Uma das questões sempre presente na vida das criaturas, no caminho de sua evolução é sem dúvida o descontrole emocional, ocorrência que se dá quando os projetos anelados não são concretizados, ou qualquer episódio do dia a dia não sai conforme o projeto adrede elaborado. É o quanto basta para se constituir motivo para o reproche, a bulha, ou a busca de um culpado, porquanto os viandantes descuidados procuram se escusar das responsabilidades, máxime porque encontrar um culpado para receber o apodo é sem dúvida um alívio que proporciona àqueles que não compreendem que todos os filhos de Deus são exclusivamente responsáveis pelos seus atos.
Trata-se do uso da livre escolha que faz para o caminho e a direção a seguir na estrada da vida, optando pela porta larga ou estreita que se lhe apresenta, é sim, a criatura quem deve assumir os resultados, ditosos ou não das escolhas. Alinhado com essa realidade, não é lícito em hipótese alguma, quando os programas planejados não dão certo, acusarem a Divindade pelos resultados aziagos, seja pela palavra articulada ou pelo pensamento, consciente que a Divindade tudo sabe, tudo houve e em tudo está presente, pois o Senhor da Vida é onipotente, onipresente e onisciente.
Não se olvide que não há povo que ignore a existência da Divindade. A ideia dessa Força Superior expressou-se, ao longo do tempo, conforme a cultura e os valores de cada comunidade, de cada época. Assim, na Antiguidade, alguns, como ainda ocorre, concebe a existência de um grupo de deuses. Na cultura greco-romana, eles eram quase humanos e, embora seus grandes poderes, eram considerados portadores dos mesmos sentimentos e imperfeições de qualquer mortal.
Algumas culturas lhes atribuíam atitudes tão brutais, que chegavam a lhes oferecer sacrifícios humanos, a fim de aplacar os achaques e destemperos das temidas divindades. Depois da tempestade dos tempos nasce o monoteísmo, a ideia do Deus universal, Criador de tudo e de todos, e, apesar da evolução do conceito de um único Deus, permanecia a ideia do Criador a vigiar as criaturas, pronto a castigá-las e enviar Sua ira Divina pelos menores erros humanos.
Assim, as criaturas temiam a Deus, acreditando que quaisquer desvios de conduta eram severamente punidos. Foi somente com Jesus que a concepção da Divindade ganhou o caráter nobilíssimo, porque a relação com a Potestade se tornou filial. O Divino Jardineiro ao apresenta-lo aos seus irmãos menores, o fez como o Pai Nosso que está nos céus. Da mesma sorte o Mestre dissertou sobre a sua amorosa Providência Divina, Sua Providência, seja com as aves dos céus, os lírios do campo, ou para com seus filhos. Nada obstante ter ciência da Justiça Divina apresentada pelo missionário do amor, poucos foram aqueles que compreenderam a proposta cristã, chegando mesmo a confundir o emissário com o Criador, imaginando-os como uma figura única, imbróglio no qual em nome de um ou de outro, prosseguiu a vereda do mau, perseguindo, matando e torturando-se uns aos outros ao longo dos séculos, causa porque, muitos passaram a negá-Lo.
Por esse viés, questionava-se a razão da existência de um Deus, que cometia injustiças e não foram poucos os filósofos que advogaram essa ideia, máxime porque, a partir do Século XIX, sob esse arrimo, incontáveis vozes se empenharam em destruir, em matar o sentimento de Deus, negando sua existência e enterrando-o nos recônditos d’alma, destronando a Providência Divina para entronizar a razão em Seu lugar justificando aquele procedimento como uma a atitude mais lúcida na defesa de seus ideais.
Com fulcro nesses pensamentos, de certa forma, os filósofos daquela época se sustentavam asseverando que se Ele existia, como aceitar tamanhos desatinos, tantas barbáries que estarreciam o bom senso. Sob esse pilar de sustentação, não refletiram, e olvidaram de analisar as alterações que os próprios homens introduziram no cristianismo nascente, tornando-o, muitas vezes, bem distante da proposta do Cristo.
Oh! Meu Deus. Que a rasa filosofia não permita as criaturas procederem como os filósofos dantanho, porque o Senhor da Vida, Inteligência Suprema, Causa Primeira de todas as Coisas, há que ser entendido e compreendido como Jesus o apresentou, Pai de amor, de Justiça e bondade. A consciência Cósmica na excelência da palavra: Não o Deus a ser adorado em templos suntuosos, mas o Pai que mora em nossa intimidade. Não o Deus tribal, que protege aos Seus, castigando os supostos inimigos, mas o Deus que ama a todos. Não o Deus que se incomoda com o que vestimos, com a música que se ouve, com os alimentos que nutre o corpo físico, com a religião que se pratica ou os dogmas que se estabelece, mas o Deus do Universo, Criador das galáxias infindas e belezas incomuns.
Sim. É urgente e indispensável parar de acusar o Senhor da vida pelos planos frustrados, pelas más escolhas, pela falta de esforço, pelos atropelos e abrolhos existentes nos caminhos das provas e expiações, máxime porque os vistos para a viagem, veementemente solicitados pelos viandantes, receberam a chancela celestial ao se candidatarem para o encontro com a felicidade, atendendo a Lei do Progresso, via que os levarão até os páramos celestiais.
Nesse sentido, assumir a responsabilidade e o resultado do exercício do livre arbítrio, é sem contradita, postura digna das criaturas em trânsito por esse belíssimo planeta chamado Terra, cognominado pelo arauto do bem, o poeta, Humberto de Campos, Pátria do Evangelho, Coração do Mundo. É, portanto, agora hora de hastear a bandeira da paz com Deus, desfazer os nós emocionais que se carrega por atavismo, com relação ao Pai Celestial, compreendendo-O como o Pai, que não castiga, mas ensina; que não pune, mas oferece caminhos para o melhor aprendizado, e sobretudo, alcançando acima de tudo, o sentimento de que O Senhor do Universo ama seus filhos e prove todas as suas necessidades, dia após dia, conforme as lições do Divino Pastor.
Trabalhar os valores éticos e morais é procedimento que será lícito e tornará conscientes os irmãos menores nos desafios de aprenderem novas lições com o propósito de expandir a consciência mostrando ao mundo que coração está repleto de esperança. Foi o procedimento do Cristo de Deus. Permita que essa luz interior irradie-se e espraiem-se em direção a todo o universo. Somos Deuses, no dizer do Celeste Amigo e a vida realmente é como um livro em branco, as ações a caneta com a qual se escreve a poesia e a história das existências.
Com esses sentimentos, depositamos em seus corações o ósculo com o óbolo da fraternidade universal em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo de sempre.