O código de honra que deve orientar os arautos do bem está sedimentado na promessa do Divino Pastor, assertiva de que não deixaria órfão seus irmãos menores. Nesse sentido, é crível que os filhos da Potestade anelem com sofreguidão bem proceder, atitude que lhes outorga o passaporte para os páramos celestiais. Não se olvide, todavia, as recomendações do Cristo Consolador, no evangelho segundo São Mateus, cap. XI, v. 28/30, convite vazado nos seguintes termos: “Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu faro é leve. ”
Bem se vê no convite do Divino Jardineiro, no caso em apreço, que todas as misérias que imaginamos padecer, todos os desencantos, desesperanças, as decepções, as dores físicas ou a perda de seres queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na justiça do Senhor da Vida. O cerne da questão para o bem proceder, sem contradita, é a condição que Jesus coloca a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos, ou em outras palavras a condição “sine qua non” para a outorga da carta de alforria, está na lei que ensina ao estabelecer que seu jugo é leve e sua lei é suave.
Nesse sentir, não será demais dessedentar a sede de saber daqueles que buscam o bem proceder, na fonte pura dos sentimentos do benfeitor da humanidade Eurípides Barsaulfo, no “Servidor” em síntese apertada dissertando o ideário que concede o passaporte para os esplendores celestes. (http://www.gfebespiritismo.com.br/mensagem-de-euripedes-barsanulfo-o-bom-servidor/)
“Queridos irmãos, é uma tarefa hercúlea matar o homem velho para deixar nascer o homem novo, o homem da era nova previsto por Jesus. Entretanto, não é impossível, pois Deus não coloca fardos mais pesados que os frágeis ombros da nossa infância espiritual possa carregar. Voltem-se para dentro de vocês próprios, auscultem os sentimentos modificadores necessários para que surja o homem novo cuja luz deverá brilhar, conforme a promessa de Jesus. Este trabalho é a oficina onde todos deverão desenvolver o aprendizado. Nós, fora da carne, e vocês, na carne, tomando contato com aqueles que se acham desvestidos da vestimenta física para o necessário intercâmbio de bênçãos. Portanto, meus irmãos, meus filhos, analisem-se, observem-se, mirem-se pela ética e pela ótica Cristã a fim de poderem observar melhor o parâmetro por onde devem direcionar a ação de cada um.
Esta abençoada oficina, que nos foi dada como processo para o desenvolvimento evolutivo, precisa ser melhor tratada,
melhor trabalhada, melhor compreendida, para que os frutos sejam mais promissores, mais edificantes e mais generosos. Sabemos que, de acordo com o estágio evolutivo do planeta, as dificuldades da densidade atmosférica que cercam trabalhos como estes são muito intensas, muito difíceis, porém, há um condutor em nossas vidas. Se não bastasse o Criador e Jesus, ainda temos a presença de abnegados tarefeiros da Vida Mais Alta que, vez que outra, recebem autorizações para alertar os corações ingênuos que ainda se apresentam como todos nós”.
Obviamente a dialética do arauto do bem, espeque desses pensamentos, possui sólidas razões de que o momento que vivemos não é o de apontar para as dificuldades de nenhum dos filhos de Deus em provas expiações. Em verdade, é a hora em que devemos voltar nossas observações para as nossas fraquezas, nossas imperfeições, nossas dificuldades, e, por iniciativa própria, com boa vontade e perseverança, alterar o rumo de nossas vidas, segundo os ditames da questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, a consciência. Bem por isso, o Divino Pastor nos alertou: “os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”.
O amor é a essência da vida. O amor precisa ser trabalhado dia a dia, hora a hora, minuto a minuto para que a tarefa continue com o propósito de servir a Deus, servindo ao nosso semelhante. Que nossa vã filosofia não nos engane. O caminho do Gólgota não havia pavimento, eram pedras, calhaus e obstáculos vários, mas todo aquele que pretende chegar perto do Cristo precisa saber que a cruz da jornada é dificultosa em busca da perfeição. É uma cruz que, às vezes, se imagina pesada demais para os ombros dos viajores em provas. A verdade, contudo, é que nada é tão pesado para a consciência quando se está diante da Consciência Divina e se constata que poderia se ter feito mais do que a lei do mínimo esforço na realização das tarefas inacabadas.
Que os candidatos à felicidade, ao carimbarem o passaporte na busca incessante da perfeição, medite que o tempo passa veloz como um corcel em desabalada corrida, impondo ao viandante, pressa na jornada da existência. A divindade não tem pressa e aguarda o tempo do despertar de suas criaturas, mas para se alcançar o seu Reino é necessário apressar o passo para a perfeição, mediante o bem proceder em todas as horas da viagem por esse belo planeta que já iniciou a transição para o planeta de Regeneração, atendendo aos ditames da Lei de Progresso.
Na alvorada que se faz raiar a transição para o mundo de regeneração, bênção do Senhor da Vida aos seus filhos para os novos embates da vida, no dizer do Apóstolo Paulo aos gentios, a oportunidade de viver o “bom combate”, convida os filhos da Providência Divina para elevarem seus sentimentos ao Criador, empenhando-se com força total na busca da perfeição, ao se impor desejos de uma vida nova, ditosa e repleta de bom animo.
Há os que pedem pela saúde do corpo físico ou a concretização de algum projeto, enquanto os mais sensíveis ao Sentimento Divino pedem pelo bem-estar da humanidade, anelando que a sociedade civil organizada encontre a paz e que seus líderes em nome do amor, olvidem a guerra. Seus desejos tornam o dia iluminado na paz que irradia do Amigo Celeste, nimbando as criaturas pela luz que procede do Homem de Nazaré em direção aos seus irmãos menores na jornada de mais um dia pelas veredas da existência, a todos conduzindo aos esplendores celestes.
Uma vez banhado pela luminância de Jesus, anui-se em alto e bom som, para as possibilidades de mudança que cercam os candidatos à jornada da perfeição na nova alvorada. Tudo agora é novo, e a nossa nova motivação, renova a confiança e fé em Deus, o Senhor da Vida, Onipotente, Onipresente e Onisciente de que Ele jamais deixará a vida de seus filhos a desgoverno, mas ao contrário, zelará por nós a fim de chegarmos ao destino traçado para os altiplanos celestiais.
Bem por essa razão, não haverá tempo de pensar no que deu errado, pois o sol brilha de novo oferecendo novas ensanchas, iluminando a vida e o percurso daqueles que buscam a perfeição pelo planeta de provas e expiações, onde a coragem é a bandeira a ser defraudada. Deixemos, pois, o brilho da manhã convidar para a vida sempre bela, colorida e consentida. Aproveitemos a oportunidade para refletir que a vida passa muito rápido e que a grande chance para carimbar o passaporte da felicidade está dentro de cada um que se apresente para esse mister com coragem. Para o projeto de reforma, o homem de bem pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza, interroga a sua consciência sobre os seus atos, anotando no seu prontuário se violou a Lei de Deus.
Ele tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria, consciente de que nada acontece por acaso, mas por uma causa, por isso, submete a sua vontade a todas as coisas sem murmurar. Está consciente de que todas as vicissitudes da vida, as dores, as decepções, são provas ou expiações, e por isso as aceita sem murmurar. Quando o homem busca a perfeição, repleta o coração de caridade e o amor ao próximo é o seu ícone de vida, realizando o bem pelo bem, sem esperar recompensa, por isso, encontra satisfação nos serviços que prestam e nas lágrimas que seca pelos abrolhos do caminho.
A busca da perfeição tem na pauta, ser benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos. Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele. Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. O sonho do homem de bem, na busca da perfeição é considerar nos moldes de Jesus, que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, ferindo a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, não recuado à ideia de causar sofrimento ao companheiro de jornada, falta ao dever do amor ao próximo.
Aquele que busca o caminho da perfeição é indulgente para com as fraquezas alheias, porque bem sabe que ele mesmo tem necessidade dessa indulgência, lembrando-se das palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”. Imbuído desse sentimento d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, anelando seja o nosso fim de semana iluminado na luz do Celeste Amigo.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -