OS INSTRUMENTOS DA PERFEIÇÃO.
Os filhos da Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, trazem consigo no imo d’alma, o germe que os impulsiona na senda da evolução, razão porque sentem-se compelidos a inscreverem na grande viagem pelo belíssimo planeta Terra, presentemente em estágio de provas e expiações, possibilitando aos viajores a realização das provas e das expiações, e, desse modo alcançarem os esplendores celestes, destino reservado para os filhos do Eterno.
Nesse sentido, o Divino Jardineiro em suas memoráveis lições deixou claro que o Pai Celestial não coloca nos ombros de seus filhos, fardo maior do que a sua capacidade para realizar o seu mister, tanto como não os deixa sem as ferramentas indispensáveis para a prática do bem proceder.
Desse modo, ofertou aos candidatos à felicidade os instrumentos necessários a alcançarem a perfeição relativa, porquanto sabe-se que, nas palavras do arauto do amor, perfeito somente o Pai Celestial, mas claro, o objetivo é o de se alcançar a perfectibilidade, o que significa a busca incansável da reforma íntima para atender a recomendação de Jesus, fazendo brilhar a luz dos filhos do Altíssimo.
Destarte, para esse propósito, serve-se essa epístola, em suas linhas gerais, para estimular os profitentes que buscam as ferramentas de elevação do espírito, reflexionarem sobre os instrumentos capazes de auxiliar o encontro com a perfeição relativa, parafraseando os acontecimentos dantanho.
Na noite que se perde na poeira dos tempos, Simão Pedro trazia n’alma grande desgosto. Havia tido problemas com parentes complicados e rudes, como sói a acontecer nos dias contemporâneos. O tio ancião acusara-o de esbanjar os bens da família e para aumentar a sua desdita, um primo o ameaçara de esbofetear lhe na via pública. Bem por isso, carregava o ácido consigo, transparecendo na face carregada.
Nessa oportunidade, quando o Mestre leu algumas frases dos sagrados escritos, o pescador desabafou e d’ escreveu-lhe o conflito com a parentela; ao término do relato, pintado com as tintas berrantes os acontecimentos, como se faz na atualidade, Jesus indagou: ’E o que você fez, Simão, ante as agressões dos familiares incompreensivos?’
A resposta do apóstolo foi com veemência: ’Sem dúvida, reagi como devia, coloquei cada um em seu devido lugar. Anunciei, sem disfarce, as más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de mesquinharia e meu primo é um grande mentiroso. ‘Provei que ambos são hipócritas e não me arrependi do que fiz’. O Mestre refletiu e falou compassivo: Pedro, me diga: ’Que faz um carpinteiro na construção de uma casa?’. Naturalmente trabalha, respondeu com impaciência o temperamental pescador.
O Mestre volta a interrogar: ’ Com o quê? ‘; e o interrogado de imediato responde: ‘Usando ferramentas’. Diante da breve resposta de Simão Pedro, Jesus continuou: ’As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do reino do céu em nós mesmos’.
Com fulcro na lição em apreço, inegável que quando se fracassa no aproveitamento dos agressores, eles que são os meios de melhoria dos viandantes do planeta Terra, é quase impossível triunfar com recursos alheios, porque sabe-se que o Pai Celestial somente concede os problemas da existência, de acordo com a capacidade de seus filhos para oferecer a solução adequada.
Nesse considerando, sem contradita, no dizer colhido nas parábolas e ensinos de Jesus, na pena de Caibar Schutel, ’O homem que cumpre o seu dever a nada mais fica obrigado. Quando o homem faz o que pode, Deus faz por ele o que ele por si mesmo não pode fazer’. (RIE junho 2019).
Da mesma sorte, no santuário da vida se colhe frutos saborosos das provas, porquanto a ave é obrigada a fazer o ninho, mas não lhe é pedido outro serviço e a ovelha fornece a lã, sem que ninguém lhe exija o agasalho pronto. Destarte, ao homem foram concedidas outras tarefas, quais sejam as do amor e da humildade, na ação inteligente e constante para o bem comum, a fim de que a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra.
Os parentes próximos, habitualmente nada mais são que o martelo e o serrote que se pode utilizar a benefício da construção do templo vivo da criatura em provas e expiações, na sublime viagem pelo planeta Terra; sim, esse é o meio pelo qual o céu se manifesta n’alma dos candidatos à felicidade, e, é sob esse olhar que se constata que o ignorante representa para o erudito o campo de bênçãos e o mau proceder um desafio destinado a provar a capacidade de resistência do material com que se trabalha a argila na construção do palácio da felicidade, atentos os candidatos as lições do Homem de Nazaré para amar o seu próximo como a si mesmo.
Nesse sentir d’alma, a bondade é posta à prova nessas ocasiões em que o ingrato serve de meio para se exercitar o perdão e o doente a capacidade de doação, lição que capacita socorrer os aflitos. Inegável, portanto, que aquele que bem se conduz, junto dos familiares endurecidos, aos companheiros de trabalho, confrades e ou seus irmãos de qualquer uma das incontáveis seitas religiosas, abraçando com devotado amor a sua religiosidade e ao próximo, ou ainda a sociedade civil organizada, prepara-se com rapidez para a glória do serviço à humanidade, porque, se a paciência aprimora a vida, o tempo tudo transforma.
No apólogo que arrima esse discurso, diante da lucidez da lição, Pedro silenciou, não falou mais nada; contudo, na entrada d’alma ainda mantinha os olhos questionadores o que levou Jesus a completar a lição dizendo:
‘Se não ajudamos o necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos de longe? Se não amamos o irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos harmonizaremos com o Pai Celeste? ‘
Que responda a indagação do Divino Jardineiro, a consciência do justo, deixando fluir os mais puros sentimentos d’alma, na fonte cristalina que se encontra no cap. 6, do livro ’Jesus no Lar’, pelo Espírito Néio Lucio, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Nesses considerandos, é certo que entre os familiares, não há o acaso, mas uma causa na sabedoria Divina, pois é ela quem coloca cada uma das suas criaturas, no lugar certo, na hora oportuna e com as pessoas certas.
De fato, sejam as criaturas habitantes da mesma nação, da mesma profissão, da mesma fé, segundo as provas que cada um necessite para a sua elevação espiritual, é certo que a única fatalidade que existe no destino dos filhos do Altíssimo será alcançar os esplendores celestes, razão, motivo e causa dos instrumentos de amor destinados a perfeição dos filhos do Eterno.
Servindo-se da luz dessa retórica, sabe-se que na jornada da vida há pedras, flores e calhaus; de qualquer sorte, despiciente dizer que a verdade é que não se pode supervalorizar as queixas de qualquer natureza, parentes ou companheiro de viagem, nem deixar de lutar nos tatames da existência, o bom combate do dia a dia, compromissos a que são chamados os filhos da Potestade para o reto cumprimento do dever, outrora assumidos na pátria espiritual.
Diante das provas diárias não há porque enfraquecer os ânimos e perder as esperanças. Siga-se adiante na certeza de que o Pai Celestial cuida de todas as suas criaturas conforme dispõe a questão 963 de ‘O Livro dos Espíritos’. Anote-se por isso, com fulcro na irrestrita confiança na Potestade, não temer as tempestades, certos de que elas estão apenas preparando o terreno para novas colheitas e a construção do palácio da felicidade, com as ferramentas que estão nas mãos dos que trabalham com amor para terem puro os corações. Não há porque parar no meio do caminho. Bem se compreende, cumprida a promessa do Divino Galileu, hoje não há mais razão para interromper a marcha do progresso porque o destino é a evolução.
Com esses sentimentos d’alma recebam os amigos fraternos, votos de muita paz e uma final de semana de alegria pela vida que é bela, colorida e consentida, com o ósculo da fraternidade em seus corações.