É crível que os filhos da Divindade anelem com sofreguidão, dessedentarem a sede na ninfa cristalina do conhecimento, para saberem qual o domicilio da Paz, essas três letras com enorme significado na vida dos candidatos a felicidade. Ipso facto, a jornada de cada existência traz a luta para ser travada no bom combate do dia a dia e hora a hora, visando o bem-estar do indivíduo, para asserenar o espírito e acalentar a alma dos que jornadeiam por esse mundo de provas e expiações, em busca da paz, três letras tão pequenas, contendo significado infinito no conceito da existência humana.
É importante que os profitentes e interessados na paz que não se deixe iludir por sofismas, ou sob outra dicção, não se deixe seduzir por argumentações aparentemente lógicas, que no fundo guarda uma estrutura inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa, travestindo o correto endereço da felicidade.
Para bem se sintonizar com o endereço da paz, as pessoas ao se cumprimentam têm por hábito saudarem-se dizendo: bom dia, boa tarde, boa noite. Como vai? Como tem passado? As respostas têm vários coloridos e tons. Há os que simplesmente respondem e alguns, adrede sintonizado com o “cep” da paz, portanto exalando alegria, adquiriram a saudável forma de carregarem as palavras de retorno com as blandícias daqueles que anelam por fazer do momento do encontro, uma forma de construir favônios de amor fraterno e dizem com entusiasmo:
Que alegria revê-lo! Foi bom te encontrar, e há mesmo os que adotam posturas pulcras de dizerem quando respondem ao cumprimento: Estava tudo 100,00%, agora com a sua chegada está 200,00%, enquanto outros dizem, estava tudo bem, mas agora está melhor porque você chegou. Esse proceder objetiva construir um relacionamento de fraternidade e de paz, afastando-se do pessimismo e da autoflagelação, que via de regra faz de tudo para reclamar, quando dizem que o calor está insuportável, a chuva não para e o governo não presta mesmo, por isso os políticos pertencem à mesma confraria.
A retórica evoca Jesus de Nazaré, como lição histórica e de amor. O Mestre ao chegar em qualquer ambiente, além do ósculo fraterno, hábito da época e do povo, sempre dizia: "Eu vos dou a minha paz" e ao despedir-se, anunciava: “ Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar. ”
Bem por isso, que os viajores não se percam nos sofismas sob o arrimo da rasa a vã filosofia, de que o cumprimento do Divino Pastor fosse uma benção que inibiria o esforço pessoal e personalíssimo de cada filho de Deus em trânsito por esse mundo de provas e expiações em busca da paz, essa catarse tão desejada por aqueles que se esforçam para terem puro o coração.
“In Veritas”, tratava-se de um comprimento e ao mesmo tempo de um convite para que as criaturas busquem destemidamente se tornarem pulcras, sensíveis ao amor fraterno e, sobretudo fiéis cumpridores dos deveres. A paz do Homem de Nazaré sempre implicou em alcançar os páramos da alegria de viver, o exercício do auto perdão, a mansuetude como lema de bem viver; é a indulgência como meta a ser conquistada em todo o momento das provas.
Nesse sentido lato, o endereço da paz, para ser consolidado nos corações dos homens de boa vontade, como o Divino Jardineiro ensinou, deve ser conquistado sem sonhos das coisas místicas, mas meditada nas profundezas da alma, no repouso e no silêncio do coração, sentido pulsar a vida que estua dentro de cada criatura.
Sim, é através da sensibilidade do ser imortal que veste a roupa do corpo humano para o seu aprendizado que se consegue a paz, através das provas e expiações onde sem transita e o tempo passa devagar e lentamente mostrando como viver em harmonia com a família, na sociedade, no trabalho, por onde quer que se moureje.
Certamente a paz que Jesus de Nazaré oferecia, quando chegava ou deixava quando partia, pode ser encontrada no dinamismo que se imprime na vida, pela alegria de viver, no sentir da brisa que chega e no vento que sopra, sem que ninguém saiba de onde vem ou para onde vai, como se a anunciar que a vida além da vida, continua o seu trajeto em direção ao porvir de glória dos filhos de Deus, sempre bela, colorida e consentida.
A paz do Governador do Planeta chamado Terra tem o caráter do trabalho, da esperança e da confiança na Justiça Divina, outorgando a certeza de que o Senhor da Vida, sabe o que faz. Adquirir a paz do Celeste amigo significa cumprir retamente com as responsabilidades, enfrentar os momentos difíceis de provas e expiações que a vida oferece, na dor do leito do hospital ou na partida de um ser querido, quando chamado fora da hora combinada como diz o adágio popular.
Nos momentos de dor é que se conhece o verdadeiro caráter das pessoas e sua evolução espiritual. Veja o exemplo de Jesus de Nazaré, no monte Gólgota, no estertorar da vida física, em paz de espírito, rogava pelos irmãos menores, dizendo ao Senhor do Universo: "Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem."
Um dos conceitos elevados para obter-se a paz de Jesus e ter a certeza de que se encontrou o endereço da paz, é, sem contradita sempre se perguntar, se o que se está fazendo para o próximo é aquilo que gostaríamos que nos fizessem. Se a resposta da consciência, repositório das Leis de Deus, no dizer da questão nº 621 de "O livro dos Espíritos", aplaudir e responder que sim, não haverá dúvidas e se pode seguir em frente que o endereço e o projeto estão absolutamente certos.
Contrário senso, há uma sensação de insegurança apoderando-se do espírito para o abandono do projeto, sob pena de não se encontrar a paz que o coração tanto deseja. No seu lugar se consegue dores de cabeça que nenhum analgésico resolverá, pois, o único antídoto será aplicar a proposta do Divino Jardineiro, ou seja, primeiro, o arrependimento sincero, seguido do pedido de perdão para finalmente realizarmos o pagamento, recompondo o equilíbrio do Universo de Deus.
Será possível também encontrar o endereço e a paz de Jesus, utilizando-se de palavras que constroem e edificam, semeando pelo caminho energias que asserenem os espíritos, adotando postura de policiamento dos atos e pensamentos, sabedores que as criaturas são portadoras de imperfeições, mas, nem por isso, ausenta-se o convite perene da espiritualidade maior, para os herdeiros do Universo, serem melhores hoje do que ontem, na esperança de amanhã se tornarem melhores do são hoje.
Obter o endereço e a paz de Jesus implica em apreender com os próprios erros, tendo a coragem de confessá-los para aliviar o coração sofrido e sorrir pela oportunidade benfazeja dessa reencarnação que permite pagar os débitos transatos em suaves reencarnações.
Jamais esquecer de aceitar os outros como eles são, aceitar com resignação o que não pode ser mudado, e esforçar-se para mudar os velhos e comprometedores hábitos de falar mal do próximo, fumar, beber e todo o rol de atos inditosos que tão bem conhecem os viajores, como fatores de desagregação social e de estagnação espiritual, tudo em nome da vida futura que aguarda os filhos transviados do caminho do bem.
Em síntese apertada, não será reprochável anotar também nesse discurso, que o endereço da paz e da felicidade, tem morada na alma de cada um dos filhos da Consciência Cósmica, indicando esse proceder, que foram bem aproveitadas as lições de Leon Denis, no precioso livro “ O problema do ser, do destino e da dor. ”
Sem dúvida, o endereço da paz é no íntimo das criaturas que se consideram felizes com os dias de provas, com as realizações que cumprem com devotamento, conscientes de que Deus sabe o que faz; não basta mudar de lugar, mas é necessário transformar no íntimo os sentimentos de gratidão das criaturas, deixando para trás as atividades fúteis, as conquistas passageiras, e fixar morada na casinha aconchegante da alegria de viver, do amor à família, do prazer de servir, máxime por ter finalmente encontrado o endereço da paz, no coração dos candidatos à felicidade.
Ponto finalizando, segue o ósculo e a oblata da fraternidade depositada em seus corações, anelando se esteja de posse do endereço certo da paz, registrado no cadastro imperdível da vida, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.