No mundo do maravilhoso, os profitentes habituaram-se a relatar as “surpresas”, no sentido do magnífico que certas situações aflitivas fazem parte do rol das provas e expiações, ansiados para as soluções nos momentos de desespero como “milagres da vida”, o que em verdade não existe. É lugar comum se expressar os desejos, quando as ansiedades e as desesperanças batem à porta entrando nas vidas dos viajores sem pedir licença, surpreendendo os candidatos à felicidade quando os encontram entibiados e sem esperança na realização de seus projetos, ou quando não, na recuperação da saúde tantas vezes combalida pelo bisturi das provas e das expiações.
A prova desta realidade é quando nada se pode fazer ao amigo enfermo na UTI, o familiar desalinhado, ou com enfermidade de natureza grave que testa a resistência de que foi feito nas mãos do Divino; por isso, o primeiro pensamento que vem à mente, invariavelmente, é dizer que somente um “milagre” o salvará, assim profetizando para se entregar o “problema” nas mãos de Deus, que Ele sabe o que faz.
A metáfora é verdadeira. Todavia, não se deve iludir na vã filosofia que viceja o lugar comum à espera desse “milagre”; em verdade é indispensável ter fé na Providência Divina, porquanto aqueles que comungam o ideal do psiquiatra e filósofo vienense, sobrevivente dos campos de concentração nazista da segunda grande guerra, Auschwitz e Dachau, conhecido como ex-prisioneiro n. 119.104, podem constatar no apólogo de sua história de vida, que após lutar o bom combate como lecionou Paulo, o apóstolo dos gentios, o Dr. Viktor Emil Frankl, que fez a grande viagem em setembro de 1997, doutor em medicina e psiquiatria, tornou-se o pai da Logoterapia.
É da lavra dele, o memorável livro intitulado “O homem em busca de um sentido para a vida”, “A presença ignorada de Deus”, “O que não está escrito nos meus livros” entre outros que iluminam os caminhos da existência dos filhos da Potestade. O “Dr. Honoris Causa”, lecionou ser indispensável aos que buscam o bem viver, substituir a viagem de fora, a dos sonhos, para percorrerem o caminho para dentro de si mesmo, despertando para a verdade, a mesma verdade proposta por Jesus de Nazaré; conheça a verdade e a verdade te libertará”. Sobre outra dicção: É a libertação das criaturas das amarras da ignorância. Diante dessa realidade profunda, tornou-se celebre a retórica: "aquele que olha para fora sonha e o que olha para dentro desperta".
Em síntese apertada, sobre o texto em exame, cabe anotar que é na fé do Senhor da Vida, buscando nas profundezas d’alma que se encontra a força poderosa do rosário de bênçãos na oração, para diante das dificuldades de qualquer natureza, na viagem de provas e expiações, deve se rogar pela intervenção do Pai Celestial nos casos de emergência, não se olvidando que a Divindade trabalha também no varejo, e, certamente poderá ou não conceder os benefícios solicitados segundo suas leis e desígnios. O Evangelho do Cristo de Deus ensina bater para porta se abrir, e a pedir para receber. Por isso, como eternos pedintes, peçamos sempre que se estiver em estado de necessidade ou sem esperanças, máxime quando nada mais está nas mãos físicas, ou nada mais reste a fazer, senão o pleito à Consciência Cósmica.
Entre outras tantas lições memoráveis, é sabido que o Celeste amigo a quem foram atribuídos inúmeros “milagres”, teve nessa referência uma forma poética de externar os sentimentos d’alma pela cura recebida ou a benção encontrada na fé que desafia a ciência e a medicina. Oh! Meu Deus. Quantas vezes os médicos não se deixam admirar pela recuperação de um paciente até então sem esperanças pela medicina convencional. Da mesma forma, incontáveis são as ocorrências de uma criança recém-nascida, atirada ao léo da existência, largada em condições deploráveis, são salvas por mãos abençoadas, como se a Divindade estivesse a mostrar aos seus filhos queridos que o “milagre”, são as bênçãos da vida, realidade incontestável na lei do amor.
Por essa razão, asseverar que a vida neste planeta ou em todo o Universo do Pai Onipotente, Onipresente e Onisciente, tudo está adredemente programado para as provas e expiações, sem prejuízo do livre arbítrio, em qualquer campo que seja a atividade profissional ou familiar. Uma reflexão dos ensinamentos do Homem de Nazaré oferece a trilha da realidade: “Não cai uma folha da árvore se não for pela vontade do Pai Celestial”. A grande verdade é que se desconhece o poder da força que cada um dos filhos da Potestade é portador. Acostumou-se a dizer que o homem não chega a usar 10,00% de sua capacidade. Por outro lado, o milagre no sentido autêntico da realização dos desejos, conduzem os interessados a procederem em obediência às leis de Deus, a lei de amor, de justiça e de caridade, não tirando conclusões apressadas das ocorrências do dia a dia, recordando Jesus para não Julgar.
Nos acontecimentos da hora a hora, as situações se apresentam superficiais e além do mais, sem contradita, não se conhece todos os ângulos da questão a que as criaturas se tornam voluntariamente juízes e muitas vezes o próprio carrasco. As lamúrias, as queixas e as revoltas contra as ocorrências transitórias do momento, ou os acontecimentos contrários aos projetos, nada resolvem. O reto proceder convida a evitar os erros, os desalinhos com as leis da vida, observando o medidor de confiança que é a consciência, para devagar e lentamente, com fé na Consciência Cósmica e nos ensinamentos de Divino Jardineiro, ir se libertando das deficiências, vivendo com equilíbrio e transitando pela porta estreita da universidade da vida, estrada que conduz os altiplanos celestiais.
Por isso, crê, entre outras razões, dirá o espírito benfeitor da humanidade, Joanna de Ângelis à saciedade, “ipsis verbis”: “Malgrado a nuvem da incompreensão, cuja sombra permite lamentáveis atritos e rudes embates que esfacelam as elevadas programações traçadas para o êxito da tua tarefa, reservam-te mais amor. Não obstante os raios dispendidos pela malquerença agora sistemática, que produzem dor, certeiramente dirigidos, doam mais amor”. ... “In veritas”, cresce assim, os sentimentos dos viajores que por maior que sejam as dificuldades, os problemas existenciais, as doenças, as dores ou as amargas provas de avaliação a que estão submetidos os candidatos à felicidade, diante das fecundas bênçãos que lhes chegam a mancheias, os viandantes somente têm motivos para agradecer, jamais para reclamar.
Com fulcro nesse discurso evangélico, o notório milagre da vida, são bênçãos nascidas das mãos misericordiosas do Senhor da Vida, Onipotente, Onipresente e Onisciente, ínsito na fé raciocinada, conhecido também pelo nome de amor em plenitude. Assim, em qualquer circunstância de tempo ou lugar, em céu de brigadeiro ou obnubilado, na saúde ou na doença, na realização ou na queda, no poder ou na dependência entre amigos ou adversários, utilize o rosário de bênçãos contidos na oração do Pai Nosso que o carpinteiro ensinou para se alcançar a plenitude do socorro solicitado.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -me Facioli -