Os incrédulos fazem tábula rasa na descrença da Divindade, olvidando o quanto consta na promessa do Cristo de Deus, na questão número um de “O Livro dos Espíritos”, esclarecendo à saciedade que Deus é a Inteligência Suprema Causa Primária de todas as coisas. Da mesma sorte, a questão número 963 do mesmo códex assegura aos viajores do planeta de provas e expiações que o Senhor do Universo cuida de todas as suas criaturas, por menores que sejam, ninguém jamais fica ao desamparo.
Sem contradita, a forma da Divindade zelar pelas suas criaturas é simples e eficaz. Em determinado momento, utiliza do vento para levar uma mensagem a quem necessite. Envia a chuva a espaços regulares, programa as tempestades para a melhoria da atmosfera, estabelece o ciclo das estações. Serve-Se das asas dos pássaros e da brisa mansa para a fecundação das diversas espécies vegetais.
Enquanto suas criaturas se entregam nos braços de Morfeu, o Deus do sono na mitologia grega, o Criador, elabora as mais extraordinárias maneiras de alcançar seus filhos, assegurando a Sua Providência Divina e Amorosa por excelência. Por outro lado, vezes há que por descuido dos candidatos à felicidade desacertos ocorrem, necessitando atendimento de emergência pela Potestade, razão porque é importante os candidatos à felicidade estarem atentos ao que sucede, a cada passo, orando e vigiando como consta da proposta evangélica.
Na verdade, parafraseando Cora Coralina, “Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. (Fonte Google)
No ápice desse sentimento d’alma o importante é que o jardim da vida floresça e renasça a cada dia, sentindo a pureza do amor, saneando os pensamentos com sentimentos nobres, substituindo a vetusta criatura pela pureza do amor, clareando os pensamentos com sentimentos formosos logo nas primeiras horas da manhã; desvestir o ancião, retirando-lhe a poeira do tempo, as palavras inadequadas e os rituais ultrapassados, permitindo que as flores desabrochem diante da nova criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida.
É indispensável desejar ardentemente que a alma renovada por esses sentimentos alvissareiros ensinados pelo Divino Jardineiro, desabroche como a rosa do botão, para surgir como a aurora no oceano, ao sorriso dos lábios de quem ama e no gesto da esperança, engrinalde-se as emoções do coração, em renovada festa para o encontro com a felicidade dos herdeiros do universo.
Merece, por isso, considerar que a nenhum dos candidatos à felicidade, será lícito olvidar a resposta da questão 963 de “O livro do Espíritos”, fonte viva dessas reflexões, para se saber que o Senhor da Vida oferece tudo o que seus filhos pedem, e quando esdrúxulos os pleitos, ainda assim, jamais, em tempo algum deixou de conceder tudo o que suas criaturas necessitam para suprir as suas necessidades de progresso, ainda que seja na undécima hora, o socorro chega aliviando a canga para aqueles que têm fé inabalável na sua Onipotência, Onisciência e Onipresença.
Garimpando em busca das pérolas da vida, há na Redação do Momento Espírita, de 29.06.2018 a obra da Providência, e na questão 280, do livro O Consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, que merece o apólogo a questão sub exame, com a devida vênia para utilização da pena do articulista.
Relata-se que, certa vez, um viajante inexperiente perdeu-se no deserto. Andando sem rumo, a fome e a sede o visitaram com avidez deixando-o quase à morte, mas, quando como se fosse “milagre” e não as mãos da Providência Divina, o viajor avistou uma palmeira; à sua sombra encontrou uma fonte de água pura e fresca, com a qual saciou a sede, que apesar da voracidade com que se serviu não lhe “matou” a fome que sentia, e, como soí acontecer, quando se satisfaz uma necessidade, gera-se outra que lhe é imediata.
Nesse sentido, oh! Meu Deus, agora era a fome a sua algoz. Todavia, após descansar um pouco o corpo físico, ao recostar-se numa árvore existente naquele logradouro, encontrou um pequenino saco de couro. Em nome da ansiedade que lhe dominava a mente, logo imaginou tratar-se de algo para aplacar sua fome e, com sofreguidão abriu o saquinho, desapontando-se de imediato ao examinar o seu conteúdo.
Tratava-se de pérolas preciosas e logo pensou consigo, que apesar de valiosas, nada lhe serviriam naquela ensancha cuja necessidade era bem outra. Lastimou-se e julgou tratar-se de uma ironia do destino, como ocorre àqueles que não têm fé, ou se olvidam da proteção Divina, porque Deus não perde o endereço de suas criaturas.
Assim pensando, dizia de si para consigo mesmo, estou a sucumbir de fome e só o que encontro são pérolas que neste momento de nada me servem. Oh! Meu Deus, preciso desesperadoramente de algum alimento para readquirir as forças e continuar viagem para chegar ao meu destino.
Foi nesse instante que, apesar da fé ser um elemento imaterial, intangível, mas que as criaturas trazem inata na sua criação, despertou-se lhe esse sentimento de que a Potestade atenderia seu pedido. Assim, o homem buscando nos recônditos de sua alma a fé, não se desesperou e orou fervorosamente ao Criador, pedindo ajuda. A proteção Divina, não lhe faltou, pois, poucos minutos haviam se passado, quando ouviu o galope apressado de um cavalo.
À sua frente um cavaleiro nervoso e inquieto aparentava ansiedade e dizia ter perdido suas pérolas. Deu-se conta rapidamente que o outro encontrara o seu tesouro e deixou-se invadir pela alegria, máxime quando aquele que encontrou o tesouro o devolveu, como convém aqueles que entregam a cada um o que é seu.
Nesse instante, ocorreu como acontece com as pessoas gratas, que o cavaleiro lhe deu de comer das suas provisões e o convidou a montar seu animal, juntos seguido até o termo da sua viagem, evitando-se novo desvio do caminho.
Ao se despedirem, o cavaleiro, homem de fé inabalável, falou ao viajante: Ei amigo, já reparou como a Divina Providência age com seus filhos? Em um primeiro momento, na minha “perda” das pérolas tive um grande desconsolo; contudo tudo estava escrito nas estrelas, que nada acontece por acaso, mas por uma causa, porque ao retornar para procura-las, cheguei a tempo de lhe prestar o socorro que necessitava, e, como assevera o vetusto dito popular, tudo de bem que se faz aqui, milita a favor do benfeitor alhures e algures, de sobra reencontrei o que me pertencia; isso me demonstrou que a proteção divina, ainda que por meios aparentemente singelos protege sempre suas criaturas.
Em síntese apertada, merece considerar que em tempo algum, seja um indivíduo, sejam os países as coletividades humanas, ninguém desmerece a sublime colaboração dos Anjos Tutelares do Senhor do Universo, na solução dos problemas do mundo, pois é cristalino como a luz do dia que os Enviados do Senhor da Vida à Terra, agem nos campos das ciências, da filosofia, da literatura, das artes, das religiões, da política, e em todos os campos onde mourejem suas criaturas, para auxiliarem na trajetória de progresso de seus filhos, nesse planeta de provas e expiações, lar que abriga os viajores em trânsito para o planeta e regeneração.
Com esses sentimentos d’alma, anelamos pelo exercício da fé sincera e raciocinada para que nos momentos de desequilíbrio estejamos conscientes de que tudo tem um propósito e tudo se transforma para a elevação espiritual do espírito abrindo as portas dos corações que levam os filhos de Deus até aos páramos celestiais.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli –