Uma das questões que intriga a humanidade ocorre diante da diversidade das religiões e da curiosidade dos viajores por esse planeta Terra, em provas e expiações, sem dúvida, é a pergunta: existe uma Lei elaborada pela Divindade, e em especial, uma lei que a todos submeta para o equilíbrio da sociedade civil organizada?
De fato, esse considerando ganha fórum de intimidade, máxime diante da violência que grassa as criaturas na grande jornada dessa existência em provas e expiações, seja por conta das naturais bulhas e confrontos, oriundos das diferenças de elevação moral, espiritual e de justiça, filhas da evolução da humanidade, nos caminhos dos viandantes em busca da felicidade, ou seja ainda, por conta aparente da má distribuição das riquezas, quando se considera apenas a vida atual e da mesma sorte, as criaturas que nascem com dependências físicas ou intelectuais, como os portadores de síndrome de down ou de idiotia, fatores colocados na estrada da existência, ferramentas à disposição das criaturas na grande viagem de aprendizado.
A questão, todavia, que espicaça a curiosidade dos filhos da Potestade se encontra solucionada com o advento da promessa de Jesus, de que não deixaria seus irmãos menores ao desabrigo se o amassemos como Ele nos ama. Assim rogaria ao Pai que nos enviaria um novo consolador, esclarecendo as dúvidas que se carregou com os atavismos do crescimento e todas as incertezas que os descuidos fizessem os viandantes esquecerem do jugo leve do Pastor das Almas.
Assim foi que no dia 18 de abril de 1857, em uma manhã radiosa, se encontrando o Campos Elíseos perfumando com a flagrância do suave perfume da boa nova, vinha a lume a promessa do Mestre Jesus, in “O Livro dos Espíritos”, que dessedenta a sede dos profitentes das Leis da Divindade, consoante a resposta inscrita na questão 621 do Codex em apreço, também esclarecendo, na questão número um: ser Deus, a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as coisas.
Sob esse díptico, não se pode mais conceber a ideia de que a Consciência Cósmica seja representada pelos viandantes desavisados, de que o Criador seja um senhor de barbas brancas e longas, com uma varinha nas mãos para punir os filhos transviados, e que o mundo esteja a desgoverno, sem eira nem beira, seguindo ao sabor dos ventos que sopram e do mero “acaso”.
Em verdade não é assim. Nos primórdios da civilização, diante da crença no politeísmo, ou em outras palavras, na aceitação de inúmeras “Divindades”, era uma constante e cada ser humano atribuía aos seus desejos uma Potestade. Assim, anota a historiografia mundial a figura do “Deus” da chuva, do sol, do fogo e uma incontável quantidade de “Deuses”, cabendo nesse arraial, destaque para a mitologia grega, pródiga nas suas crenças, uma vez que a filosofia popular até hoje, quando se vai para o repouso do corpo físico, diz em tom de galhofa que se entregará o corpo físico nos braços de Morfeu, o “Deus” do sono, com desejos que Cronos, o “Deus” do tempo, lhe conceda largo tempo de repouso.
Todavia, nada resiste à Lei de Progresso e foi com “O Filho do Sol”, Akhenaton, por muitos considerado como o faraó visionário, por seu decreto o politeísmo foi banido das crenças das “Divindades”, estabelecendo-se o monoteísmo, porquanto o Faraó mandou construir um palácio para a sua distribuição da Justiça, no qual o sol incidia diretamente, durante todo o dia sobre o seu trono, nascendo assim o Deus do Sol. Transcorrido largo tempo, Moisés o primeiro legislador da história da humanidade, consolida a crença numa única Divindade, e após cinco séculos desse avanço, chega no Orbi o Celeste Amigo para trazer a lei de amor, justiça e caridade.
De fato, como se pontuou alhures, no dia 18 e abril e 1857 em Paris, em manhã engalanada vinha a lume “O Livro dos Espíritos”, cumprindo a promessa do Divino Pastor e esclarecendo à saciedade naquela oportunidade na questão número um a definição dessa unicidade, segundo a resposta oferecida pelo Espírito da Verdade, como sendo Deus a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
Nesse sentir, é óbvio que o Pai Celestial estabeleceu ordem e progresso em toda a sua criação, não deixando o Universo a desgoverno. Por essa razão, as 10 leis previamente estabelecidas para seus filhos atenderem aos ditames do bem viver e da responsabilidade para alcançar os parámos celestiais. A Lei de Adoração; Lei do Trabalho; Lei de Reprodução; Lei de Conservação; Lei de Destruição; Lei de Sociedade; Lei do Progresso; Lei da Igualdade; Lei de Liberdade; Lei de Justiça, Amor e Caridade.
Nesse corolário, se respeitadas as diretrizes, máxime as Leis da Divindade inscritas na questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, não haverá nenhuma sanção para reconduzir os homens para a trilha do bem ajustando-se ao jugo do Divino Jardineiro.
Por outro lado, não se segue daí que o Senhor da Vida não tenha mais nada a fazer, senão ficar vigiando seus filhos no caminho de sua evolução, e a cada falta ou recaída, punindo-o. Em nome dessa retórica, aqueles que desejam fumar podem fazê-lo. Os que escolherem o caminho da mentira, da trapaça, do roubo, do furto, do latrocínio, podem realizar seus nefastos projetos. Até mesmo as almas mais entibiadas que consideram as misérias da existência, com um enorme engano pondo fim à sua existência, realizam o ato mais ignóbil do caminho, ainda assim, Deus não interfere no seu Livre Arbítrio.
Sob o manto dessa logística, é sem contradita, que a escolha da porta larga da vida, ou a prática dos atos tresloucados que se realiza será a gênese que militará a desfavor ou a favor do seu autor, sem que a Providência Divina tenha que punir diretamente a violação das suas Leis. Também é assim que os tabagistas de longas décadas podem experimentar um enfisema pulmonar, o desrespeito à caminhada diária e salutar gera obesidade que, por seu turno, enfraquecem os joelhos pelo excesso de peso e assim diminuem a resistência do corpo físico.
É por essa mesma razão que os filhos da Consciência Cósmica não devem olvidar, em hipótese alguma, que Deus é bondoso. Ele não usa um chicote ou um ferro em brasa para castigar os desalinhos de seus filhos. A sanção que leva a correção é com amor. Qualquer que seja o seu erro, a retificação surge para o aprendizado, pois o “erro” é a razão pedagógica da vida para que se faça melhor no porvir. É dessa forma que as lições da vida encontram nos desacertos o método lenitivo de correção, permitindo a renovação do ato, agora, melhor e mais perfeito sem a chibata do Pai Celestial pois o sentido da vida é evolução, crescimento, embelezamento, abundância e paz.
Com esses sentimentos d’alma, segue o nosso ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli