A grande viagem de provas e expiações, pela sua própria natureza, carrega consigo os instrumentos necessários aos exames a que serão submetidos os candidatos à felicidade; são os vendavais, as tempestades do curso do trajeto e toda espécie de escolho capazes de submeter os viajores aos amargos dissabores do desengano, do desalento, da solidão, da inquietude d-alma, que por seu turno, leva à desesperança, diante do manto sobre as vidas pregressas, e o esquecimento das ocorrências dantanho, não se identificando mais de onde procedem, qual a razão da existência e para que servem os sofrimentos do curso da viagem, quando o céu de brigadeiro perde a sua claridade e se enche de nuvens obnubiladas.
Oh! Meu Deus. Que não se engane a rasa filosofia daqueles que ainda estão na consciência do sono, porquanto o Senhor da Vida, onipotente, onipresente e onisciente, atento às necessidades dos candidatos à felicidade, não somente fornece os meios para a resistência do bom combate no tatame das provas, como também concedeu Jesus, o amigo e companheiro, mestre e protetor para todo o sempre.
Nesse espeque, oxalá os profitentes da boa estratégia para o sucesso da empreitada, estejam conscientes de que a expressão amigo é atribuída ao indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, estima, consideração e respeito por outra pessoa, seguro de que seu tutor bem orienta os navegantes e os conduz ao porto seguro, mesmo quando a embarcação está a ponto de soçobrar. Por isso, chancela-se uma pessoa de amigo, quando nela se confia acima de qualquer coisa, o seu esforço para ajudar, seja em situações boas ou ruins; um amigo é aquele que por sua postura de agir, está sempre disposto a conversar e auxiliar nos momentos amargos das provas.
Sem dúvida é o homem de Nazaré, o amigo para sempre. O evangelho segundo Mateus, 11:28 a 30 traz à consideração do amigo de todas as horas demonstrando -ipsis verbis-, o caráter, o modo de agir, sempre disposto a ajudar, como se vê, quando o Divino Jardineiro, convida os seus tutelados a irem até ele, dizendo:
-Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo-.
Sob esse arrimo, inegável que todos os sofrimentos, misérias, decepções, dores físicas, a partida de seres amados, -fora da hora combinada-, encontram consolação em Jesus, o amigo de todas as horas, tanto como à fé no futuro, à confiança na Justiça Divina, que Ele ensinou aos seus irmãos menores. Notório pois, que as lições D-Ele, há que ser observada e o seu jugo leve impõe o dever o amor e a caridade. Roberto Carlos, sensível a figura majestosa do Nazareno, canta em prosa e verso o amigo incondicional de todas as horas, declamando, entre outras expressões de amor, que basta olhar no céu para se ver a nuvem branca que vai passando e na terra se vê numa multidão caminhando, trazendo no peito o amor e procurando a paz, máxime porque, apesar de tudo e de todos os percalços, a esperança não se desfaz.
Oh! Sim. Também em cada esquina se vê o olhar perdido de um irmão sempre buscando Jesus Cristo, o irmão e amigo de sempre ao conclamar ao mestre, -eu estou aqui.- Há também uma canção homenageando a figura do amigo para sempre, que o Pai Celestial concedeu as suas criaturas, na composição de Andrew Lloyd Webber, com a letra de Don Black, cantada magistralmente por Plácido Domingo e José Carreras, símbolo da figura majestosa do amor e do companheiro de todas as horas, apólogo de suas vidas no embate com a prova da leucemia, demonstrando eficazmente que a Consciência Cósmica não abandona seus filhos.
A vida como se vive no dia a dia e hora a hora é difícil, sabe-se muito bem, máxime porque ela é composta do verdadeiro sentido de progresso, talhando nos tatames da existência, as provas a que se submetem àqueles que almejam obter o diploma na universidade da vida, passaporte para os páramos celestiais. Obviamente, nesse sentido, ninguém poderá carregar o fardo de suas dores, ainda que em caráter pessoal, sem o apoio indispensável do companheiro inseparável de todas as horas, o Divino Pastor. Bem por isso Ele veio a esse Orbe, para ser o caminho a verdade e a vida, e, por essa razão disse-o com tanta clareza que ninguém vai ao Pai senão for por ele.
Dessa sorte, todo sofrimento, amargura, dores ou mesmo as alegrias, comportam da parte dos filhos da Providência Divina, educar-se para aceitar os designíos do Senhor da Vida com resignação, amor e esperança de que a Potestade sabe o que faz e aos filhos resta a certeza de que depois de criar o Universo, as estrelas e as constelações, é seguro que a Consciência Cósmica não negligencia os cuidados com seus filhos.
Nesse sentir, é crível asseverar que ninguém se imagine ser possível entender os problemas complexos da existência, sem exercitar ao menos o silêncio d-alma para ouvir os sons inarticulados da natureza vibrando em sintonia perene com as obras do Criador. É do Divino Rabi da Galileia a assertiva de que não estaremos sós, porque quando na solidão que entibia os nossos mais puros sentimentos do espírito, o Sublime Amigo legou à posteridade o convite para ir até Ele. Não há, pois, solidão.
Todos os sofrimentos, misérias, decepções, dores físicas, perda de seres queridos, tudo, mas tudo mesmo que a vã filosofia possa imaginar, encontra sua consolação na fé no futuro e na confiança da justiça de Deus que o sublime amigo ensinou aos homens de boa vontade.
Sem contradita, diante dessa realidade, é inaceitável a alegação injusta que alguns desatentos fazem alhures e algures, ao afirmarem que as dores e aflições por eles experimentadas sejam as maiores do mundo. Não são. O exemplo da dor física mais pungente que se tem notícia foi o do modelo e guia da humanidade que nada devia, enquanto os irmãos menores têm o que espiar.
A compreensão desses fatos, requer uma catarse das chamadas dores através da auto iluminação, porquanto é notório que ninguém responderá pelos erros de outrem, razão porque o ensejo requer cuidado de um proceder sempre retilíneo. A brandura e a simplicidade são do Cristo, o sublime amigo de sempre, na condição de modelo e guia da humanidade convidando perenemente à prática dessa virtude. Em contrapartida, é dever de boa conduta, meditar com paciência nas ocorrências e dominar os impulsos inditosos, pois afinal somente os poderosos respondem ao ataque verbal com o silêncio e evitam dizer tudo, logrando não magoar os companheiros de viagem com palavras ásperas e impensadas.
O primeiro sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos e se a discussão deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar no bem mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Não é comum as pessoas compreenderem os sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida modesta, honrada e digna do verdadeiro cristão, perseverando no dever de fidelidade aos lhanozos propósitos assumidos na pátria espiritual. Por isso, sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez diante da infinita grandeza da vida, conscientes de que para a eternidade dos tempos estaremos na companhia do sublime amigo para sempre, O Divino Pastor.
Neste estado d-alma, segue nosso ósculo em seus corações com hóstia da fraternidade desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Pastor, o amigo para sempre.
- Do amigo fraterno de sempre –
Jaime Facioli.