando os passos daqueles que vem na retaguarda, sendo oportuno observar os registros da historiografia mundial onde constam os feitos de São Francisco de Assis, Dr. Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier, Mohandas Karamchand Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Marter Luther King Jr, e tantos outros arautos do bem em trabalho constante para a pacificação das almas em direção aos esplendores celestes.
Há também aqueles que são indispensáveis a caminhada, cujas escolhas foram feitas no passado e que estão vestidos na indumentária carnal, como familiares, parentes, amigos, bem como o anjo da guarda ou protetor espiritual que ajudam na travessia do mar bravio do mundo de provas e expiações.
Com essas considerações, indispensável a reflexão, sobre as bênçãos da Divindade ao afastar das provas e expiações a predestinação e, no lugar, conceder aos seus filhos o exercício do livre arbítrio, meio de escolha própria para traçar a estrada do progresso em direção aos páramos celestiais.
Ponto finalizando, recebam os amigos fraternos, o ósculo de amor depositado em seus corações, com a oblata de Jesus, esparramado com votos de um ótimo final de semana em nome do Divino Jardineiro.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli