Uma das questões que espicaçam o ser humano, máxime quando interessado em ir até as profundezas abissais do conhecimento, é como abranger o verbo amar com a sabedoria, unindo as propostas sub óculis, para o relevo que ambos os alvitres se fortaleçam na alegria de viver, para bem se conduzirem pela esplendorosa viagem pelo planeta Terra, atentos ao roteiro de provas e expiações a que estão destinados os filhos da Potestade.
Para a grande viagem do conhecimento, os viandantes estão atentos para o aprendizado do sábio, conscientes de que esses são criaturas caladas, amam o silêncio e alcançam através dessa calma poderem mergulhar mais facilmente dentro de si buscando o autoconhecimento. Anseiam penetrarem com sensibilidade nos bastidores de todas as coisas e acontecimentos, buscando extrair daí lições valiosíssimas. São pessoas extremamente discretas e bondosas, desenvolvendo em seu espírito alto grau de humildade.
Sem contradita, são os que já encontraram nas palavras e nos exemplos do missionário do amor, a verdade, o caminho e a vida, sob a prédica do amar uns aos outros como a si mesmos; com essa sabedoria conquistada na estrada da vida, trazem no peito o dogma proposto por Paulo, o apóstolo dos gentios para o bom combate, não se deixando abater pelos vendavais das provas, cientes de que todo distraído pode tropeçar na pedra, diante do que anotou alhures o poeta Carlos Drummond de Andrade que “no meio do caminho tinha uma pedra”.
Aqueles que adquirem a sabedoria, dessedentando-se na fonte inesgotável do amor, consoante os ensinamentos do Homem de Nazaré, estão conscientes de que o violento pode tropeçar na pedra pela própria incúria, e ao depois, fazer dela um instrumento de agressão; aqueloutro, que pela sabedoria aprendida na universidade da vida, aplica a sabedoria com o amor em plenitude, diante da mesma realidade, serenamente utiliza a pedra para construir os próximos passos; de outro lado, se a pedra estiver no caminho de um camponês, sem surpresa ao caminheiro, ele fará dela um assento.
É notório que o escultor Michelangelo com a pedra em suas mãos, transformou-a na estátua de Moisés; tão bela ficou a sua escultura que ao terminar de esculpir a imagem, foi tomando de forte emoção diante de sua beleza, o que levou o artista a exclamar com alegria, como se ordenasse à pedra que falasse, dizendo-lhe: “Parla”. Da mesma sorte, o modelo de amor em plenitude, Jesus ordena aos judeus que removeram a pedra do sepulcro que guardava o corpo de Lázaro e o ressuscita.
Nesse sentido, ao profitente em análise perfunctória, é inegável que a diferença não está na pedra, ou em qualquer dos instrumentos pedagógicos que o Pai Celestial oferece aos seus filhos para se desenvolverem sob os ditames da Lei de Progresso, mas na atitude que os candidatos à felicidade têm diante do bom combate, das dificuldades, dos acúleos e dos abrolhos que se encontram pelo caminho para o exercício da inteligência e da paciência e sobretudo da fé raciocinada.Com esses sentimentos, a sabedoria resulta em fonte perene e inesgotável do amor, transformando os tolos em sábios, para que nas atitudes do porvir se tornem serenos, mansos, calmos e prudentes, não se jactando em salvadores do mundo. Como bandeira de elevação espiritual, não fazem apologia para o fanatismo, ou para lavagem cerebral dos irmãos de jornada, e da mesma forma, reprovam a manipulação de pessoas, porquanto, em suma, a sabedoria é uma conquista d’alma, por absoluto merecimento e não por título acadêmico, eis que os sábios estão conscientes de que somente os tolos sabem de tudo, enquanto os candidatos ao amor, apreendem algo de novo a cada dia, em cada oportunidade, sob os cânones da Lei de Amor. Na proposta sub exame, sabe-se que as divergências naturais da vida estuam dentro de cada criatura, sobrevindo resultado diferente na compreensão das questões transcendentais do ser, do destino e da dor, segundo a retórica de Léon Denis. - (Editora FEB www.febnet.org.br)
No estudo da evolução do pensamento, aprofundando o bisturi do conhecimento na personalidade integral, a alma e os diferentes estados do espírito na sua marcha evolucionista em direção aos páramos celestiais, há excelente espeque para o fim anelado.
Com fulcro nessa anotação reside a razão das naturais diferenças de crescimento de cada espírito em evolução, não se olvidando de que apesar dos espíritos serem criaturas do Criador, não foram criados no mesmo instante, sendo oportuno anotar os ensinamentos de Jesus asseverando que “ O Pai Trabalha e Cria até hoje e eu também trabalho, ” asseverou o Celeste Amigo, nos proscênios da história da humanidade.
Daí, será compreensível que as criaturas que estejam em níveis de evolução mais elevados, devam ser afáveis com aqueles que se encontram na ribalta da evolução. Essa apologia tem propósito na Lei da Divindade. Colocar suas criaturas na mesma estrada para que possam vencerem as diferenças existentes em cada candidato à felicidade, de sorte que os mais adiantados possam praticarem a virtude da caridade mediante o auxílio ao seu próximo.
Cabe registrar, lamentavelmente, que com exceções honrosas para aqueles nimbados na bem-aventurança da compreensão dos desígnios de Deus, o fato é que, basta um desalinho, num país, em uma família, no ambiente de trabalho, uma dissintonia que seja sobre um ponto qualquer, e nascerá uma briga, uma luta, uma disputa e guerra, com todos os ingredientes dos tormentos que o homem consegue impor ao seu irmão entibiado.
Não será demais asseverar que a família unida se fortalece e torna os vizinhos amoráveis e o bairro próspero. As famílias unidas conduzem a cidade à estabilidade financeira, possibilitando emprego a seus habitantes e facultando o amor fraterno. Os Estados, com cidades bem organizadas e com os seus habitantes vocacionados para a religiosidade saudável, conduzem a Nação à bem-aventurança que os povos buscam com azáfama, em nome da paz mundial.
Nesse caminhar, como todos estão em evolução, cada um vive o seu momento de crescimento, certo de que a cada erro, a dívida será cobrada no tempo oportuno, pois, desse orbe ninguém sairá até que pague o último centíl, é o discurso do Homem de Nazaré, causa porque será justo arrimar a reflexão em tela sobre “a sabedoria como fonte do amor”, nas atividades primeira do carpinteiro, o Divino Galileu, para dessedentar a sede de paz, construindo as pontes do amor em nome D’Ele. Ponto finalizando pedimos vênia a Emmanoel, por Francisco Candido Xavier, para parafrasear parte de suas lições inscritas in: "Algo Mais," todavia harmonizadas com o tema da sabedoria como fonte do amor naquele que é o expoente máximo da ponte do amor.
“Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e conforto... Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo algum, te recusa bom ânimo... Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinquência, refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas bênçãos da paz... Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos quais empenhaste generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos preciosos à recuperação de que careças... Ante as crises da existência que te sugiram revolta e desespero, recorda o mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem, sem perder a esperança... E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da consciência que esse alguém é Jesus.”
Votos de muita paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli