Todas as criaturas guardam no imo de suas almas, a proposta de alcançar os páramos celestiais, nada obstante no caminho do nirvana, os calhaus e os acúleos sejam componentes das provas e das expiações. Bem por isso, incontáveis criaturas quando se dão conta do desacerto, amaldiçoam-se e não se julgam merecedoras das bem-aventuranças, porquanto dizem se encontrar no poço sem fundo da insensatez, da desonra, do opróbrio, da vergonha e da humilhação.
Nesse estado obnubilado d’alma, atirar com força letal os impróprios ao léo do momento, impregnando a atmosfera de fluidos deletérios aparentemente sem destino, mas, na verdade é como se exprobasse contra a Divindade, pois que pai é esse que permite que aconteça aos seus filhos as desventuras do caminho do opróbio. Em verdade, não é a Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, a responsável pelos desajustes e as desilusões, que as provas oferecem para medir e dar músculos fortes aos navegantes para a travessia do mar quando revolto ou quando o céu se apresenta obnubilado pelas tempestades, convidando os viajantes as cautelas indispensáveis para o bom êxito dos projetos dantanho.
Nesse caso, não se pode olvidar que a vida convida a todo o momento as criaturas a estarem atentas à questão número 625 de "O livro dos Espíritos", ocasião em que o paracleto questiona ao Espírito da Verdade. "Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir de guia e de modelo", ao que respondeu o espírito venerando, "ipsis litteris" "Vede Jesus".
Em verdade, o momento de entibiamento das criaturas, quando ocorre os desaires e os sentimentos convidam a se entregarem as dificuldades, e ao desanimo do programa de esperança traçado na pátria espiritual, não se autoriza blasfemar contra a Divindade, porque não somente se tem o modelo perfeito, como Ele, diante de todas as dificuldades, segundo João (16:33) asseverou: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
“In-Veritas”, inimaginável que os irmãos menores não possam seguir os exemplos do Divino Jardineiro, diante das dificuldades, porque dele mesmo é a assertiva de que somos Deuses e tudo o que ele fez, também podemos fazer. Sob o pálio dessa realidade, tendo o modelo, a referência, a luz iluminando os caminhos, se está apto a seguir os ditames daqueles que tem puro o coração e se pode a qualquer momento seguir as suas pegadas, atendendo ao próximo, amparando nas necessidades da hora a hora, oferecendo o ombro amigo, o conselho e o apoio aqueles que estão em desalinho, enfraquecidos de tal forma que deixam apagar a chama da esperança para o bom combate.
A cada irmão alquebrado pelos abrolhos do caminho, há sempre um novo dia e uma nova oportunidade diante dos sonhos a serem realizados, dos objetivos a serem alcançados, dos limites a serem superados. Os desafios são inúmeros, é verdade. As dores, por vezes, enormes, parecem quase insuportáveis de parceria com as lágrimas incontáveis. Todavia, o sofrimento é responsável por desabrochar os propósitos lhanozos, distanciando-se os profitentes das ilusões que se possuí acerca do problema do ser do destino e da dor, consoante se vê insculpido no educativo livro da lavra de Léon Denis, com o mesmo nome, esclarecendo à saciedade o pensador francês, as celebres questões de quem sou, de onde vim e para onde vou.
Uma vez satisfeita a cognição aos questionamentos d’alma, quando se julgue pobre, o desafio das escassas condições materiais, é a lição de que o pouco também é suficiente e da mesma forma, quando os reclamos são contra a família, que se atribui imperfeita e desarmoniosa, como se Deus não soubesse o que faz, são as lágrimas saudosas do ente querido que retornou para a pátria espiritual que agora mostra o quanto se é feliz na companhia dos familiares.
Para renascer das cinzas, sem contradita, é preciso buscar as forças e resistência no Divino Rabi da Galileia, no modelo perfeito, encontrar a luz e praticar as lições explicitada pelo nazareno, ou sob outra dicção, adquirir resiliência, vale dizer, exercitar a capacidade de lidar com os problemas do dia a dia e da hora a hora, adaptando-se as mudanças e superando os obstáculos e resistindo as pressões de todo gênero, número e grau, qualquer que sejam as situações adversas.
Combater o egoísmo, é um bem proceder, porque quando a dor da solidão chega, atrevida, sem pedir licença, sem escolher nem dia e nem hora, não se pode olvidar os amigos, porque é exatamente nesse ponto que tudo faz recorda de que a mão de Deus alcança seus filhos através do próximo. Renascer das cinzas é a capacidade humana de lutar o bom combate, no dizer de Paulo o apostolo dos gentios, até vencer no tatame da resistência para sair fortalecido das situações adversas. Esse renascimento se constitui de todo um processo, mediante as necessidades de cada candidato a felicidade, que Deus oferece aos seus filhos através das reencarnações para se ajustarem os passos, diante dos desacertos do pretérito.
Bem por isso, está à disposição dos interessados na corrigenda o instrumento e a oportunidade de renascer para se fortalecer através da elevação espiritual de cada criatura mediante as suas necessidades e características pessoais. Oh! Meu Deus. Com o instrumento da reencarnação, a oportunidade de se corrigir os desacertos, de aprender novas lições de seguir na única fatalidade que se pode afirmar existir, o caminho do Nirvana, para se chegar aos esplendores celestes, o que mais será que os filhos em descaminho podem desejarem para renascerem em pleno vigor da vida, sempre bela, colorida e consentida, senão dizerem obrigado senhor, porque eu renasci.
Ponto finalizando, respeitosamente se pede licença a Mary Stevenson, diante da sintonia com a retórica em apreço, para se transcrever o seu poema com o enunciado de “Pegadas na Areia”, escrito em 1936 e que lhe custou inauditos esforços para ver reconhecido os seus direitos autorais, ocorrência que se deu somente em 1984. Cabe por isso, homenagear esse espírito notável, rendendo-lhe os tributos que lhe são devidos pelo momento de tão elevada sensibilidade e comunhão espiritual, dogma que guiará os passos na direção dessa prédica para sensibilizar os corações que anelam renascerem das cinzas pelos bálsamos de amor do Divino Pastor.
DIZ O POEMA:
Uma noite eu tive um sonho.... Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do Céu passavam cenas de minha vida. Para cada cena que passava, percebi que eram deixadas dois pares de pegadas na areia; um era o meu e o outro do Senhor. Quando a última cena de minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes no caminho da minha vida havia apenas um par de pegadas na areia. Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos da minha vida. Isso me aborreceu deveras, e perguntei então ao Senhor: “Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, todo o caminho, mas notei que durante as maiores atribulações do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas.
“Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste". O Senhor respondeu: Meu precioso irmão, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas da tua prova e do teu sofrimento. Quando vistes na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS".
Assim, se o Mestre está sempre a amparar, se ele é o modelo e guia, se pode seguir suas lições, tranquilizando os corações para bem proceder, quando alguém procurar o benfeitor com frio, será porque temos a oportunidade de servir de cobertor que agasalha. Se a procura vier esparzindo alegria, ofereçamos o sorriso que alegra. Se a busca for feita com lágrimas, sejamos o lenço que alivia a dor. Se o irmão trouxer versos, façamos a música para ilustrar os versos com amor e esperança.
Se o companheiro de viagem trouxer a dor, sejamos o lenitivo que cura as feridas, realizando com as palavras a oferta do ombro amigo. Se porventura ele estiver com fome, sejamos o alimento a mancheias para aplacar a fome, mas se ele trouxer beijos e afagos, estejamos certos de podermos ofertar o mel que alimenta a vida. Se houver dúvidas na sua busca, que possamos lhe indicar a direção correta para asserenar o seu espírito. Se o amigo carregar consigo o desânimo, vamos estimulá-lo para prosseguir no bom combate, como ensinou o apóstolo dos gentios Paulo de Tarso.
Com esse ideário, recebam os amigos fraternos, votos de uma final de semana repleto de paz, em nome de Amigo Celeste, com o osculo da fraternidade depositado em seus corações em nome de Jesus.