O valor das mãos ocupadas.
Na linguagem serena do espírito benfeitor da humanidade, Joanna de Ângelis, parafraseando seus ensinamentos, assevera-se que o ser humano pode ser definido como um diamante precioso. Ser imortal que é, mesmo quando se encontra no lodo, diante das aziagas da vida, prova dura ou suave que escolheu em passado remoto, para se laurear no caminho do progresso, necessita manter as mãos ocupadas.
Da mesma sorte, em desespero ou desilusões pelos reveses da existência, instrutores do aprendizado, pela metodologia do acerto e do erro, ainda assim, não deixa de ser uma joia preciosa, que a primeira réstia de luz que lhe chegue resplandece em cores vibrantes. Pondo-se as mãos à obra, seja pelo evangelho redivivo do Cristo de Deus, seja pelo despertar do espírito, quando em solilóquio com o Senhor do Universo, ao perceber a sua iluminação interior, ele brilha como um sol de quinta grandeza.
Inegável pois, que o Senhor da Vida não fez e não faz modelito para depois aperfeiçoar. Ele é o criador de todas as coisas, causa primeira de tudo que se conhece, Onipotente, Onisciente e Onipresente. Por isso, suas criaturas quando em trânsito pelo planeta de provas e expiações, podem enfrentar as tempestades da vida com serenidade e fé, porque sob o arrimo da questão 963 de ’O Livro dos Espíritos’, o Eterno cuida de todas as suas criaturas, por menores que sejam.
Considerando essa retórica, os filhos da Providência Divina brilham como diamantes diante da luz que lhe chega, a exemplo dos infinitos sóis criados pelo Senhor do Universo, dando aos passageiros da felicidade a dimensão de que atendendo a Lei de Progresso e do Trabalho, ajustando a charrua, descortina-se a vida bela, colorida e consentida, encontrando-se com a felicidade, ainda que essa felicidade seja uma relativa, segundo os ditames da questão número 922 do Códex em apreço, respondida pelos espíritos venerandos ‘ipsis verbis’: ’Para a vida material é a posse do necessário; para a vida moral, é a consciência tranquila e a fé no futuro’.
Como criaturas da Potestade, viaja-se no tempo como as estrelas, sem hora e nem lugar, senão a única fatalidade existente na vida, a chegada aos esplendores celestes em breve porvir. Esteja-se certo, entretanto de que o tempo e o modo dependerão de se emularem, com as mãos abençoadas para vencer as tarefas, e se elevar espiritualmente adquirindo o brilho do rubi, sob o pálio da questão 88 do mesmo diploma da vida em apreço.
Asseverou o Divino Pastor: ’Que brilhe a vossa luz’. Por essa razão pode-se estar em todos os lugares, e, em especial com o arauto da Potestade, que de braços abertos alberga seus irmãos menores, em espera pacienciosa a chegada das ovelhas desgarradas, pois de seu redil nenhuma ovelha se perderá. É necessário, com destemor e coragem, colocar mãos à obra, seja no trabalho que oferece o sustento honesto do pão nosso de cada dia, seja no lar abençoado, seja na atividade benemérita que seu coração adota a favor daqueles que em nome da caridade liga o benfeitor ao beneficiado.
Precisa-se, em caráter de urgência urgentíssima, do esforço amoroso na prática da caridade em toda a sua textura, realizando para o próximo, aquilo que se deseja que os outros façam para si. Ouça-se, pois, a voz interior que conclama com sentida emoção, graças vos dou Pai, cheguei à bem-aventurança de ter puro o coração como recomendou o Divino Rabi da Galileia.
Por isso, traga nas mãos mensagens do vento, com a música das estrelas, anunciando com postura pulcra, não nas palavras que o vento leva, mas nos atos das mãos no arado, exemplos que dignificam o homem de bem, sem escusas para lavá-las, como notória a decisão do Governador da Palestina, Pôncios Pilatos, conforme consta nos registros da história da humanidade. Nesse sentido, o homem de Nazaré, recomendou com ênfase, aos seus irmãos menores, que deixem brilhar a vossa luz, pois como criaturas de Deus, tudo o que Ele fez, todos os candidatos à felicidade podem fazer e muito mais.
Sob o manto das estrelas, brilhando no firmamento do espirito imortal, os filhos da Consciência Cósmica, são fragmentos mágicos que carregam o brilho do amor e a luz infinita da fonte criadora, faíscas de amor Divino, cintilando no universo personalíssimo, carregando em essência, todas as ferramentas destinadas ao bom combate, na linguagem luminosa do apóstolo Paulo de Tarso a Timóteo, espraiando-se para os Coríntios e os gentios. Siga-se em frente, com as mãos na enxada, não obstante o passado comprometedor, não no amanhã, mas agora nas asas do vento e no brilho interior de cada um como diamante precioso, filhos do Dono do Universo, dos Mundos e dos Sóis, pois conosco estará para sempre o Pai Celestial.
