Uma das questões que espicaçam os candidatos a felicidades, sem dúvida é como definir o amor na excelência da palavra. Já se gastaram rios de tintas em busca do verdadeiro sentido desse sentimento de que as criaturas são portadoras, e em nome desse ignoto amor, são cometidas as maiores loucuras, e também são feitas as coisas mais formosas, iluminativas e marcantes na história da humanidade.
Para Aristóteles, um dos maiores filósofos gregos, “o amor é formado por uma única alma habitando dois corpos”, o que significa que duas pessoas têm uma única conexão, como se fosse um só. Já o escritor e filósofo norte-americano Elbert Green Hubbard, a sua filosofia sobre o tema aparenta um paradoxo sobre o amor, quando assevera que:
“Quanto mais damos amor, mais amor temos dentro de nós para dar”, o que faz os filhos da Potestade, perceberem que o amor altruísta é capaz de mudar a vida de quem ama. Platão, discípulo de Sócrates concebe esse sentimento como “o amor que transforma e dá forças. Quem ama vê tudo mais bonito, e tem vontade de expressar o amor com eloquência e fogo de poeta”.
Nesse sentido, os filhos de Deus, no caminho do aprendizado, e na saudável busca da elevação espiritual, incontáveis vezes precificam o amor, sem se darem conta de que o amor por excelência não tem preço. Mas, mesmo assim, os enamorados trocam presentes, os casais utilizam-se da mesma metodologia para agradarem um ao outro, seja nas datas comemorativas, sejam com os enamorados na esperança de conquistarem a amada, ofertam mimos preciosos, entrelaçados em riquíssimos porta-joias, envoltos em artística apresentação, provocando suspiros de prazer do homenageado com o gesto social de atenção e carinho.
Na historiografia mundial houve inúmeros “casamentos” precificados desde o nascimento dos filhos, quando as criaturas dantanho, ajustavam o enlace dos herdeiros com o objetivo de aumentarem a fortuna. Nesse pacto, nada existia com os corações e os sentimentos d’alma que deve ser o Norte a conduzir os filhos da Divindade para a bem-aventurança.
Lamenta-se anotar que nos dias atuais, ainda há, invariavelmente as contrapartidas e muitos casamentos são escolhidos a sorrelfa dos sentimentos, buscando o que se convencionou chamar um “bom partido”, isto é, pessoas que disponham de recursos financeiros a mancheia, seja na conta bancária ou em bens imobiliários, e suas variações, vindo por fim o quesito das formas e por derradeiro, os sentimentos do coração.
Oh! Que irrisão. Esse não é o mapa do tesouro. O amor genuíno encontra o seu exato significado nos ensinamentos e na vivencia do Divino Jardineiro, encontrados na doação, na entrega, no desalgemar-se dos interesses e das futilidades, substituindo os desalinhos pelos sentimentos natos do coração. Nada melhor para definir o amor do que a entrega total, incondicional e irrestrita, como fez o Mestre.
Também com esse sentimento pulcro, encontra-se bem representado o que está inscrito em “O Livro dos Espíritos”, na questão número 886 quando o paracleto interroga os arautos do bem, qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? A resposta recebida é iluminativa das consciências dos profitentes e interessados no entendimento do amor na excelência da palavra, quando sem rebuscar, afirma textualmente: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
Por essa razão, no mesmo alfarrábio, Alan Kardec afirma: “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. Pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
Sem dúvida, ao buscar o âmago do amor autentico, amor desinteressado e sem preço, bem se vê que ele faz parte integrante da caridade, porque segundo Jesus, esse amor, essa caridade não se restringe à esmola, mas alcança todos os viajores em trânsito pela estrada que levará as criaturas aos esplendores celestes, pois é esse o amor verdadeiro e sem preço.
O ensaio de Platão, aproximados cinco séculos antes do Cristo de Deus, afirmou que é “o amor que transforma e dá forças” aquele que ama”. O Divino Jardineiro, avança no sentimento assegurando que a caridade é uma ação benfeitora, e que o amor é capaz de modificar a criatura em todos os sentidos, tanto a quem oferta, quanto a quem recebe. A caridade é o amor na sua mais alta expressão, é a benevolência conduzindo ao entendimento.
Ela também é a indulgência despertando a esperança divina no coração, em síntese, é o esquecimento das ofensas transmutando toda a violência em paz para os sentimentos. Sob o pálio da caridade, não se desassocia o amor verdadeiro, máxime porque quando o Mestre Jesus ofertou a regra para se amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, sintetizou o trabalho de caridade em sua luminescência como a união de todos os seres para se encontrar os pórticos dos esplendores celestes.
Haure-se a vida, bela, colorida e consentida, pela caridade de Deus, desfrutando-a pelos valores do amor sem preço, sem ansiedade pela contrapartida, ou pela troca dos presentes, mas pela autentica caridade de Jesus. Em todo trabalho que se faz, não será licito olvidar da caridade, empregando o senso de responsabilidade para não cobrar tributo ou esperar gratidão do beneficiado, pois a caridade tem fulcro no amor em essência e ilumina a vida.
Não se pode enganar a vida, vivendo como o camaleão, manifestando o que se é para se enganar com o que não se possui. O polimento social tem o poder de mudar por fora, mas na intimidade permanece no estágio da evolução atingido. As transformações por dentro é que modificam por fora. A caridade não pode ser aparente, sem vida própria. A verdadeira é luz do coração, na maturidade da alma. Os que desejam viver na ilusão são como aqueles a quem se refere o Evangelho, que recebem a luz, mas permanecem nas trevas.
Sob a retórica do amor sem preço, é oportuno o relato encontrado na Redação do Momento Espírita de 1º de setembro de 2017, que pedimos licença para reproduzir textualmente:
“Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum. Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo. Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe o abriu e leu: Mamãe me deve: por levar recados - três reais; por tirar o lixo - dois reais; por varrer o chão - dois reais; extras - um real. Total que mamãe me deve: oito reais. A mãe espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada. O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a mesa do almoço. Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais. Os seus olhos faiscaram. Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa. Mas então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado. Abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta. Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada. Por cuidar da sua catapora - nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos - nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada. Total que filhinho deve à mamãe - nada. O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra. Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe. A partir desse dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor”.
Incrustados nos sentimentos profundos d’alma estão os sentimentos pulcros do amor verdadeiro, desinteressado, sem espera de contrapartida, de promessas mercadejando graças, de troca, e é o momento, embora seja louvável o carinho e atenção dos presentes nas épocas festivas, aprendizado de amor que a evolução trouxe aos filhos de Deus, nada mais justo, quando se aproxima a data magna da cristandade, entregar o amor sem precificação, tal como fez e faz o ilustre aniversariante do mês a toda humanidade, gesto de amor na excelência da palavra, trocando, isso sim, as paixões inferiores de outras existências, para abraçar as virtudes da entrega dos sentimentos mais profundos do espírito, em nome de Jesus.
Ponto finalizando, segue o ósculo com a oblata da fraternidade universal, depositada em seus corações, desejando um feliz natal, próspero ano novo e um ótimo fim de semana na paz de Jesus de Nazaré.
Do amigo de sempre