HOMENAGEM À NOSSA SENHORA APARECIDA.
Nas provas e expiações dos filhos da Potestade, invariavelmente, a cada novo dia representa um novo desafio; a forma de enfrentar o repto reflete a postura de cada um dos filhos da Providência Divina perante as Leis de Deus, imutáveis e soberanas para o apogeu do progresso. Sem contradita, algumas das criaturas despertam descontentes e olham as horas que passam lentamente como uma carga a ser carregada a qualquer custo.
Há os que examinam o dia novo que chega, como se fosse a aurora boreal para que o jardim da vida floresça, a cada novo amanhecer, sentindo a pureza do amor, com sentimentos nobres logo nas primeiras horas da manhã; aproveitam o ensejo para substituir o homem velho, retiram-lhe a poeira do tempo e os rituais ultrapassados.
Assim, deixam as flores desabrocharem diante da nova criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida, desejando ardentemente que a alma renovada pelo repouso do corpo e o sentimento do imo d’alma, desabroche do sono como a rosa do botão, surgindo como a aurora no oceano, ao sorriso dos lábios por saberem ser herdeiros do universo, e, com um gesto da esperança, engrinaldam os anseios do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo, indo como flecha ligeira ao encontro do coração em fervorosa prece da mãe zelosa em gratidão, ao Senhor da Vida pelo que oferece aos seus filhos nas tarefas a que estão incumbidos.
Nessa moldura, os primeiros são os pessimistas, que ainda não aprenderam a perceber a vontade da Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, - são como os cegos que a luz da verdade ofusca e os impedem de ver os fatos que se espelham na vida, bela, colorida e consentida. Os segundos personagens da dialética, são os que se alicerçam na fé, conscientes de que a vida deve ser vivida em plenitude, porquanto a Mãe Santíssima zela pelos seus filhos e por nenhum segundo se esquece de seus filhos, sabedora que é que seus rebentos vêm na retaguarda.
Está certa Ela, que são esses que sempre se escusam para justificar que tudo lhes transcorre mal, seja porque o ônibus atrasou, a chuva os surpreendeu em plena rua, ou quando não, qualquer fila que organiza os procedimentos do dia a dia está morosa. Tudo lhes parece ser motivo para reclamação e desconforto.
Por essa vertente, acreditam que todos têm má vontade com os seus propósitos, seja no trânsito, porque ninguém concede passagem, quando se aguarda para adentrar uma via movimentada; a recepcionista agendou o atendimento há tanto esperado, somente para daqui a uma semana; abre-se o jornal e somente se destaca as manchetes ruins, desagradáveis, que falam de agressões, de desemprego, baixos salários, fugas ao dever, corrupção.
Cumpre, todavia, anotar, que as criaturas foram criadas em momentos diferentes umas das outras, segundo dispõe as questões 115, 133 e 804, de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, razão dos diferentes comportamentos nas experiências alcançadas e pelo esforço que se faz para domar as más inclinações. Crível, portanto que aqueles que pertencem ao grupo dos mais adiantados, conseguem vislumbrar em todo contratempo uma oportunidade de servir ou de se ilustrar.
Com fulcro nesse proceder, aproveita-se o tempo de “espera”, no exercício da virtude da paciência, lendo, apreendendo e pacificando os corações, enquanto se aguardam para serem atendidos, cabendo registrar que existe excelentes “pequenos grandes livros” de bolso da série psicológica de Joanna de Ângelis, entre ele, “Episódios diários”, “Vigilância”, “Plenitude”, entre outros, sem olvidar os opúsculos da lavra dos benfeitores da humanidade, André Luiz, Dr. Bezerra, Eurípedes Barsanulfo, Emmanoel e tantos outros, enquanto aguardam na fila do ônibus ou em qualquer inatividade para tornar os momentos de expectativa mais amenos.
Aos que estão despertos para o bem viver, enobrecendo o aprendizado oferecido pelo Senhor do Universo e a súplica endereçada a amantíssima nossa senhora, sempre será oportuno oferecer um sorriso de gratidão, um gesto de boa vontade, seja diante dos vendavais, agradecendo as bênçãos dos ventos e das chuvas que saneiam a atmosfera, reconhecendo-lhes o justo valor.
As provas e expiações são sempre vistas pela luz dos olhos das criaturas da Onipotência, Onipresença e Onisciência, segundo a sua elevação diante da vida bela, colorida e consentida. Não por outra razão, há uma metáfora que merece a devida consideração, porquanto ouvindo-se de um ancião que pelos trajes aparentava dificuldade econômica, relatava aos transeuntes que o salário que ganhava era pouco para a subsistência abaixo da linha da pobreza, instante em que subia no coletivo para se dirigir ao banco a fim de retirar a modesta quantia de sua aposentadoria pela invalidez, porquanto pela sua enfermidade, não lhe permitia mais trabalhar e isso o incapacitara para as atividades laborativas.
O que impressionou, todavia, os ouvintes é que apesar dessas aparentes desditas, o velho estampava no rosto, e se podia ver pela entrada de sua alma, a gratidão que sentia por estar andando com suas próprias pernas, sentindo a vida que estuava. Ao comentar sobre o atendimento médico e farmacêutico que buscava, dizia-se satisfeito por sempre o atenderem muito bem. Aproveitou a oportunidade par asseverar que apesar de seu pequeno salário conseguia sobreviver, economizando, pesquisando preços, não se permitindo alguns produtos alimentares fora de seus padrões. Mesmo assim, sorria deixando amostra três janelas pela falta dos dentes, mas a tudo dando graças a Deus.
Essa metáfora, mais verdadeira do que se pode imaginar a vã filosofia, convida os profitentes da vida a observarem com a devida atenção, exemplos de provas como o do ancião em comento, para que se olhe dentro de cada criatura, como propõe o médico psiquiatra austríaco Viktor Frankl, a fim de encontrar um sentido para a vida.
De fato o psicólogo, psiquiatra e filósofo em apreço, sobreviveu ao campo de concentração de Auschwtz e Dachau, na Alemanha nazista, como ex-prisioneiro n. 119.104, e sem reclamar da Divindade e seus propósitos, enfrentou com coragem as forças contrárias naquela ensancha, assumiu uma atitude positivista da capacidade humana, transcendendo a conjuntura difícil e descobriu a verdade com a segura orientação do Criador; essas razões o levarão a ficar conhecido como o “o pai da Logoterapia”, valendo dizer, a cura através dos sentidos, consagrando o vetusto axioma: aquele que olha para cima dorme e aquele que olha para dentro encontra o sentido para a vida”.
Sob essa realidade, qualquer criatura de Deus, não importa as circunstâncias aziagas que atravesse, pode decidir ser feliz com o que tem, ou reclamar do que pensa que não possui, em outras palavras, tornar-se espiritualmente saldável, ou na criatura que se deixa arrastar pelos cantos da vida, em sofrimento, sem se dar conta de que a Mãe Santíssima está pronta a socorre-lo e o Pai Celestial a atende-la em suas suplicas, para realizar o bem, trabalhar para o progresso de seus filhos, experimentando o seu valor, e lhe dando as forças necessárias para atravessar o mar tempestuoso das provas e expiações.
Oh! Meu bom Deus. Quantas criaturas tem mais do que o idoso desconhecido e nada fazem além de reclamar. Sábios são aqueles que em meio as adversidades conseguem elaborar e praticar preciosas lições de vida, como ensinou o Divino Pastor, aos que tem olhos de ver e ouvidos para ouvir, máxime porque a maior tristeza que pode se abater sobre os viajores é aquela que fomenta desditas e descrença para o Espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que nos concede o Criador, para se evoluir e brilhar.
Em homenagem a Mãe Santíssima, roguemos ao Pai Celestial que nessa data festiva, o jardim da vida de seus filhos, floresça e renasça a cada amanhecer, para sentir a pureza do amor, sanear os pensamentos com sentimentos nobres substituindo a vetusta criatura para limpar a poeira do tempo, e as palavras inadequadas, deixando as flores desabrocharem diante da criatura entusiasta pela vida, bela, colorida e consentida, ao ansiar ardentemente que a alma renovada desabroche como a rosa do botão, surgindo na aurora no oceano, num gesto da esperança para engrinaldar os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo.
Do amigo de sempre.
- Jaime Facioli –