É A FAMÍLIA EM PRIMEIRO LUGAR.
É lugar comum as pessoas asseverarem que a família deve vir em primeiro lugar, sob todos os projetos da existência, sentimento que atende aos reclamos da lei social e sobretudo os compromissos assumidos na pátria espiritual, seja para resgatar os compromissos dantanho, seja para recepcionar os filhos que a Consciência Cósmica coloca sob a tutela dos pais, travestidos em anjos tutelares, confiando no discernimento daqueles que assumem essa missão, máxime porquanto as criaturas, por natureza são seres eminentemente gregários atendendo à lei do progresso, para viverem e aprenderem no convívio social.
Esclarecido às criaturas para não se sintonizarem com os misantropos e os eremitas, há regras de bem viver para a família ser o mais importante projeto da viagem de aprendizado no mundo de provas e expiações, como se pode observar na conduta do lar e no convívio com os entes queridos, conscientes de que a lição é evangélica, concitando-se os aprendizes da felicidade a amar ao próximo como a si mesmo.
Nesse sentido, não se deve gritar com os componentes do clã, evitando transformar o santuário da família em ambiente de algaravia, especialmente porque o reduto doméstico é a escola da vida, onde há que imperar o diálogo para o entendimento, porque a discussão, apesar de ser forma de aprendizado, jamais produz frutos saborosos entre os conhecimentos de cada um dos estudantes da vida.
Não se deve jactar a ser o mais importante, procurando possuir méritos do qual ainda não se é portador, mas permitir fluir na simplicidade do coração amoroso, a verdade de que todos na família têm o lugar e posição destinado para aprender a amar incondicionalmente, aceitando cada criatura no estágio em que ela se encontre.
A crítica acerba é sempre má conselheira; todos são passiveis de errar; falar auxiliando dá frutos de compreensão, simpatia e amor, exato como Jesus ensinou, considerando que todos em seus postos de aprendizado necessitam do apoio verbal, construtivo em benefício dos sagrados laços da família. Para se viver no “lar doce lar” é indispensável saber que a palavra tem vida e vida em abundância, fonte geradora de respeito de um para com o outro a fim de se alcançar a paz.
Cada criatura, no seu posto de aprendizado para onde foi destinado, deve contribuir em benefício da congregação à qual está filiado, máxime na escolha dos assuntos em pauta, com a bandeira do otimismo, o que dá azo a conversação educativa, para se alcançar o bem estar do grupo, e, com a devida vênia, que se pede a Charles Chaplin para parafrasear seus conceitos, a verdade é que cada um tem o dever de lutar com determinação, abraçando a vida com paixão, perdendo com classe e vencendo com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve a e vida é muito bela para ser insignificante.
Ipso facto, jamais o pessimismo deve servir como zênite para o diálogo; em verdade, a fonte natural do bem viver deve ser o otimismo, o entusiasmo pela vida, bela, colorida e consentida, porque não existe ninguém, absolutamente ninguém, que não necessite de esperança e otimismo na execução de próprio dever.
Nessa retórica, anote-se, sem a intenção da afirmativa para criar um doesto com a filosofia dos eminentes filósofos, tidos como pessimistas, Arthur Schopenhauer, em sua obra "O Mundo como Vontade e Representação", distinguindo o mundo como uma maligna vontade metafísica e, Immanuel Kant, fundador da “Filosofia Crítica”, dedicando a esclarecer os conceitos a respeito do debate da natureza do conhecimento, para elucidar o funcionamento do mecanismo de apreensão e de compreensão da realidade, permitindo ao homem se alcançar inserido em um Universo.
É, pois, sob o manto da alegria e do entusiasmo, que deve reinar no seio familiar, a prédica do inesquecível Mahatma Gandhi, instituindo como dogma sagrado para a família que “a alegria está na luta, na tentativa e não na vitória propriamente dita. A força não provém da capacidade física. Provem de uma vontade indomável”.
Na luz dessas opiniões, o reduto do lar, é conceito vigente do bem proceder, onde os conviventes jamais se arrependerão de haver falado do bem, desviando os assuntos que trazem amargor ou apontam erros de outrem, sem a mínima consideração pela virtude da indulgência; é pela palavra edificante que mais depressa se desloca para frente em busca das conquistas da Vida Imperecível, consoante as lições do espírito Hilário Silva, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro Fé, incerto na lição nº 06. Página 24.
Com fluxo nesses sentimentos, as conquistas obtidas sobre as diversas atividades da vida, sejam sentimentais, intelectuais ou nos recursos hauridos pelo nobre esforço do trabalho, tudo, mas tudo mesmo passa a ter outro significado e valoração para os seres humanos cujos cabelos começam a ficarem enluarados pelas experiências transatas. Nesse momento, se "descobre", e melhor se avalia as dádivas recebidas do Senhor da Vida, e a família passa a ser vista não como um escolho, mas como uma benção do Pai Celestial.
Os filhos serão tratados com amor fraterno, criaturas que Deus confiou aos bons ofícios dos progenitores, adquirindo significado especial na jornada da vida, porque se aprende a admirar suas qualidades, em detrimento das reprimendas do passado recente. Nessa retórica, em nome da fraternidade universal cultiva-se no jardim das existências em provas, os integrantes do seio familiar como companheiros de viagem, inseridos no projeto de melhor realizar hoje, os atos dessarroados do pretérito, consciente de que o ser humano em evolução, se conhece pelo bem proceder do momento, em detrimento dos equívocos do passado comprometedor.
Nas experiências adquiridas até o anoitecer da existência, melhor se compreende as memoráveis lições de vida ofertadas pelo Divino Rabi da Galileia. Assim, o instrumento do perdão, começa a fazer sentido no dia a dia e hora a hora. O amor em plenitude, é regra pétrea de vida, como Ele fez ao amar incondicionalmente e ao ensinar que o verbo amar significa libertar e não algemar. Quem ama compreende e não aprisiona.
Virtudes como a tolerância, a paciência, a indulgência e o respeito ao que pertence a outrem passam a fazer parte do protocolo das provas. A alma sedenta de amor pacifica-se quando ao final de um dia bem trabalhado, enfrentando o bom combate com dignidade, no lar encontra a paz e ao anoitecer a consciência aplaude os atos vividos no presente.
Nesse estado dalma, o ser humano não carece mais de grandes realizações quer no plano material, quer no plano espiritual. Compreende-se que as primeiras pedras do caminho, - vencer em família - é importante na construção do futuro edifício do amor.
Colocar a família em primeiro lugar pode eventualmente implicar em menos dinheiro, fama e projeção social, quando não, ser olhado com desdém. Contudo é nessa hora que o axioma serve de consolo, quando define aqueles que priorizam a família porque, “Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar”.
Oh! Meu Deus. Como entender o sucesso em qualquer área em que atue a criatura humana, se olvida as questões do homem na sociedade familiar, e, obtém como resultado da empáfia social dos jornais e da mídia, um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia a dia, diante do desamparo que se submete o clã familiar. Que responda a consciência do justo.
O lar constitui o cadinho redentor das almas. Merece o investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de dilatar os laços da estima. Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado. Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete aos cônjuges serem generosos, o melhor pai, devotada mãe, o filho dedicado e o companheiro benevolente. Afinal, na família consanguínea, se tem o teste permanente das relações com toda a Humanidade.
Ponto finalizando, recebam o ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, e votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.