Nota-se, pela ciência da observação, o sentimento de alegria nos irmãos de caminhada quando exteriorizam manifestações de júbilo, deixando transparecer o que vai nas profundezas abissais d’alma, seja porque um projeto há muito esperado se concretiza, ou ainda, sem que se saiba de onde vem esse sentimento, há uma manifestação inconsciente de bem-estar; contentamento que pode ocorrer por múltiplas razões.
Pode se conjeturar tratar-se de um momento de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, possuindo a cognição de que não há sofrimento sem causa; essa alegria é formada por diversas emoções e sentimentos, seja específico, seja de um sonho realizado, sem necessidade de nenhum motivo especial, razão porque muitas criaturas despertam do sono vibrando alegria e entusiasmo.
Na historiografia mundial, a felicidade é abordada por diversos filósofos, pela psicologia e pelas religiões. Os primeiros, associavam a felicidade com o prazer, entendo que é difícil definir a felicidade como um todo em si mesmo, oportunizando que o objeto da análise surja com o envolvimento de sentimentos e emoções. Assim, os filósofos estudavam qual o comportamento e estilos de vida poderiam levar os indivíduos candidatos à felicidade plena.
Na área da psicologia, consta que a Universidade de Oxford criou um questionário para medir, através de vários métodos e instrumentos, o nível de felicidade das pessoas. Acreditava-se que para medir a felicidade seria necessário avaliar fatores físicos e psicológicos, renda, idade, preferências religiosas, políticas, estado civil etc.
O psiquiatra Sigmund Freud defendia que todo indivíduo é movido pela busca da felicidade, mas essa busca seria uma coisa utópica, uma vez que para ela existir não poderia depender do mundo real, onde a pessoa pode ter experiências como o fracasso, portanto, o máximo que o ser humano poderia conseguir, seria uma felicidade parcial.
A doutrina religiosa budista através do “nirvana”, acredita que a felicidade ocorre através da liberação do sofrimento e pela superação do desejo, através do treinamento mental. Todos desejam ser felizes. Todavia, na contemporaneidade a depressão tem feito tábula rasa, tornando-se comum o caminho para a infelicidade e o desânimo; de fato, mais se ouve falar de tristezas e de dificuldades, com pessoas de cenho carregado, de semblante sombrio, levando os profitentes do tema a se questionarem se existe mesmo motivos para a alegria e a felicidade.
Muito se fala dos problemas que precisam ser enfrentados na vida dura que se leva, das horas cansativas que o trabalho profissional exige, sem por vezes a justa paga. Os noticiários também não colaboram para mudar essa forma de ver a vida; consideram os relatos dos cataclismas, que destroçam vidas e acabam com patrimônios construídos com esforço, como desgraças, sem lançar os olhos sobre o seu valor pedagógico. Nos telejornais, há também lugar para a violência que grassa na humanidade e alcança todas as pessoas em todos lugares.
Por essas razões, as criaturas se deixam levar por esse viés de tormentos, próprio de um planeta de provas e expiações, realizando o oposto da alegria, deixando se invadir pela melancolia, resultando no abraço com a tristeza. É o que ocorre com o desânimo forçando a se curvar os ombros e arrastar os pés, como se carregasse uma bola de chumbo acorrentada na caminhada das provas.
Em verdade, o indispensável para se instalar a alegria e a felicidade nos corações das criaturas e tomar conta dos filhos do Altíssimo, será preciso apenas desalgemar-se dessas correntes negativistas, dispensando estudos profundos de psicologia, de filosofia, e da religião, atendo-se mais à ciência da observação, olhando para outra direção, para ver e sentir as leis divinas imperando em toda a natureza para se perceber novo cenário. Ipsis verbis, veja-se, onde há atmosfera pesada, e nuvens negras escurecendo o céu, chegam os ventos em fúria e a água jorra abundante, lavando o ar e penetrando o solo.
Por sua vez, a terra sorve com rapidez o líquido precioso e agradece a vida que estua em sua plenitude, exalando um característico perfume de terra molhada, que a todos contempla. Dissipada a tempestade, sente-se o ar leve. Sem contradita, o céu se oferece claro e se manifesta brindando os viajantes do planeta Terra em respeito à vida, bela, colorida e consentida. Nesse sentir, em breves momentos se esquece a tormenta que ficou no passado. É sem dúvida alguma a constatação que se faz também das ocorrências da existência dos viandantes em trânsito pelo belíssimo planeta Terra.
Depois dos momentos difíceis, descobre-se as cores do arco-íris que permite a cognição de que os dias felizes e a alegria dependem de cada um em particular, atitude personalíssima, em direção à felicidade de bem viver, a cada dia, cada momento, conscientes de ser filhos do Eterno, herdeiros do universo, nas lições liriais de Jesus de Nazaré, ser Deuses.
Nessas reflexões, pode-se listar tantas coisas que fazem a felicidade dos candidatos à felicidade, como dar-se conta de que para ser feliz basta ser filho do Pai Celestial; ser feliz é ter um corpo saudável, que permite a mobilidade, permita ouvir, ver, falar; ser feliz e alegre é desvendar o alfabeto e descobrir o segredo das letras que narram e contam história e estória do belo, do bom, e do extraordinário progresso realizado pelas criaturas de Deus em direção aos páramos celestiais; ser feliz é ter um teto, uma família grande, pequena ou minúscula; ser feliz é ter quem após um dia de trabalho honesto e probo receba a companhia com um abraço e os olhos espelhando luz.
Não por outra razão, poetizou o inesquecível Machado Assis, em memorável página da literatura pátria, assim transcrita: “Eu gosto dos olhos que sorriem, de toque que sabem conversar e de silêncios que se declaram”.
Da mesma sorte, pode-se sentir, nos recônditos d’alma, ser feliz por se ter a capacidade de apreciar um bom filme, um espetáculo de ballet, uma sonata, uma peça de teatro, ou poder cantar em prosa e versos uma canção, dedilhar um instrumento, soprar uma flauta imitando o vento que vem e que passa, trazendo alegria e felicidade aos filhos do onipotente, onipresente e onisciente, a Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas.
Será, pois, digno de nota, aos filhos da Providência Divina, com presteza escreverem uma lista das razões, motivos e causa da alegria de viver e da felicidade que invade os corações dos filhos da Potestade, porque, surpreender-se-á, com certeza, com a abundância de itens da lista que faz a felicidade e a alegria, todos os dias, toda semana, mês e ano, por toda a eternidade, e, enquanto se descobre tantas bênçãos que chegam a mãos cheias, como pétalas de rosas ofertadas pelo Pai Celestial, permita-se sentirem nos acordes musicais que tocam a melodia do universo em prosas e versos.
Envolvidos no sentimento da alegria e da felicidade, pedimos licença para parodiar mensagem dos espíritos venerandos dizendo: Hoje, aqui e agora é o momento especial de renovação para o espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós a capacidade de recomeçar a cada ano. Assim, a alegria e a felicidade, é invadir os corações em ternura, tendo a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.
Sorrir... Há novos motivos para chorar outros para nos alegrarmos, porque amar o próximo é dar mais amparo, fazer preces e agradecer mais vezes a oportunidade de amadurecer um pouco mais para olhar a vida como dádiva de Deus, sendo rima é ser verso, sendo Deus no universo.
Com esses sentimentos d’alma, para que o jardim da vida floresça, a alegria e a felicidade seja senhora dos corações em pulcritude, há que renascer a cada dia que amanhece; sentir a pureza do amor, purificar os pensamentos com sentimentos nobres logo nas primeiras horas da manhã; substituir o homem velho, retirar-lhe a poeira do tempo, das palavras inadequadas e os rituais ultrapassados, para deixar as flores desabrocharem diante da nova criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida; desejar ardentemente que a alma renovada pelo repouso do corpo, desabroche do sono como a rosa do botão, para surgir como a aurora no oceano, ao sorriso dos lábios e no gesto da esperança, para engrinaldar os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo.
Ponto finalizando, anelando que a alegria e a felicidade façam morada nos sentimentos puros d’alma, deposita-se a hóstia e o ósculo da fraternidade na vida dos companheiros de viagem, com os votos de um bom fim de semana e muita paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.