Os filhos de Deus em trânsito pelo belíssimo planeta de provas e expiações, incontáveis vezes se interrogam, diante das dores, ao experimentarem no mundo para a transição planetária, as provas de avaliação do quanto já se avançou na elevação espiritual na caminhada evolutiva em direção aos esplendores celestes. Da mesma forma, diante das catástrofes, tsunamis, guerras, fome e crimes de todo jaez, que estiolam os mais puros sentimentos das criaturas, sustentam o entibiamento de suas forças para atravessar o mar bravio dos tempos de tempestades a sós.
De fato, as tormentas da vida são incontáveis e as dores excruciantes diante das aflições, sobrevindo nesse desaire a assertiva de Jesus de que no mundo somente tereis aflições. Todavia, em verdade, nada obstante a prédica de Jesus de que no mundo somente há aflições, não se segue que os viandantes estejam a sós e a caminhada leva fardo superior aquele que as criaturas podem suportar. Afinal, que Pai é esse que, criando seus filhos, os deixa atravessar o mar bravio, sem o arrimo necessário para enfrentar as tempestades do caminho? Que não se engane a singela filosofia dos candidatos à felicidade, porque o Senhor da vida, sob a égide da Igreja Católica, concede a figura amorosa do Anjo da Guarda, para preservar e zelar pelos viandantes das tormentas das provas da vida.
Na doutrina espírita, o amigo espiritual que acompanha os viajores pelas veredas dos abrolhos, das sarças e dos acúleos, não deixa a sós nenhum dos que jornadeiam pelos espículos da dor, pedagogia para alcançar a felicidade. Não fosse suficiente essa proteção, a Consciência Cósmica enviou a todas as criaturas em provas e expiações, o Messias, aquele que trouxe a luz para iluminar as trevas da ignorância e esclarecer os propósitos da vida bela, colorida e consentida, mostrando de onde procedem seus filhos, porque estão em provas e expiações e para onde irão no destino que os aguarda.
É de Jesus de Nazaré a promessa de que não deixaria seus irmãos órfãos e que se o amássemos como Ele nos ama, rogaria ao Pai para enviar outro Consolador. De fato, a promessa foi cumprida, e o planeta Terra viu nascer o sol da esperança, em 18 de abril de 1857, com a chama de verdade inscrita, prima facie em “O Livro dos Espíritos”, depois se espalhando por todo o pentateuco, em Paris, capital da França, no Palais Royal, na famosa avenida Champs-Élysées, na Galeria Orleans, na livraria do Monsieur Dante.
Sob essa dicção, os candidatos à felicidade estão certos de que não estão e não estarão a sós na grande caminhada de evolução pela elevação espiritual de cada criatura até se chegar aos páramos celestiais, não importando as tempestades que assolem os corações quando entibiados, porque Jesus de Nazaré está no leme e conduzirá o barco dos destinos dos viajores até o porto seguro. Isso significa consolidar também a sua promessa de que Ele iria aos esplendores celestes para preparar o lugar, afim de que onde Ele estivesse, também estivessem seus irmãos. Nesse sentido, ganha vida a metáfora envolvendo os corações amorosos, conscientes que Ele se faz ouvir suavemente nos corações dos irmãos, aquecendo-os com a sua presença e incondicional amor, rogando aos corações amorosos sejam abertos para receber a maravilha da comunhão com o Cristo de Deus que apoia e eleva seus tutelados, preenchendo suas vidas com a confiança de que Ele está aqui e agora para sempre.
Jamais estarão sozinhos os filhos da Consciência Cósmica, porque Ele veio para manter, auxiliar e repletar os viajantes de paz infinita, trazendo a alegria de viver e o propósito da existência, e, indo mais além, para que ninguém ficasse a sós estando Ele presente nas vidas dos viandantes de infindáveis maneiras. É Ele o sentimento de infinita beleza. É aquele que faz as mudanças do estágio de tristeza, para a alegria, esclarecendo que existe o bem por toda a eternidade, sempre transbordando da fonte, pois nunca se está a sós, máxime porque Ele está vivo entre as criaturas por toda a eternidade. Nessa conexão, há sem dúvida, um contato indescritível nos filhos da Consciência Cósmica, porque Ele é a plenitude do amor codificado em cada filho da Divindade, constituindo uma vida sempre em expansão, caracterizando um “mistério” ...
