06.07.2018 – O RETORNO ... ... SE EU PUDESSE VIVER DE NOVO
No livro da vida, das criaturas em viagem na nave espacial chamada Planeta Terra, em direção ao mundo de regeneração, merece anotar o incontido desejo dos viandantes em provas e expiações para retornarem às questões mal resolvidas no pretérito dos testes existenciais, com esperança de corrigirem os desalinhos e ajustarem os passos, objetivando o reto proceder para sentirem a alegria da paz como o Nazareno ensinou, pacificando a consciência, repositório das leis do Eterno, segundo consta na questão número 621 de “O Livro dos Espíritos”.
De fato, esse desejo no recôndito das almas que anelam pela paz interior, guardam a lhaneza dos nobres propósitos na matéria e oferece prova inquestionável da bondade e do amor sem limites que a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas, tem para com as suas criaturas, ao permitir o retorno de seus filhos pela reencarnação, possibilitando os ajustes necessários aos desacertos dantanho para purificar a alma e pacificar os corações, chancelando o passaporte para os esplendores celestes, única fatalidade e destino das criaturas em sua longa viagem pela nave em trânsito para o mundo de regeneração.
É nesse sentido que os anos vão se somando, formando décadas na dobra dos lustros e ao se olhar para a ribalta dos acontecimentos, na análise que se faz quando dos acertos dos atos praticados, a consciência aplaude as atitudes de retidão, seja na família bem estruturada ou nas atividades consolidadas sob a égide da ética e da moralidade, sente-se que o livro da vida está registrando a elevação do espírito no caminho certeiro da pacificação d’alma.
Sob o mesmo díptico, quando os espículos do tempo ferem e fazem os viajores do planeta Terra recordarem procedimentos inadequados e o Egrégio Tribunal de Justiça da Consciência reprova, vem o desassossego, a irritação e o desejo de nova oportunidade para a correção de rumo, entregando a César o que é de César, consoante as lições do Divino Missionário do Amor.
Com fulcro nesses ideais, colhe-se na Redação do Momento Espírita de 08.02.2018, com base no artigo da Revista Seleções Reader’s Digest, dos idos tempos de dezembro 1982, da lavra de Erma Bombeck, sob o título de “Se eu pudesse viver de novo”, para parodiar esses sentimentos com os seguintes pensamentos: No caso de se sentir que o momento presente é uma ótima oportunidade para se experimentar a felicidade que não é desse mundo, mas cujo prelúdio pode ser sentido nessa ensancha, não se pode deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Por isso, é de bom alvitre fazer uma lista das questões que convidam à reforma interior, anelando que os anos porvindouros permitam modificar os comportamentos desalinhados do pretérito, iniciando, sem perda de tempo um novo projeto.
No outro pólo, quando há uma sensação de que o tempo se esgotou sem esse despertar do espírito, a severidade do julgamento que se faz das ocorrências, sem dúvida é de que não haverá tempo suficiente para as modificações que o coração reclama e o espírito deseja; queda-se a criatura no retardamento dos íntimos desejos de melhora e imagina dizendo de si, para consigo mesmo: Oh! Meu Deus, se eu pudesse retornar ao passado, viver de novo aqueles momentos, conduziria minha vida de forma diferente.
Certamente falaria menos e ouviria com atenção todos que jornadeiam na grande viagem; aproveitaria o convívio da família, distendendo o tempo para ouvir as histórias das experiências de vida de todo o clã; prestaria atenção no crescimento dos filhos e netos, e pacientemente sentaria com eles, rindo ou chorando as suas dores, sempre servindo de amparo.
Quando a doença atrevida viesse à porta, me permitiria ficar acamado, para restabelecer as forças, e em breve porvir retomar os deveres e as obrigações, sem ser fardo para a família ou o estado de direito, crente que os filhos da Potestade são responsáveis por sua jornada. Na escolha do bom caminho, gastaria os verbos e as expressões “eu te amo, sinto muito, fique comigo mais um pouco, me ajude por favor, somos todos irmãos; Jesus é meu pastor, nada me faltará” e todos os predicados indispensáveis à fraternidade universal.
Sem criar um doesto, é essa a oportunidade que o Senhor do Universo oferece aos seus filhos, nessa viagem de aprendizado; por isso, se ainda dispomos deste dia e hora, vale a pena exercitar esse propósito, vivendo com alegria as bem-aventuranças das próximas horas, meses, e anos que reste no anoitecer das provas.
Todavia, se no declínio das provas e expiações, a enfermidade ou outra questão transcende o entendimento da hora da partida, tolhendo a execução de tudo que se anseia, ainda assim, é hora dos bons pensamentos e esperança, porque não há engano, haverá, sim, uma nova oportunidade de viver de novo, instrumento de renovação que se chama reencarnação, como as flores da natureza se renovam, também os viandantes florescerão em nome do Eterno.
Sob o pálio do amor celeste, desfralde-se a bandeira de que se não for possível reestruturar os caminhos agora, no amanhã, parodiando o insigne Mestre Genovês, Carrara em seus conceitos logísticos, dir-se-á que “tudo será claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer expressão algébrica”.
Retornaremos ao cenário da Terra, num corpo novo, tudo recomeçando. Então, desde já é boa política se esmerar nos bons propósitos de uma vida plena de idealizações positivas, convidando os candidatos à felicidade a guardarem a certeza de que toda a elevação espiritual conquistada nesta oportunidade, estarão presente no livro da vida, registrando os nobres ideais conquistados oportunizando a evolução e progresso, de sorte que toda contribuição para um mundo melhor será para o mundo que encontraremos no retorno.
Ponto finalizando, em nome dos nobres ideais e cada vez mais próximo da meta almejada, dos sonhos e projetos para se alcançar os páramos celestiais, há novas oportunidades. Nessa ensancha, cada um qual dotado de novas experiências e melhores preparados para cumprir retamente os deveres assumidos na pátria espiritual, estamos prontos para o bom combate.
Valerá a pena viver com alegria o maravilhoso despertar do espírito, pois cada dia que passar, ter-se-á novos desafios, novas oportunidades de melhora, de reforma íntima, de reflexão e de aprimoramento para se atingir a felicidade. Os minutos sucederão as horas, os dias sucederão os meses, e os meses sucederão os anos que se vive e cada um deles convida à reflexão dos atos e das atitudes.
Por essa razão, não será lícito a nenhum dos filhos da Providência Divina desperdiçar as chances de bem viver todos os dias, todas as horas e todos os minutos. Em verdade, caberá a cada um em particular a responsabilidade de levar a vida, os dias e os nossos minutos, como se fossem uma página de um livro escrito em definitivo. O tempo passa depressa e não volta mais. É preciso fazer o melhor, hoje e agora. A felicidade se inicia no presente.
Envolvidos nos sentimentos de fraternidade, agora é a hora para sorrir, manter acesa a chama dos motivos para celebrar a vida e outras razões para chorar conscientes de que amar a vida, bela, colorida e consentida é amparar-se, fazer preces, é agradecer mais vezes ao Eterno. É também hora de depositar o ósculo do amor e a hóstia da bem querência em seus corações, com votos de muita paz em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli