A ciência da observação oferece excelente ferramenta aos profitentes da vida para encontrar os caminhos que os levem aos altiplanos celestiais, cumprindo-se o comando da Lei de Progresso, uma das leis de Deus para se alcançar os páramos celestiais. É assim que os filhos de Deus buscam pela sua própria natureza a evolução do seu ser espiritual, elevando-se às alturas, no cume das montanhas até alcançarem o seu destino traçado na pátria espiritual no pródromo da jornada de provas e expiações
Nesse jornadear pelo planeta de provas e expiações, na repetição constante dos atos da vida, habitua-se aos procedimentos da existência terrena, como o conjunto de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina. Nesse modo de proceder, cria-se hábito pela ação que se repete e se faz constante na frequência com que se realiza os atos da vida em progresso perene.
A maioria dos Espíritos encarnados na Terra vêm de incontáveis séculos nos quais viveram sem muita reflexão e nem resistência moral. Por essa razão, há tendência generalizada de consumir os pensamentos alheios, ajustando-se a eles. A esse propósito será oportuno recordar a questão 459 de “O Livro dos Espíritos”, principalmente para se ter conhecimento de que os espíritos influenciam os pensamentos dos desencarnados, quando não dirigem seus atos, razão de se estar atento a essa realidade. É notório pela ciência da observação, que após a mídia levar à exaustão determinado acontecimento, a grande maioria dos ouvintes passam a ter uma opinião e um conceito sobre o assunto, sem estarem preparados para discutir a questão em pauta. Ora, por conta dessa repetição, exagera-se nas necessidades existenciais e se aparta da simplicidade, virtude que torna mais fácil viver em paz.
No mesmo proceder, habitua-se aos costumes do tabagismo, das bebidas, de falar mal das pessoas, julgá-las sem dar a oportunidade de defesa. Olvida-se as lições memoráveis do Divino Galileu para não julgar sob pena de ser julgado da mesma forma. Em verdade, são muitas as pretensas necessidades que se cria, seja através dos modismos ou dos atavismos, ergue-se todo um sistema defensivo das “necessidades” criadas pelos hábitos. Sob esse discurso, não será reprochável asseverar que o que se entende ser um mínimo necessário, a criatura se torna egoísta e cruel. Arma-se de cautela e desconfiança, para além da justa preservação.
Dá livre acesso ao instinto da posse, cria reflexos de egoísmo, orgulho, vaidade e medo. Caminha ao sabor das influências mundanas, suscetível à opinião alheia, aos ditames da moda e da mídia. Não reflete detidamente sobre os propósitos superiores da existência, em realidade enganando-se depois do berço para se desenganar depois do túmulo. Algema-se no binômio ilusão-desilusão, no qual gasta longos séculos, começando e recomeçando na senda em que lhe cabe avançar. Anote-se por isso, não ser lícito desprezar a rotina construtiva, aquela recheada de virtudes como ensinou o Homem de Nazaré. A todos será justo refletir, quando nascemos para essas provas e expiações, fomos contemplados com o manto do esquecimento, bênção da Providência Divina aos seus filhos, para “esquecer” temporariamente das atitudes desventurosas da ribalta.
Nesse sentir, os vícios anotados alhures podem e devem ser substituídos pelas virtudes, tornando-as um hábito nas vidas dos candidatos à felicidade, em especial quando oferece o ombro amigo, transforma-se em homem caridoso, atencioso, solidário, amoroso e afetuoso com a família, com o próximo, com a sociedade onde moureja e vive na simplicidade do amor que o Cristo de Deus legou a humanidade.
Que não se engane a rasa filosofia. Como se anotou alhures, o hábito é uma questão de começar. Dar o início e logo se estará procedendo licitamente em todos os aspectos. Não se fará nada que prejudique a outrem, não se cometerá adultério, não se roubará, não se praticará estelionato ou qualquer ofensa às leis que regem a sociedade civil organizada.
Com fluxo nesse ideário, se atenderá os ditames das Leis do Senhor da Vida e se praticará a máxima do Messias, amando ao próximo como gostaria de ser amado. São por essas leis que se dulcifica a vida e se levanta no espaço e no tempo a conquista dos recursos que enobrecem a existência dos filhos da Consciência Cósmica tornando viável a chegada nos esplendores celestes. Essa é a bandeira a ser desfraldada com intrepidez, que se anela não se esqueçam os viajores da felicidade, diante da lei de evolução que impõe a instituição de novos costumes, a fim de libertarem os filhos da Consciência Cósmica das fórmulas inferiores experimentadas dantanho, conscientes de que para impulsionar esse processo redentor, rumo ao Alto não há modelo melhor do que o Cristo.
Sem contradita, a ninguém será lícito alegar falta de paradigma para o bem proceder e a mudança de hábitos, pois o Senhor da Vida, enviou o modelo perfeito, concitando seus filhos em provas e expiações para Segui-lo para todo o sempre na figura magnânima de Jesus, consoante dispõe a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”.
Sem violência de qualquer natureza, Ele alterou os padrões da moda moral em que a Terra vivia há milênios. Contra o uso da condenação metódica, ofereceu a prática do perdão. À tradição de raça, opôs o fundamento da fraternidade legítima. Toda a Sua passagem entre os homens foi marcada pela reforma dos hábitos do dia a dia e pela certeza da ressurreição para a vida eterna, motivo de na manjedoura, simbolizar a simplicidade e a humildade como legítimas opções de vida. Na cruz afrontosa, exemplificou a serenidade e a paciência. No admirável Sermão da Montanha, trouxe a noção das bem-aventuranças eternas para os aflitos que sabem esperar e os justos que sabem sofrer com resignação.
Diga-se, a bem da verdade, que ainda hoje, no mundo, a justiça não somente cheira como tem o sabor de vingança estiolando o amor verdadeiro com laivos de egoísmo, o que se dá pelo reflexo condicionado de atitudes adotadas há milênios ou costumes inditosos adotados no presente, sem corrigir os rumos da felicidade. Em tese, entre outros fatores, é a ciência da vida que jamais se esgota e tudo faz para induzir reflexões que rompam com os automatismos infelizes. Mais do que ser bonito, refinado, rico ou influente importa dignificar e purificar o próprio íntimo. Será de bom alvitre adotar a partir de agora um novo procedimento, tendo como fluxo do bem a reforma íntima, habituando a servir, a perdoar e a compreender as dificuldades alheias.
Como se registrou alhures e algures, a automatização de hábitos dignos, pela repetição constante, liberta da dor e da decepção, tornando dignas as criaturas para fazerem jus serem chamadas de filhos de Deus, consoante a égide dos ensinamentos do Cristo de Deus, no ato dos apóstolos ao estabelecer que todos as criaturas são Deuses.
Para dessedentar a sede de conhecimento e dulcificar a existência, pode-se colher frutos maduros nos ensinamentos da Redação do Momento Espírita, e com fulcro no cap. XX do livro Pensamento e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb em 23.06.2010.
Com esse sentimento d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um ótimo fim de semana, em nome do amigo incondicional de todas as horas, Jesus de Nazaré.
- Jaime Facioli -