Esta é a verdade que está sempre presente, falando alto e em bom som aos corações em festa, porquanto Deus, Onipotente, Onisciente e Onipresente, é todo poderoso, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, deixando a certeza de que todas as vidas estão dentro Dele, vida indivisível. Com esses sentimentos, cada codea do glorioso Amor que é Jesus, é mantido numa consciência e num coração de amor e esta é a verdade para cada um dos irmãos do Nazareno. Sem contradita, o fato é que Ele está aqui e agora nesse mistério que os espíritos bem conhecem nas profundezas abissais de suas almas, para elevar a comunhão da Fonte do Amor que transborda nos corações e enche cada criatura de Luz, iluminando-os com a gloriosa luz do poder de Deus, brilhando ao longo da eternidade.
Assevere-se por essa ideologia que não foi por outra razão que o Senhor da Vida enviou seu filho amantíssimo, Jesus de Nazaré para ser o amigo de todas as horas. Servir de modelo e guia no nosso jornadear, como assevera a questão número 625 do livro em apreço. Ser arrimo para as desilusões, momentos de cansaços e desesperanças, sendo dele a dialética amorosa.
"Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e apreendei de mim que sou brando e humilde de coração e encontrareis o repouso de vossas almas; porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.".
Que não se engane a vã filosofia dos profitentes à felicidade. O Pastor de todas as almas está sempre ao lado de cada um de seus irmãos necessitados, protegendo-os das tempestades das provas e expiações, procedimento de avaliação para atender à lei de progresso. Envoltos nesses sentimentos pulcros, toda vez que a desesperança, bater à porta da felicidade, trazendo angústia, solidão, dor ou melancolia, evocai o seu santo nome e sentai um pouco em seu colo para ser consolado.
Para sedimentar a retórica em exame, há uma história comovente que não deixa nenhuma sombra de dúvida do texto em apreço. Por isso, conta-se que, um casal de ateus tinha uma filha a qual jamais haviam dito uma só palavra sobre o Senhor do Universo. Numa noite quando a criança contava com apenas 5 anos de idade, em meio a uma briga, o pai atirou na mãe, na frente da criança, e depois se matou. A menina que a tudo assistiu ficou horrorizada. Como órfã, após a tragédia foi mandada para um orfanato.
A alma generosa que cuidava do orfanato era cristã. Devotada e guardando em seu coração muita fé, houve por bem “apresentar” Deus para a criança no primeiro dia da catequese. Informou ao depois a nobre senhora, à professora que cuidaria da menina, que ela nunca ouvira falar sobre Jesus Cristo, motivo porque encarecia que a instrutora fosse benevolente e tivesse paciência com menina sofredora. A catequista, fiel aos seus postulados tomou de uma foto de Jesus e mostrou às crianças questionando:
Alguém sabe me dizer quem é este que se apresenta na foto? Observem que Ele tem um rosto angelical, cabelos caído nos ombros, divididos a moda nazarena, olhar sereno, túnica branca e sorriso cativante. Quem sabe? Insistia a professora, diante do silêncio sepulcral que se fazia. Para surpresa da professora e de todos que conheciam o sofrimento da menina e sua triste história de vida, máxime nascida de pais agnósticos, foi ela a única que levantou a mãozinha e declarou com sentida emoção:
"Eu conheço. É o homem que estava me segurando no colo no dia que meus pais morreram". Oh! Meu Deus. Que comovente é saber que o Mestre está sempre do nosso lado, especialmente, nas horas mais difíceis de nossa trajetória por esse mundo de provas e expiações.
Com esse ideário amigos, vale a pena recordar das palavras do próprio Jesus: “Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Àquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mateus 10,32)
Ponto finalizando, recordemo-nos de que, quando não há nada mais a ser dito, silencia. Quando não há mais nada a ser feito, permite apenas ser, apenas estar, e fica na companhia do teu coração e de Jesus e este indicará o momento apropriado para agires. Quando a lentidão dos dias acomodar tua vontade, enlaçando-te com os nós da intranquilidade, descansa e refaz tua energia, no Celeste amigo.
Não há pressa, a prioridade é que encontres novamente a tua essência para que tenhas presente em ti a alegria de ser e estar com Jesus. Quando o vazio se instalar em teu peito, dando-te a sensação de angústia e esgotamento, repara tua atenção e encontra em ti mesmo a compreensão para este estado dalma, pois Ele está ao seu lado. Confia e vai, teu caminho é de paz. Nada é mais gratificante que ver alguém emergir da escuridão apenas por haver acreditado na existência da luz que irradia do Homem de Nazaré. Jesus está contigo, agora e para sempre. Ele sempre esteve presente. É só abrir os olhos.
Com esse considerandos, recebam os amigos, nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana na paz do Divino Galileu.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli