O EXEMPLO QUE MOVE MONTANHAS.

Uma das questões que mais espicaça os viandantes por esse planeta de provas e expiações, conscientes de que a luta do bom combate é indispensável a todos quantos anelam atender aos cânones do progresso, e, por consequência realizar a grande viagem para dentro de si mesmo, conforme acentua o pai da psicologia analítica, Carl Gustav Jung. Na busca incansável para se conhecer de onde procedem as criaturas, qual o propósito dessa viagem repleta de problemas, dificuldades de todo jaez, permeados de alegria, com a cláusula pétrea da salvaguarda garantindo a todos os navegantes da grande nave espacial chamada de planeta Terra, é sem dúvida, a viagem para dentro de cada pretendente à felicidade.



Aqueles que anelam por laurearem-se na universidade do conhecimento para encontrar a tão sonhada estrada, rota da felicidade da criatura humana, enveredaram-se pelo túnel do tempo, desde priscas eras, em todas as áreas das ciências e sua evolução. Como resultado das pesquisas que dessedenta a sede dos profitentes do conhecimento para entenderem a causa das dores, dos sofrimentos, das alegrias, não será reprochável asseverar que buscando nas profundezas abissais dos ensinamentos nas áreas das ciências humanas, encontra-se a pérola preciosa procurada com sofreguidão, como sendo a do exemplo, forjado na liça da existência, sem distinção, mas em especial aqueles ofertados pelo Divino Jardineiro. É notória a doutrina da sabedoria popular, ao afirmar que -o exemplo vale por mil palavras-. É ele, o exemplo, que deve servir de arrimo para que se siga pelo caminho da porta estreita que leva à felicidade, deixando a porta larga da matroca, das facilidades e do comodismo e, por consequência convida os interessados nas bem-aventuranças a seguirem os passos firmes de Jesus de Nazaré.
Na historiografia mundial, há incontáveis criaturas que marcaram suas provas evolutivas com a chancela do exemplo que move montanha, pela fé, pelo reto proceder e pela abnegação a favor daqueles que têm sede de encontrar o caminho da felicidade. A oportunidade permite que se anote, -en passant-, entre outros nomes dignos de receberem a chancela de exemplos: O Dr. Bezerra de Menezes, a Santa Madre Tereza, em Calcutá, Irmã Dulce e Francisco Cândido Xavier no Brasil, São Francisco de Assis, Paulo, o apóstolo, Marter Luther King Jr., Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como o -Tiradentes-, Hippolyte Léon Denizard Rivail, com o pseudônimo de Allan Kardec, Cairbar Schutel, o bandeirante do espiritismo, Divaldo Pereira Franco, o semeador de estrelas, Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como Mahatma Gandhi, comprovam o exemplo que move montanha.
Por essa razão, comporta no tema em apreço, o apólogo da benfeitora Joanna de Ângelis, pelo seu exemplo de fé, de submissão aos desígnios da vida, da preservação do lar sagrado, tanto como firme, forte e segura nas lições de Jesus no madeiro infame, porquanto ela, da mesma sorte, ao perecer na cruz abjeta e na chama que crepitava consumindo seu corpo físico, soube demonstrar ao seu algoz, a imensidão do amor que o Cristo de Deus lecionou, não cedendo à provocação do centurião para que ela abjurasse a sua fé; foi naquele exato momento do holocausto que ela ofereceu o exemplo mais vibrante do amor e do perdão. Sob esse espeque, com fulcro nas flores colhidas na Redação do Momento Espírita, com base no cap. 15, do livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e as informações colhidas no livro -Joana e Jesus, uma história de amor-, de Divaldo Pereira Franco, esse é o caminho reto que servirá para essa pena traçar os exemplos marcantes da vida.
Nos tempos que se perde na poeira da existência, uma mulher que desfrutava de prestígio social e posses que lhe permitia vida de regalo; casada com funcionário de relevo da hierarquia de Herodes, chamada Joana de Cusa, uma das mulheres mais bem colocadas na sociedade civil organizada de Cafarnaum, foi atraída pelo verbo eloquente de Jesus; a partir daquele momento passou a ouvir as pregações liriais do divino pastor, e, nada obstante seu nobre caráter, vestia-se de forma simples, pois seu desejo era beber da água viva de que falava o Divino missionário do amor.
Naquele ensejo ela trazia no coração muitos dissabores, pois amargurava-se pela atitude do esposo que, para manter sua posição de intendente e prosseguir a gozar de prestígio social, ora comparecia ao templo de Jerusalém, ora adorava os deuses romanos, não se definindo em conceito religioso; guardava todavia na intimidade de seu coração a verdadeira fé, apesar de trazer a alma torturada, diante do anseio lhanozo que conservava no cofre de seu coração para convencer o esposo a aceitar Jesus e Sua Boa Nova; por essa razão, certa feita procurou o Mestre para lhe expor seus dissabores.



Jesus a ouviu longamente e depois ponderou: -Joana, só há um Deus, que é o nosso Pai, e só existe uma fé para as relações com o Seu amor. Todos os templos da Terra são de pedra. Eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. No entanto, algum tempo se escoará antes que os homens possam compreender essa mensagem. Deus sabe aguardar, de forma paciente-.
Mas, Senhor, continuou Joana advogando sua causa, não seria justo impor ao meu esposo os Seus princípios? Afinal, o que almejo é conquistá-lo para o Seu reino. O Cristo sorriu, com serenidade, e lhe recomendou:
-Deus não impõe a Sua verdade e o Seu amor a ninguém. O Pai não impõe a reforma a Seus filhos, mas os esclarece o momento oportuno. Ele não extermina as paixões, antes as transforma. Joana, o Evangelho é de colaboração com todos. Deus não trava lutas com as Suas criaturas. Ele trabalha em silêncio, por toda a Criação. Retorna para casa, Joana, ama teu esposo como o material divino que o céu colocou em tuas mãos para que talhes uma obra de amor. Trabalha e silencia. Quando convocada ao esclarecimento, fala as palavras doces ou enérgicas, conforme as circunstâncias. Sobretudo, vive a mensagem que te penetrou a alma pois que o teu exemplo falará mais alto ao coração daquele que Deus te deu por esposo-.
A mulher de Cusa gravou o ensino do Mestre e retornou ao lar. Transformou todas as suas dores num hino de triunfo silencioso em cada dia. Anos depois enviuvou. Ficando só, sem fortuna e com dois filhos pequenos nos braços, mostrou-se fiel à mensagem de vida, trabalhando com nobreza e honra.
No ano 68, a mulher que fora exemplo no lar, para seu marido e seus filhos, consolidou seus sentimentos pulcros de amor, para uma multidão reunida no circo romano, demonstrando que Jesus lhe ensinara não somente a viver e morrer com dignidade, mas principalmente a amar em quaisquer circunstâncias. Assim, morreu perdoando os que a supliciavam pelos açoites e pelo fogo.
Bem se vê na colheita do jardim da vida, seja pelo diálogo de Jesus com Joanna, seja pelo relato constante do alfarrábio mencionado alhures, ou das penas de Chico e dos sentimentos de Humberto de Campos e ou ainda pela emoção dessa escrita, que o exemplo convence, mais e muito mais, do que todas as ciências, e mesmo dos incontáveis números de palavras ou de expressões.
Por essas razões, o Divino Jardineiro, convivendo e transitando com as criaturas no plano da matéria, lecionou pelo exemplo, mover o mundo pela humildade escolhendo por berço, a pobreza de um estábulo e para iluminar esse sagrado momento o brilho das estrelas que enriqueceram a memorável noite de sua chegada para servir de modelo e guia da humanidade.
Com esses sentimentos d-alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli.




JAIME BARBOSA FACIOLI
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