Adotando esse ideário de vida, para estar em sintonia com o Universo da Providência Divina, roga-se que os corações alberguem para a maturidade espiritual, a pureza da criança que habita o interior de cada um de seus filhos. Anela-se também estar sempre puro em todos os acontecimentos, trazendo no rosto, entrada d’alma, um sorriso autêntico, ciente de que as perdas do caminho de provas e expiações tenham, como sói acontecer, o caráter de lições de vida. Abram-se ainda os corações para que a música, suave melodia da existência, seja companheira de momentos secretos da intimidade interior, expandindo os momentos de amor que contém a magia da alma eterna em cada ação.
Ardentemente se deseja transformar as provas em sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer, para poder gritar ao vento a alegria de que cada dia seja um novo recomeço, onde a alma dance no brilho do alvorecer, deixando um rastro de luz em cada passo como setas luminosas de sua passagem pelos corações amorosos em nome do Divino Jardineiro. Oh! Meu Deus. Quantos ainda estão com as mãos ocupadas nos ‘celulares’, na matroca e na ociosidade, não permitindo um abraço fraterno de carinho ou de atenção; na verdade não sobram mãos para acariciar os familiares, ou aqueles com quem se mourejam na liça das provas e expiações.
Não sobra tempo também nas igrejas das afeições dos fiéis; da mesma sorte, ‘não sobra tempo’ para sensibilizarem-se com uma criança ou para doar aos pequeninos que diariamente estendem suas mãos em busca de uma espórtula, de um trocado ou de um pão para matar sua fome. Sim, meu Deus, esses pequeninos, na linguagem inarticulada do coração, gritam do fundo de sua alma, Jesus, ’não sobraram mãos para mim’.
Não se negue a realidade do momento de transição; são mãos que estão sempre repletas de sacolas, de bolsas, de smartphones, mas nunca livres para um cumprimento cordial, um beijo, um abraço, seja lá o que for, em nome do amor de Jesus. Sob esse espeque, que não se engane a reza filosofia, porque, apesar dos desalinhos daqueles que em tudo vêm o céu obnubilado, há incontáveis criaturas trabalhando no bem em absoluto anonimato, consoante teve oportunidade de dizer Divaldo Franco: ’Nunca houve tanto amor na terra como no presente’. Anote-se com essa pena que são criaturas dedicadas ao bem e abnegadas que ocupam as mãos no silêncio do coração, sem permitirem que a mão esquerda saiba o que faz a mão direita, atentas as prédicas do arauto do amor, enquanto sonham e aguardam com esperança por um mundo melhor.
Em verdade, são os que se esforçam para entenderem o valor das mãos ocupadas; estão sempre dispostas à tarefa da benemerência; são aqueles que têm disposição e vontade para uma tarefa extra, descomprometida ou voluntária, dentro do lar, nos afazeres diários, jamais deixam suas mãos desocupadas; Sob esse ideário, recordam com grata satisfação, a sensação dos abraços nos filhos; lembram-se da delicadeza e da maciez de sua tez; foram capazes de medir a temperatura dos herdeiros, com o termômetro do coração, descobrindo a presença da febre o da normalidade do estado de saúde; oh! Sim. Recorda-se ainda do aperto de mão, firme ou frágil, daqueles que não estão mais por perto.
Benditas sejam as mãos ocupadas. Quantas energias fluem através delas! Quantos fluidos benéficos podem ser canalizados através de ação dignificante. Não é licito se olvidar, jamais, que as mãos de Jesus sempre estiveram ocupadas e disponíveis para quem quer que chegasse até Ele. A esse respeito, memoráveis e incontáveis são os episódios de imposição de mãos de Jesus, quando através de uma transmissão fluídica poderosa, Ele curava, despertava ou alterava o curso da existência daquela alma que o buscava com fé. Suas mãos abençoadas, muitas vezes, apenas erguiam alguém que estava caído, num ato simbólico que representava o que realmente estava ocorrendo com o Espírito até então em situação deplorável. O Mestre, ocupou suas mãos também com as criancinhas ao estabelecer: ‘ Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham. ‘
Valorize a benção das mãos, acompanhando Jesus, o caminho, a verdade e a vida, ocupando as mãos no auxílio aqueles que pedem ajuda, carinho, atenção, por onde quer que esteja, faça brilhar a sua luz, não se permitindo a ociosidade, pois ocupar-se é dar um sentido à vida. Ao acordar cada manhã, as adversidades aguardam o bom combate. Olhe o passado e sinta a recomendação de Paulo de Tarso, cientes de que o Pai jamais abandona os seus filhos e N’Ele as esperanças de que a vida é um presente especial.
Com esses sentimentos d’alma recebam os votos de muita paz, com um final de semana de alegria pela renovação da ocupação das mãos que dão um sentido à vida, na existência bela, colorida e consentida, com o ósculo da fraternidade depositado em seus corações, em nome do Divino Jardineiro.