Sem contradita, as virtudes da hóstia do amor e da solidariedade são instrumentos que os seres humanos carregam como bandeira do bem proceder. O amor, na mais pura expressão da palavra, foi ensinado pelo Divino Jardineiro e exemplificado como o caminho para os altiplanos celestiais. É verdade que muitos viajores, em trânsito pelo planeta terra, ainda na retaguarda da evolução confunde a excelência do amor com o sexo. Sim, o sexo é importante e por isso mesmo ele é prazeroso, mas não se segue daí ser essa a sua principal função. O sexo se destina a suprir a humanidade de corpos físicos para abrigar os filhos da Providência Divina na viagem de provas e expiações, no caminho da evolução.
A afeição/amor, é a entrega a outrem das mais puras afeições de que os filhos da Providência Divina são portadores. O amor nada pede em troca, nada exige e nada cobra. O amor é doação. Por essa razão Jesus de Nazaré exortou que se fizesse pelo próximo aquilo que se gostaria que nos fizessem. No evangelho redivivo do homem de Nazaré, certa feita, um sábio da antiguidade, sabendo que Ele fizera calar a boca dos Saduceus, questiona ao Mestre qual seria o maior dos mandamentos.
Ele respondeu que o primeiro e maior mandamento é Amar a Deus de todo o seu coração e de todo o seu espírito. Aproveitou a ensancha e assegurou aos religiosos dantanho que o segundo maior mandamento era amar o próximo como a si mesmo. Essa mesma ocasião possibilitou também que o Divino Galileu completasse a lição dizendo, que nesses dois conceitos-mandamentos, residem todas as leis e os profetas.
Em nome do amor e da solidariedade, cabe anotar que a história da evolução dos filhos de Deus pelos caminhos das provas e das expiações, que em 1992 se anotou um gesto de amor e solidariedade para os anais da história com grande relevo; de fato, naquela olimpíada especial de Seattle, onde competiam os atletas deficientes de qualquer natureza, nove participantes com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, como é óbvio deduzir, mas com vontade de dar o melhor de si e de terminar a corrida para se verem laureados naquela prova.
Na azáfama do momento do start, percorrido um pequeno trecho, demonstrando o esforço hercúleo de cada participante, um dos garotos, o último da prova, tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os demais competidores, ouviram o choro. Sem que ninguém lhes pedisse, num gesto de amor doação, todos sem distinção, diminuíram o passo e olharam para trás. Vendo a cena comovente do companheiro da prova, caído no chão e chorando a perda dos minutos preciosos que se esvaiam na competição, voltaram para socorrer a vítima e uma das meninas com Síndrome de Down se ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: - Pronto, agora vai sarar!
Para concluir a competição, todos os competidores, deficientes do corpo, mas não do espírito, promoveram uma cena de amor inesquecível. Deram as mãos e abraçados caminharam juntos até a linha de chegada. A plateia do estádio inteiro se levantou e os aplausos formaram uma ovação jamais vista nas olimpíadas especiais.
O caso sub oculis, alforria a reflexão de que nos recônditos das almas do Criador, guarda-se viva a lição de amor e solidariedade do Mestre Jesus, para a viagem de provas e expiações em busca da felicidade. Sim. Sem dúvida em nome do afeto e da solidariedade em apreço, mais importante do que ganhar solitário, é solidário e ajudar os outros a vencerem, mesmo que isso signifique diminuir, incontáveis vezes os passos a benefício dos demais concorrentes a láurea da prova em nome do amor, e da solidariedade em plenitude.
De relevo o registro de Albert Einstein, expressou no axioma que se notabilizou através da história da humanidade ao recomendar: -Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é só consequência.- Justo, pois, que para celebrar o amor e a solidariedade, virtudes que conduzem aos páramos celestiais, se deve abandonar a mágoa, olvidar as cizânias das provas, não criar contendas e procurar levantar a cabeça, para o alto e para frente, aprendendo sempre com as lições das provas das existências. A vida é bela, colorida e consentida. Aproveitemos as oportunidades que são concedidas a cada amanhecer para amar e ser solidário, certos de que todos devem caminhar numa só direção, mas isso só se torna possível quando amamos em plenitude; o rancor polui a alma, enquanto a alegria dá brilho; um coração amargo se rende ao sofrimento, enquanto um coração terno abre as portas para a felicidade e para o amadurecimento.
Por essa razão, o livre pensar se dessedenta também na Redação do Momento Espírita onde se colhe no texto -em minha lembrança-, de autoria anônima de 05.02.2009 em linhas gerais e ao sabor da verve do articulista os seguintes conceitos: Chegará o dia em que os médicos comprovarão que o cérebro deixou de funcionar e que, definitivamente, à existência neste planeta de provas e expiações chegou ao seu termo. Quando se apresentar esse momento, não diga que se encontra no leito de morte, pois em verdade se estará de retorno à pátria espiritual, a morada eterna, para que o corpo físico seja doado contribuindo com a renovação, no dizer de Lavoisier, -tudo se transforma-, assim possibilitando que outros seres humanos tenham e valorizem a vida em toda a sua extensão.
Conceda em nome do amor verdadeiro, os olhos àquele que jamais tenha contemplado o amanhecer, que não tenha visto o rosto de uma criança ou, nos olhos de uma mulher, a luz do amor. Por amor doação, por solidariedade, oferte o seu coração a alguma pessoa cujo coração já não lhe propicie as alegrias do bem viver, e em nome da solidariedade termine com os dias de desesperança do irmão que aguarda com ansiedade por essa dádiva de amor. O sangue se pode conceder ao adolescente resgatado de seu automóvel em ruínas, a fim de que possa viver até poder ver o seu programa de vida retamente cumprido e os netos brincando ao seu lado, na alegria da vida, fazendo valer a pena a bendita reencarnação. Doe também os rins ao enfermo, que deve recorrer a uma máquina para viver de uma semana à outra, pois esse proceder aliviará a dor da alma e ajudará na recuperação do corpo físico indispensável ao programa de provas traçado na pátria espiritual.
Ah! Sim. Para que um garoto paralítico possa andar, doe a totalidade dos ossos, todos os músculos, as fibras e os nervos, todos do corpo abençoado, em nome do amor verdadeiro. Aproveite o momento da transformação da vida, mexa e remexa em todos os recantos do cérebro. Se for necessário, dê também as células e permita com que se desenvolvam, de modo que, algum dia, um garoto sem fala consiga gritar entusiasmado ao assistir a um gol, ou uma garotinha surda possa ouvir o repicar da chuva que cai no telheiro e corre mansinho contra o vidro da janela.
Por fim, o que sobrar do corpo, entrega-o ao fogo e lança as cinzas, ao vento, para contribuir com o crescimento das flores em nome do Divino Jardineiro. Para o sepulcro, leve apenas para enterrar, os erros do passado, as fraquezas e todas as agressões contra o próximo. Se, por acaso, a consciência do justo anelar por recordar o seu persona, faze-o com uma boa obra; diga ao final alguma palavra bondosa ao que tenha necessidade de ti.
Com essas reflexões, ponto finalizando em nome do verdadeiro amor e da solidariedade, segue o ósculo na oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Rabi da Galileia.
Do amigo fraterno de sempre
Jaime Facioli