MENSAGEM DO DIA 25.03.2016 – PAIXÃO DO CRISTO.
Estamos renovando os sentimentos da semana considerada santa. Nessa oportunidade a Igreja Católica cobre os santos, simbolizando o luto dos episódios transatos na história da humanidade de cuja memória não será licito a nenhum filho de Deus se orgulhar.
O luto do Cristo de Deus na matéria. Apesar desse fato histórico inditoso, todos os anos se renovam às festividades da páscoa, não antes sem a tradição de malhar o Judas. Que falta de caridade, quando não se utiliza o instrumento do perdão em qualquer circunstância, porque nada mais grave do que o madeiro infame, e de lá vem o exemplo por excelência.
Por outro lado, a tradição ensina a conservar os acontecimentos, mesmo àqueles que não têm propósitos nobres no arquivo do coração. É o caso dos hábitos alimentares. Nada de comer carne na semana santa. Os peixes e os crustáceos serão a bola da vez.
É uma penitência sem sentido. Se a carne não faz bem para o organismo e se sabe não se tratar da melhor opção alimentar, que seja abolida definitivamente ou substituída por uma alimentação frugal. Abster-se dessa alimentação por penitência não convence a lógica existencial. Se não se deve comê-la na semana santa, também não se deve servir dela o resto do ano, porque seria passar atestado de alforria para que não se pecasse apenas nessa semana e o resto do ano estar-se-ia desalgemados para as ilicitudes.
Por isso dizer que a tradição, muitas vezes faz as criaturas se esquecerem das dádivas que o homem de Nazaré trouxe a humanidade, como luz ao mundo, para aclarar as mentes e os espíritos que anseiam pelas coordenadas para a felicidade.
Assim, é de bom alvitre anotar-se que a páscoa tradicional convida a deglutir os deliciosos ovos de páscoa sem ter apenas esse propósito. A páscoa em verdade representa muito mais em nossas vidas. Como se sabe, a páscoa é a passagem que representou nos proscênios da história da humanidade o trânsito do povo Hebreu da escravidão no Egito, para a liberdade existencial, abandonando o jugo dos despóticos e insensatos.
A páscoa significa a passagem que faz recordar o que o homem de Nazaré sofreu para recuperar as criaturas para a vida eterna, em nome do Pai Celestial que ama seus filhos na imensidão de seu amor, motivo porque enviou o Celeste Amigo para oferecer-nos o caminho, a luz e paz que todos os corações anelam com sofreguidão.
A cada ano a história se repete. Jesus transita entre a multidão, que delirantemente o aplaudem com ramos de palma, exclamando Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do senhor, Rei de Israel.
Acompanham-no os discípulos. Afinal, era preciso testemunhar um Cristo que cura os cegos, levanta os coxos, perdoa as Madalenas da vida e fez ressuscitar Lázaro, de quem todos fugiam pelas suas chagas, pelo seu aspecto repugnante de um ser contaminado pela lepra, como ainda hoje se faz na sociedade menos espiritualizada, ao se deparar com um doente em estado avançado de enfermidade.
A páscoa é Jesus passando pelas criaturas, tal como fez naquela época, hoje também, deixando marcas profundas dos milagres que realizava e realiza no presente para àqueles que conseguem se elevar em sua fé as culminâncias de seu amor, no seio da família, no ambiente de trabalho, nas cidades se moureja, ou nos serviços de benemerência daqueles que buscam a luz de Jesus em nome da caridade, senha de elevação às plenitudes existenciais.
Oh! Meu Deus. Quem será esse homem que dizem ser o rei do mundo, apesar de não morar em castelos e não se sentar nos tronos da vida, e, não obstante, não ter espaço no Palácio do Planalto, ou nas Excelsas Cortes da Nação, para o seu nascimento teve apenas uma manjedoura como berço e humildes pastores como primeiros visitantes.
Quem é esse homem que multiplicou os pães e os peixes, que transformou água em vinho, que anda sobre as ondas, e a quem os peixes ouvem e que represa o mar para dar passagem ao seu povo? E a lição de vida se concretiza com a sua morte no madeiro infame. Jesus, o Cristo de Deus, sem nada dever esteve na Cruz entre dois ladrões.
No último suspiro, uma mulher que chora em lúgubre silêncio ouve a palavra a João, O discípulo amado, quando o vê junto a ela diz: Mulher, eis aí teu filho. Panos aromatizados cobrem o corpo dilacerado de Jesus, sem ter qualquer um de seus ossos quebrados. José de Arimatéia e Nicodemos mais uma vez, se fazem presentes nos últimos instantes do seu calvário para enterrar, em lugar desconhecido, o Divino Mestre, que negado três vezes por Pedro, traído por Judas, ainda, entre dores cruciantes, conversava com o Pai diante da turba: “ Perdoa-lhes Pai, eles não sabem o que fazem. ”
E Jesus ressurge das pedras do sepulcro para abrigar-se, por inteiro, na dimensão do infinito, passando a morar dentro de cada criatura, irmãos em desalinho, convidando todos a ir até ele, quando aflitos e cansados, para que ele alivie a canga, se tomarmos sobre nós o seu jugo, para aprender com ele, pois o seu fardo é leve e seu jugo é suave.
Na páscoa é indispensável é relembrar os fatos ocorridos na poeira do tempo e aprender com Ele a vencer todas as dificuldades que a vida oferece àqueles que são candidatos à felicidade.
Não importa o que tenha acontecido no passado, ou que esteja hoje a atormentar ou as preocupações com o porvir.
O que conta é que nessa semana, mais uma vez se renovam as esperanças de um porvir melhor, mais fraterno, de amor sincero, quando se recorda e renova as esperanças de que o Divino Galileu não padeceu em vão, ou por acaso, mais por uma causa; a causa de nossa salvação. Dessa maneira, seguir a sua trilha, o seu modelo e os seus exemplos é passaporte para a felicidade na Páscoa da renovação.
A sexta feira da paixão é o símbolo de que Ele passou a morar dentro de cada um de seus irmãos menores. Busquemo-Lo nessa passagem da páscoa, busquemo-Lo todos os dias de nossa existência, pois, a sua figura, por Excelência, está sempre de braços abertos para receber os que dele necessitam.
É ele quem faculta as oportunidades de se observar os Pilatos da vida, lavando as mãos com o sangue dos “inocentes”, em qualquer rincão onde imperam os insensatos, os despóticos que olvidam a justiça da Providência Divina, ou quando se troca o bem pelo Barrabás da atualidade, nas oportunidades em que os interesses de uns são maiores que a dignidade de outrem.
Não tem importância, as sombras do mundo, se a postura e convicção dos filhos de Deus forem de que a sexta feira santa e a páscoa tragam do imo de nossa alma a realidade da passagem do Divino Pastor por esse planeta de Provas e Expiações, com o propósito de pacificar os corações em aflição.
Nada tem importância maior nas vidas dos viajores, se, se está certo de que sua história e prédicas se constituem no acalentamento das almas, na pacificação dos espíritos e no asserenamento dos corações sofridos, balsamizando os espíritos na jornada terrena. Nesse díptico, é ensejo para fazer dessa Páscoa, uma festa de amor junto à família, aos filhos, aos parentes, à comunidade, a igreja, à congregação, ao centro espírita, em qualquer lugar onde tenha sido colocado pela Divindade.
Sem contradita, assim procedendo se tem à frente, não a via crucies na estrada de Jericó, mas a presença do Celeste Amigo irmão maior, não só como o Salvador de nossas almas, mas, acima de tudo, como o modelo e guia a ser seguido por todos àqueles que têm sede de justiça.
Com esse ideário, anelando que a festa de Páscoa não se perca nas delicias dos chocolates, comemoremos também a efeméride do amor no Cristo de Deus com o amor em plenitude em seu nome. Neste estado d’alma, segue nosso ósculo em seus corações com hóstia da fraternidade desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Pastor.
Do amigo fraterno de sempre - Jaime Facioli.