A PÁTRIA AMADA BRASIL - SENTIMENTO DE ALEGRIA
Sem contradita, apesar dos pesares, no país que abriga as criaturas em provas e expiações trazem no bornal suas obras do pretérito construídas em longínquos países as malas do passado distante repletas de compromissos, muitos deles comprometidos com o bem proceder e os projetos de progresso e elevação espiritual.
As criaturas dantanho renascidas nesse Brasil, Pátria do Evangelho, Coração do Mundo, como exortou o poeta pátrio Humberto de Campos em seu alfarrábio, pela psicografia do saudoso Francisco Cândico Xavier, com o mesmo nome, há demonstração e apólogo nas palavras do benfeitor Emmanuel, no prefácio do livro em apreço, esclarecendo o quanto se procura sustentar na retórica em análise
Examine-se, pois, que é comum ouvir-se alhures e algures, exclamações de desconsolo, de tristeza, de desesperança, e até mesmo impropérios, sobre a nação por parte daqueles que aqui estão plantando suas sementes para o porvir, resgatando compromissos do passado; dizem para colimar suas reclamações, encontrarem-se diante da precariedade na área da segurança pública, das desatenções que a saúde pública reclama em autos brados, da indispensável educação que possa sustentar os valores de crescimento da população e, há também a corrupção, lavagem de dinheiro e abuso do poder.
Trata-se de atos de improbidade que campeiam a sorrelfa na sociedade civil organizada, e, em razão desses desmandos, se permitem uma carta de alforria para amaldiçoarem o solo que os abriga, proclamando aos quatros cantos do mundo, que nos países europeus, nas américas, ou em qualquer outro lugar, do mundo, será melhor e mais promissor para viver, do que a terra que abriga os filhos da pátria amada Brasil.
Em verdade, nesse proceder olvidam as criaturas que amaldiçoam o solo que aguarda os obreiros, com as mãos preciosas para distribuírem as sementes da dignidade e do reto proceder, a fim de propiciar e disseminar os frutos do progresso e da elevação espiritual, máxime porque não será a pátria a responsável pelas transformações dos atos improbos em atos de probidade, mas o caráter e a reforma íntima de cada criatura quem deverá encontrar o caminho para os páramos celestiais.
Nesse sentido, o mês em que se homenageia a independência do Brasil merece a estima e consideração daqueles que assumiram outrora em terras distantes o compromisso de ser um semeador de esperança e da boa nova; esse é o momento oportuno para trazer à colação, parte da letra de Joaquim Osório Duque Estrada, na música de Francisco Manoel da Silva, o emocionante e vibrante hino do Brasil assim transcrito:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas. De um povo heroico o brado retumbante, e o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade, conseguimos conquistar com braço forte, em teu seio, ó liberdade, desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, idolatrada, salve! salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança à terra desce, se em teu formoso céu, risonho e límpido, a imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, és belo, és forte, impávido colosso, e o teu futuro espelha essa grandeza. ...”
Com fulcro nesses sentimentos de alegria e emoção incontida, é absolutamente consentâneo com a realidade em que se vive, aguardando venha a lume os frutos das criaturas de Deus, vênia concessa, para parodiar em síntese apertada, o quanto anotado no prefácio de Emannuel, no livro que exorta e esclarece os bons propósitos de criaturas vocacionadas pelo bom direito e o bem proceder, conscientes do trabalho desenvolvido e a ser implantado.
É um trabalho que requer a colaboração dos que estão nesse solo gentil, e agora, roga a colaboração dos amigos do plano espiritual, que esclarecem à saciedade as origens remotas da formação da Pátria do Evangelho, afirmando o autor do prefácio, que Humberto de Campos tem, nesse assunto, largo campo de trabalho a percorrer, com as suas facilidades de expressão e com o espírito de simpatia de que dispõe, como escritor, em face da mentalidade geral do Brasil.
Os subsídios que ele fornece nas páginas do seu alfarrábio foram recolhidos nas tradições do mundo espiritual, porque a Divina Providência não desampara nenhum de seus filhos, razão porque, falanges desveladas e amigas se reúnem constantemente para os grandes sacrifícios em prol da humanidade sofredora.
Por esse viés, o trabalho de todas as criaturas, nos dois planos da vida, se destina a auxiliar, explicar e implantar a destinação da terra brasileira no mundo moderno. Nesse sentido, menciona e também se vê que Alexander Von Humboldt (1769-1859), geógrafo, naturalista e explorador alemão, quando de sua visitação ao extenso vale do Amazonas, exclamou extasiado que “ ali se encontrava o celeiro do mundo. ” Tomando arrimo nesse entusiasmo do honorável cientista, não será difícil comungar-se a sua verdade. Contudo, indispensável se associar aos sentimentos de Emannuel de que é imperioso desdobrar esse discurso, estendendo-o também no seu sentido econômico e a sua significação espiritual.
De fato, o Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada, e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro. Nos tempos amargos em que se vive no celeiro do mundo, há que se considerar a lei do trabalho, e, com a anuência e ajuda dos espíritos venerandos, empreender-se com denodo esta obra, agradecendo a sua desinteressada e espontânea colaboração.
Como esclarece Emannuel, “a tarefa visa esclarecer o ambiente geral do país, argamassando as suas tradições de fraternidade com o cimento das verdades puras,” porque se a Grécia e a Roma da antiguidade tiveram a sua hora, como elementos primordiais das origens de toda a civilização do Ocidente; se o império português e o espanhol se alastraram quase por todo o planeta; se a França e a Inglaterra têm tido a sua hora proeminente nos tempos que assinalam as etapas evolutivas do mundo, e na evolução da humanidade; se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo.
Nesse momento de árdua e penosa transição, roguemos à Deus inspiração aos homens públicos, atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, para que nas horas amargas em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocarem bem alto a magnitude dos seus precípuos deveres.
Aos outros, filhos dos Excelsos Sentimentos, rogamos fortaleça e nos abençoe, sustentando nas lutas depuradoras da vida material, sem fuga ou covardia do bom combate, para os fins de seguir os conselhos do Paulo, o apóstolo, aos corintos na luta do bom combate.
Em síntese apertada, registre-se que a alegria/felicidade é o estado de quem está feliz com o país onde vive, com a família da qual está encarregado de torná-la cumpridora dos seus deveres, com o trabalho que tens, florescendo no jardim da vida onde foi plantado, porquanto o Senhor da Vida, sabe o que é melhor para seus filhos. Resulta assim, o sentimento de alegria, numa sensação de bem-estar e contentamento.
A felicidade que todos anseiam pode ser alcançada nesse país quando se idealiza contribuir para que os dias atuais se afaste a depressão ao se ouvir falar de roubos, furtos, latrocínio, crimes de todo jaez, que carregam consigo tristezas e dificuldades, obstaculizando o progresso e a frutificação dos bons princípios morais e evangélicos, sementes para que a pátria amada Brasil seja o efetivamente o celeiro de mundo, ofertando a sua cota parte no reto cumprimento dos deveres, para encontrar as criaturas externando o sentimento da alegria em gênero, número e grau.
Seria como se ver na atmosfera pesada, com as nuvens negras escurecendo o céu, a chegada dos ventos em fúria jorrando água abundante, lavando o ar e penetrando o solo, com a terra sorvendo com rapidez o líquido precioso, e, em gratidão, exalar o característico perfume de terra molhada. Depois da tempestade vem a bonança, por isso, dissipada a tempestade, sente-se o ar leve e o céu se oferece claro, com o sol se manifestando alegre. Logo, se esquece a tormenta daqueles que se desalinharam, cujos erros foram pedagogia e mestre a iluminar os caminhos, como ensinou Jesus, para a escolha da porta estreita que levam aos exclamadores celestes.
Nas provas dos filhos da Potestade, assim também acontece. Depois de momentos difíceis, descobre-se a alegria e as cores da felicidade do porvir; nessa introspeção, enumera-se tantas coisas que fazem a felicidade dos viandantes, quando despertam que para serem felizes, é bom ter corpo que permita a mobilidade, que permita ouvir, ver, falar. Felizes também são os que desvendam o alfabeto e descobrem o segredo das letras que narram o belo, o bom e o colorido.
Ser é feliz, quando se tem um teto, uma família grande, pequena ou minúscula e, ainda que se viva só, cante-se de alegria por ser filho do Sentimento Divino; feliz se é, por ter quem abrace, e também se é feliz quem tem a capacidade de poder cantar uma canção, dedilhar um instrumento musical, soprar uma flauta, imitando o vento.
Para se homenagear e ter a pátria amada, é indispensável que os filhos seus, plantem as sementes de amor, de perdão, de gratidão, de fé, de gentileza.
A terra dos corações é fértil e receptiva às sementes que nela se plantar. Plantando amor, ter-se-á um jardim colorido, vivo, de uma paz sublime e duradoura. Na justiça divina, há a responsabilidade de colher os frutos que livremente se decide semear.
Nesse sentimento d’alma, para que o jardim da vida floresça na pátria amada Brasil, há que se renascer a cada dia que amanhece; sentir a pureza do amor, purificar os pensamentos com sentimentos nobres logo nas primeiras horas da manhã; substituir o homem velho, retirar-lhe a poeira do tempo, das palavras inadequadas e os rituais pusilânime e ultrapassados, para deixar as flores desabrocharem diante da nova criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida; desejar ardentemente que a alma renovada pelo repouso do corpo, desabroche do sono como a rosa do botão, para surgir como a aurora no oceano, ao sorriso dos lábios e no gesto da esperança, para engrinaldar os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo.
Ponto finalizando, com os desejos de que o Brasil, pátria do evangelho e coração do mundo, em seus jardins da vida sejam floridos com a hóstia e o ósculo da fraternidade, enviamos aos amigos fraternos, votos de um bom fim de semana e muita paz.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli