A vida é como um imenso castelo. Cada uma das criaturas de Deus tiveram o mesmo ponto de partida, criados simples e ignorantes, mas como obra do Eterno, onipotente, onisciente e onipresente, não há dúvida de que suas criações estão destinadas aos páramos celestiais, pois a Consciência Cósmica não faz modelitos, razão porque afirma O Divino Missionário que somos Deuses.
É crível também asseverar, improvisando com a pena, uma pobre poesia, para dizer que todos os filhos da Potestade na sua origem foram criados com luz própria e com as mesmas diretrizes, porque quando na escuridão dos céus foram lançados a mancheias pelo Senhor do Universo, embelezando as noites obnubiladas para iluminar os caminhos dos viandantes pelas provas e as expiações, na busca incessante do progresso e da elevação do espírito.
Os profitentes dirão, com certa doze de razão, contraditando a afirmativa que se todos na gênese foram contemplados com a luz, por que será que há estrelas que brilham mais umas que as outras, e a esses, com a intenção de não se criar um doesto, dirá a pena que sustenta a retórica, que a construção de cada castelo tem o esforço da pessoalidade, brilhando uns mais que os outros, porque cada criatura é responsável pelo seu futuro.
Envolvidos nesse discurso, e considerando as palavras do Nazareno de que os seus irmãos indistintamente, são capazes de realizar tudo o que Ele fez e muito mais, pode-se ver com clareza que há criaturas que brilham mais que outras em razão de seu esforço pessoal, alcançando brilho fulgurante, como é o caso de São Francisco de Assis, Santa Madre Tereza, Mohandas Karamchand Gandhi, Dr. Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Pe. Manoel da Nobrega, o Pastor Martin Luther King Jr. e incontáveis arautos do bem, arquitetos da edificação da felicidade.
Através dos arautos do bem proceder, se tem um espelho para a edificação das estruturas morais e do amor em plenitude, com o pincel e as cores que falem mais ao coração das criaturas, através de esforços e interesses personalíssimos na evolução a que se está destinado para alcançar os páramos celestiais.
Sob esse arrimo, e para que ninguém alegasse desconhecer o caminho das probidades de sucesso nas provas, a Inteligência Suprema, Causa Primeira de Todas as coisas, enviou seu missionário do amor, para ensinar seus filhos como ultrapassar as tempestades, os vendavais, os acúleos e os abrolhos da estrada para se alcançar a apoteose da elevação espiritual.
Nas palavras dos tutores da humanidade, posta na questão 625 de ‘O Livro dos Espíritos’, deixaram claro que o modelo e guia da humanidade é Jesus. Inegável, portanto, que Ele que na singeleza de seus exemplos estabeleceu o projeto para a construção da felicidade quando disse: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.’
Esse foi o convite para as criaturas recordarem-se que o Divino Pastor não era legislador, mas foi a sua palavra que colocou os princípios da Misericórdia nos braços da Justiça. Da mesma sorte Ele não era administrador e mesmo assim instituiu na virtude da caridade, o campo da assistência fraternal em que os mais favorecidos podem amparar os irmãos em penúria, porque somente nesse ponto existe a construção sólida capaz de suportar os vendavais e as tempestades das provas.
Ao que consta também, seu missionato não era o de escritor, mesmo assim inspirou as mais belas páginas da humanidade e sem ser advogado foi, e é ainda hoje, o defensor de todos os infelizes. Sob a mesma bandeira do amor exigente, sem ser engenheiro ou arquiteto, na área das edificações, continua construindo as mais sólidas pontes, destinadas à aproximação e a fraternidade entre seus irmãos menores.
Jamais se identificou como médico, entretanto curou e prossegue curando os males do corpo e do espírito, convidando todos para a construção de hospitais e a prática das obras de benemerência, chaves para abrir as portas da felicidade e estender alívio e socorro aos doentes, desfraldando a flâmula do amor, pregando a extinção do ódio, desculpando sem condições àqueles que ultrajaram a existência e as criaturas de Deus.
Sob o pálio dessas considerações, o edifício da felicidade se constrói unindo os corações em ventura, praticando o santo evangelho, amando o próximo na excelência da palavra, dando amparo aos entibiados, mantendo a fé em preces e agradecendo ao Eterno as bênçãos recebidas que chegam aos destinatários a mancheias, cantando as alegrias da reencarnação em rima, prosa e verso, com Deus no universo.
Em síntese apertada, a entrada da porta da felicidade, para se alcançar esse santuário, habita nas orações e não nos lamentos, pois tem sua fonte na lhaneza do exercício da fé sincera, avançando pela porta estreita oferecida por Jesus de Nazaré ao convidar os viajores da felicidade na máxima:
‘Vinde a mim, todos vós que sofreis e estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo leve’. (Matheus, cap. 21, ver. 28/30).
Sem contradita, a construção do castelo, da felicidade depende de cada candidato aos páramos celestiais. Não há exceção. É fato que muitos dos que vêm na retaguarda das provas anelam por dias de formosura, de alegria e de prazer, imaginando que o mundo onde habitam esteja num planeta de veraneio. Ledo engano. Os profitentes do espiritismo sabem que o orbe é de provas e expiações.
Sob outra dicção, os arquitetos são os responsáveis por tudo que cativam na jornada em direção ao progresso a que se estão destinados. As demais religiões do planeta, com raríssimas exceções, são todas espiritualistas. Acreditam na vida além da vida. E, se acreditam na continuidade da existência incorpórea, por óbvio, será inexorável saber nas profundezas abissais das almas, que todo ato reprochável deverá acarretar o equivalente em dor para possibilitar a reparação devida.
‘Mutatis mutandis’, todo ato de generosidade ou de altruísmo, traz em sua natureza as blandícias do amor fraterno, que possibilitam a elevação moral e espiritual dos que a praticam, servindo de arrimo para conduzir seus gestores às culminâncias dos altiplanos celestiais.
No dizer do filósofo Carlos Drumonnd de Andrade: ‘A vida é uma sucessão de acontecimentos’; sentimento poético do qual poder-se-á dizer que se coloca em movimento as energias poderosas do universo, para trabalhar a favor dos candidatos à felicidade, construtores do porvir, utilizando o verbo servir em todo tempo, modo e pessoa para conduzir à vida bela, colorida e consentida.
Oxalá não se façam ouvidos moucos ao fato de que há pessoas que pensam o dia todo em dificuldades, e, tudo lhes parece um holocausto. Um simples gesto de amor, uma palavra de carinho, ou dizer um bom dia cheio de esperança constitui um sacrifício. Nesse desalinho, todas as coisas põem-se em desarmonia com a vida que estua dentro do espírito. Oh! Meu Deus. Que as criaturas compreendam que para construir a felicidade, tarefa personalíssima, é indispensável deixar fluir os sentimentos do imo do ser imortal, construindo-a tijolo a tijolo, pedra sobre pedra.
Não será fácil o desafio. O prêmio, contudo, é precioso e vale a pena ser perseguido, momento a momento, dia a dia e hora a hora. Nas primeiras horas da manhã deve-se contemplar a vida, agradecendo ao Pai Celestial a casa de morada, onde habita a família, repousa o corpo físico e se prepara para o ‘bom combate’, no dizer de Paulo Apóstolo em sua epístola aos Coríntios, para o bem viver.
Ponto finalizando, recebam os irmãos de jornada, o ósculo e a oblata da fraternidade com votos de muito paz e amor em nome do missionário do amor por excelência, Jesus de Nazaré.
O amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -