Sem contradita, difícil é encontrar entre os viajantes da felicidade quem não tem queixas e reclamações a fazer, ou mesmo pensar no imponderável, diante da realidade das ocorrências diuturnas consoante os noticiários da mídia, escrita, falada o televisada. Nessa sintonia, permitem-se os transeuntes da fé, o desânimo e a desesperança, sem se darem conta de que o mundo atualmente, apesar dos pesares, vai muito bem, obrigado. Seu timoneiro é o Divino Rabi da Galileia.
Por isso, haure-se nos conceitos de Divaldo Pereira Franco, ora sob o sentimento dessa pena, que nunca dantes houve tanto amor na Terra como hoje. Da mesma sorte não se tinha jamais visto tanta gente dedicada ao bem, pessoas, abnegadas, no silêncio do anonimato, anelando com toda a força de seus corações, com um mundo melhor.
Em verdade, o que ocorre é que os entibiados de todo gênero, por enquanto, não se convenceram ainda de que o bem não se comercializa por nenhum meio de comunicação de marketing nacional ou mundial; é dessa maneira que as questões esdrúxulas e desarrazoadas, são colocadas nos veículos de massa oferecendo a ideia pusilânime de que nesse mundo está tudo perdido, nada obstante a realidade seja outra, a da fé e da esperança nesse mundo de provas e expiações para se alcançar os esplendores celestes.
Bem por isso, quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos, cobrirem as criaturas do Eterno, na embarcação das provas, com obnubilado e escuro céu, é a hora aprazada para no horizonte de tuas esperanças acalmarem a barca de teu coração, evitando-a de se agitar, desgovernada sobre as ondas, consciente de que o Senhor da Vida não perdeu o endereço de seus filhos.
Quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas existenciais, as surpresas de todo jaez, baterem a tua porta, insistindo e te levar a pensamentos de desesperança, para dizer ou pensar que o mundo vai de mal a pior, é a hora da fé e da esperança, falar ao teu coração, para te lembrar de Jesus de Nazaré; quando caia a tarde e a multidão ainda estava reunida na praia, desde que o sol surgira naquela gloriosa manhã, oferecendo um espetáculo radioso de beleza, o missionário do amor atendia as incontáveis suplicas dos enfraquecidos que com fé e esperança O buscavam.
Oh! Meu Deus, naquela oportunidade, mãos e lágrimas roçavam-lhe o rosto e a túnica - antes tão limpa e alva - e agora, toda manchada de lamentos, choros e dores, imaginando o -mundo perdido-, como se o Pai não soubesse o que faz. Nada obstante, os desalinhados chegavam às margens do lago, vencendo a dor e a tristeza dos sofredores embarcados na nave da reencarnação, em busca do néctar da vida, sob o seu jugo, afirmando ser o caminho, a verdade e a vida; sim, sem dúvida aqueles que experimentaram o glorioso momento, vendo-o deixar atrás de si, um rastro confortador de estrelas, e seu suave perfume, interrogavam-se: Quem será este homem, a quem as dores obedecem?
E, como se fosse resposta do céu, o infinito acendia as cores da noite, quando a barca de Pedro recolhia a majestosa figura do nazareno. Nesse ensejo, conta-se que o Mestre jamais mostrara em sua face, sinais de cansaço, mais a sua cabeça onde se abrigava os mais puros sentimentos de amor, acomodando-se sobre uma almofada de couro, pendeu sobre o peito, como um girassol real despedindo-se ao poente e seus lábios deixaram escapar um longo suspiro antes de adormecer; seus amigos pescadores não ousaram lhe perturbar o sono, manejando os remos da barca do amor com cuidado, auxiliados pelos sussurros de doce brisa.
Como anota o apólogo do Momento Espírita de 11.01.2019, o lago de Genesaré assemelhava-se a gigantesco espelho de prata ao luar, tranquilo e sereno como o Mestre adormecido e, pouco faltava para completar a travessia, quando inesperadamente tudo se transformou; o tempo, irado e sem aviso, permitiu que as nuvens de gaze leve se transformassem em tenebrosa tempestade, e o lago olvidou a calmaria, encrespando-se, açoitado pelo vento.
Objetivando evitar a barca de soçobrar, vencer a tormenta era como lutar contra vigoroso e invencível titã. Simão Pedro usou toda a sua força e sabedoria nos remos, gritando ordens que se perdiam entre as gargalhadas dos trovões e dos relâmpagos. Os discípulos assustados correram a acordar Jesus, e em pânico, com pouca fé, numa só voz diziam: Mestre. Perecemos; na fúria do temporal a embarcação não suportará. Jesus, assim desperto, levantou-se prontamente, equilibrando o corpo cansado muito ereto, apesar da barca que, por pouco, não naufragava.
Sua majestosa silhueta parecia estar envolta em misteriosa luz, quando ergueu os braços, ordenando à tempestade: Calai-vos! E voltando-se para os amigos: Acalmai-vos! Homens, onde está a vossa fé? Os ventos emudeceram e o lago baixou suas ondas, aplacado por misterioso imperativo. Os discípulos olhavam-se, num misto de surpresa e alívio. Envergonhados, voltaram-se para os remos. No compasso ritmado avançava a barca, ao compasso do coração daqueles homens que se perguntavam: Quem será este homem, a quem os ventos obedecem?
Oh! Meu Deus. A paráfrase bem representa os dias atuais, quando os enfraquecidos e sem fé, diante da aproximação das nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrem com escuro véu o horizonte das esperanças, e a barca do coração agita-se desgovernada, sobre as ondas das ocorrências das provas e expiações para sem razão alguma que o -mundo vai de mal a pior-, quando o mundo vai muito bem, obrigado, porquanto sob a luz das lições de Joanna de Ângelis: -Diante das fecundas concessões que lhes chega todos os dias, os homens somente tem motivo para agradecer, jamais para reclamar-.
Com fluxo nesse sentimento sereno, oxalá não se esqueçam os viajores da embarcação para a realização das provas e expiações que quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas, as surpresas - nem sempre agradáveis -, levarem-te a dizer impropérios lembre-se de acordar a mensagem do Cristo de Deus adormecida em ti, acalma e tenha fé, porque dele é o leme da embarcação e somente vamos ancorar em porto seguro.
Os desgostos da vida sobrevêm em nossas atuais condições evolutivas, porque as criaturas são propensas a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem obnubilada, mesmo estando à frente do sol.
Ligeiro mal-estar obscurece a harmonia interior e se adota o regime de aflição que acaba por atrair moléstia grave, apagando a lembrança de milhares de horas felizes que lhe antecederam o aparecimento, sem perceber que o incômodo diminuto é aviso da natureza para que se retorne à posição de equilíbrio na embarcação com destino aos páramos celestiais.
Breve desajuste no lar interrompe a alegria, permitindo a presença da revolta nos corações, instalando-se perigosos quistos de malquerença no organismo familiar, porque se olvida de relacionar os tesouros de estabilidade e euforia com que s criaturas são favorecidos pelo Pai Celestial, tudo em razão de se fazer ouvidos moucos as realidades de que o problema imprevisto expressa bendita oportunidade de consolidar o amor e a tranquilidade no instituto doméstico.
Insignificante desentendimento reponta na esfera profissional se exagera o acontecido, lançando perturbação ou incrementando a desordem ao se relegar a justa importância aos dotes inúmeros já recolhemos no campo de trabalho, na evolução do espírito na direção do cumprimento da lei do progresso.
É do Divino pastor a lição para não se turbar o coração, diante das tormentas e dos vendavais das provas e expiações; por isso, seja agora e para sempre a advertência do Divino Rabi da Galileia: Acalmai-vos! Homens, onde está a vossa fé?
Com fulcro nessas lições e a exemplo dos discípulos do Sublime Timoneiro, tenhamos fé para que os ventos suaves e o céu de brigadeiro, volte a soprar, permitindo aos navegantes tocarem o barco no compasso ritmado, avançando nas provas e expiações, com a barca, no compasso do coração.
Nestes sentimentos d-alma, deposita-se o ósculo da fraternidade em seus corações, com a oblata do amor de Jesus, anelando votos de um ótimo fim de semana na paz do Celeste Amigo, tudo recomeçando com ousadia, pois D-Ele é a assertiva para se ter bom ânimo, afirmando que Ele venceu o mundo.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli