Decantado em prosas e versos em todos os idiomas neste mundo de Deus, a humanidade anseia pela sua justa aplicação e correto entendimento do verbo amar, para pacificar os corações em nome daquele que trouxe a autêntica Lei de Amor, de Caridade e de Justiça, caminho de luz para todos quantos busquem os esplendores celestes. O verbo em apreço é um dos mais belos poemas para se conjugar em qualquer tempo, modo e lugar, onde quer que a criatura moureje, sempre poderá entregar o seu coração ao amor em plenitude, o amor que transforma os viajores do planeta Terra, sensibiliza as pessoas, modifica o mundo e eleva os espíritos aos altiplanos celestiais.
Não será ousadia da pena que registra, asseverar que não existe nada mais belo que o amor em plenitude. Infelizmente, muitas pessoas ainda na consciência do sono, confundem a excelência dessa virtude com a paixão, o sexo e os desejos imediatos da satisfação do corpo físico; na confusão que se faz com essa virtude, os profitentes das bem-aventuranças acabam por cometer os chamados crimes passionais, certos de que os seres humanos são objetos de prazer e que a posse desse elemento lhes pertence.
Oh! Meu Deus. Que confusão fazem os que assim procedem; o verbo possuir, entendido para a satisfação dos interesses pessoais nada tem a ver com o amor; quem ama entrega-se de corpo e alma e liberta a outrem, desalgema e ensina a virtude da caridade na mais pura expressão de amor. Lamenta-se, mas o emprego da paráfrase em análise é um mau vezo, razão porque na prática, é ensancha para se dizer: "É minha mulher, meu filho, meu automóvel, minha casa", atribuindo a tudo que rodeia as criaturas, o sentido de posse, quando em verdade nada se têm e o que está à disposição dos viajantes na transitoriedade das provas, são empréstimos dos quais se terá que, mais cedo ou mais tarde, que prestar contas na condição de depositário, fiel ou infiel. Em verdade, quem se atribui possuidor, carrega consigo mais do sentido da egolatria do que do amor em plenitude.
O Amor é entrega, doação, liberdade; ninguém é propriedade de ninguém, nem a esposa e os filhos são de domínios físicos de nenhum marido ou pai. Todas as criaturas são filhos da Divindade. Ele os criou a todos indistintamente simples e ignorantes, sob os auspícios das questões 133, 155 e 804 de “O Livros dos Espíritos”, o que significa uma parentela apenas de irmãos uns dos outros segundo a prédica de Jesus de Nazaré.
Confundir o sexo com a paixão que anseia pelo corpo físico, e destinar-se a suprir as almas dos corpos indispensáveis aos projetos de aprendizados na matéria, com o amor da paráfrase, será rebaixar o sentimento mais puro do espírito e constituir um ledo engano. É verdade que o sexo é importante. Tanto assim, que ele é prazeroso; sua finalidade primordial é dar aos espíritos a oportunidade de reencarnarem; sob outra dicção, o sexo destina-se à procriação, fornecendo corpos físicos ao Senhor da Vida, como auxiliar da Providência Divina na programação dos mundos, sendo o presente, o mundo de provas e expiações; assim, não será reprochável cogitar o carpinteiro asseverando aos profitentes: Vós sois Deuses.
Há homens que não entendendo bem os mecanismos delicados da mulher, da sua necessidade de ternura, de receber durante o dia um gesto de afeição, deixam-se levar pela paixão, e, no momento da explosão do “amor”, satisfazem-se e depois dormem em berços esplêndidos, entregue aos braços do Deus do Sono Morfeu da mitologia grega, sem se preocupar com a esposa, companheira que também necessita da mesma energia relaxante e prazerosa alegria.
Com essas elucubrações, se pode conjecturar entre outras causas, o motivo porque Jesus de Nazaré assegurou que as criaturas de Deus, filhas do Altíssimo, são portadoras do potencial de criar a vida no sentido físico. Ah! O amor em plenitude, ... que não se engane os viandantes no caminho da felicidade, inscritos na universidade da existência, porque o amor autêntico, virtude tão decantada em prosas e versos, máxime considerando que o amor vai além, muito além de sua elevação espiritual, e nas penas dos poetas tem outro colorido. Ama todo aquele que é paciencioso e que enfrenta as dissidências com serenidade. Ama aquele que, diante de uma ofensa, por mais grave que seja, sabe perdoar; faz da caridade o seu instrumento de vida; a benevolência é regra pétrea na sua conduta e todas as virtudes tem um lugar nos refolhos de seu coração.
Nesse sentido do amor pleno, merece considerar que o emérito Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail, indagando dos arautos do bem, na questão 625, de O Livro dos Espíritos, “Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu aos homens para lhe servir de guia e modelo? “Ipsis verbis”, recebeu como resposta uma síntese lirial: Vedes Jesus.
Bem por isso, é de relevo anotar que quando assassinaram o carpinteiro no madeiro infame, no Monte Gólgota, Ele no estertorar de sua vida física, reuniu as últimas forças, levantou a cabeça para o céu e rogou ao Pai Celestial que perdoasse aos seus ofensores, pois eles não sabiam o que faziam; essa postura, sem contradita demonstra o atributo do amor em plenitude, na exata dimensão daquele que ama, sendo piedoso e tolerante com os que estão em erro, em desalinho diante das provas que a vida oferece para os candidatos à felicidade.
Segundo Léon Denis, em seu memorável livro "O problema do ser, do Destino e da Dor", onde se dessedentam essas reflexões, pode-se afirmar que o amor é a celeste atração das almas e dos mundos, a potência divina que liga os Universos, os governa e fecunda. O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do coração, para o coroamento das virtudes humanas, da doçura, da caridade, da bondade. E a manifestação na alma como força geratriz que eleva as criaturas acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando a felicidade íntima, afastando-se das volúpias terrestres.
Amar é sentir-se viver em todos e por todos; é consagrar-se ao sacrifício até à morte, em benefício de uma causa ou de um ser. Quiçá a mais justa definição do amor leve em consideração os venerandos e vetustos nomes da História da Humanidade, como o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, Cairbar de Souza Schutel, o Bandeirantes do Espiritismo, filantropo, Santa Madre Thereza, Irmã Dulce, Francisco Cândido Xavier, Eurípedes Barsanulfo, apóstolo da caridade, Emmanuel, Joana de Ângelis, Divaldo Pereira Franco, entre tantos arautos do bem, mas acima de todos, o Cristo de Deus, o amor encarnado por excelência, o modelo e guia da humanidade, segundo a questão nº 625 de "O livro dos Espíritos". Foi o modelo e guia da humanidade quem lecionou o “Amai vossos inimigos”, restando ínsito na retórica que o Cristo não exige de seus irmãos nenhuma afeição que seja impossível, mas sim a ausência do ódio, de todo o desejo de vingança, mas uma disposição sincera em ajudar nos momentos precisos os aflitos estendendo-lhes o auxílio indispensável.
O amor é profundo como o mar, infinito como o céu, e abraça todas as criaturas, pois Deus é sua gênese. Da mesma forma que o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, assim também o amor Divino vivifica todas as almas, pois seus raios penetram as trevas do egoísmo para iluminar com clarões de luz os recônditos de cada coração humano.
O Amor Divino vai até as profundezas do abismo das vidas em desalinho, infiltrando para clarear e acender nas consciências do sono os seres rudimentares despertando a afeição à companheira e aos filhos, as primeiras claridades nesse meio do turbilhão do egoísmo, fazendo nascer como a aurora indecisa uma promessa de uma vida elevada. O amor é a reflexão do ser provocando no fundo da alma embrionária, os primeiros sinais de altruísmo, de piedade e de bondade, para atender a inexorável escala evolutiva.
Esse proceder facultará ao filho de Deus a suave brisa da felicidade, sensação de ventura que lhe será dado gozar na Terra, pois as sensações mais fortes de todas as alegrias físicas serão conhecidas somente das almas que sabem verdadeiramente amar. Assim, devagar e lentamente, sob a influência e irradiação do amor, a alma se desenvolverá e engrandecerá, vendo-se alargar o círculo de suas sensações.
Por isso, apesar dos erros e faltas dantanho e do presente, apesar de tanto sangue derramado, de tantas fogueiras acesas na poeira do tempo, de tantos véus estendidos sobre os ensinos do Divino Jardineiro, suas prédicas de amor despertaram para que o jardim da vida floresça, renascendo a cada dia, purificando os pensamentos com sentimentos nobres, em substituição ao homem velho, saneando-lhe a poeira do tempo, das palavras inadequadas e os rituais ultrapassados.
Com esse proceder, deixe o amor desabrochar diante da nova criatura arrebatada pela vida, bela, colorida e consentida, anelando que a alma renovada na plenitude do amor, desabroche o espírito como a rosa do botão, renascendo como a aurora no oceano, num imenso sorriso de quem ama em plenitude, depositando no altar da vida a virtude da esperança, para engrinaldar os sentimentos do coração, em renovada festa de encontro com a felicidade dos herdeiros do universo.
Com esse ideário, em nome do amor divino segue o ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana na paz de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli –