À PROCURA DE DEUS.
A inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, o criador incriado, durante a jornada de evolução de seus filhos, de todo o sempre sentiram n’alma em germe a certeza de sua existência, onipotente, onisciente e onipresente; nada obstante a humanidade divide-se em incontáveis seitas religiosas cada uma delas externando sua doutrina.
Desse modo, os materialistas sustentam pelo niilismo, que a vida é o nada além do tumulo, encerrando-se, portanto, a existência dos filhos da Potestade, no sepulcro; os panteístas, na doutrina do panteísmo, são aqueles que acreditam na absorção dos seres no todo universal, professando por consequência a inexistência de um ser supremo, considerando-se sob o beneplácito dessa ideologia, que todas as criaturas tem um ponto de partida e ao término de sua viagem retornam ao marco inaugural, sem perspectiva para a sua individualidade.
Há também sobre o tema sub-oculis, uma terceira teoria, a que admite a individualidade das criaturas, mas com a fixação definitiva de sua sorte, circunstância em que após a existência, somente restaria dois caminhos pré-estabelecido; o céu ou inferno, o que representaria a existência do castigo e do prêmio estabelecido pelo Criador, resultando na Divindade que pune.
Nada obstante, sob as bênçãos do Pai de amor e bondade, Todo Poderoso e Misericordioso, como lecionou o Divino Rabi da Galileia, sabe-se que o Pai Celestial, não pune e nem dá prêmios aos seus filhos, mas todos tendo o mesmo ponto de partida, a criação pelas suas mãos dadivosas, evoluem segundo seus esforços, cumpre-se a lei de progresso, razão porque, obedecem, o desenvolvimento indefinido do espírito e, no lugar de punição, concebe-se a responsabilidade e irresponsabilidade, como fator da existência.
Desse modo, certamente àqueles que se desalinham assumem a responsabilidade de reajustarem o conjunto harmonioso da criação do Eterno, equilibrando-o para a harmonia do mundo em que realiza as suas provas e ou expiações, ou no do mundo onde esteja habitando, segundo suas leis e evolução. De outro modo, é crível anotar a inexistência de vínculos entre as criaturas, ou quaisquer liames que atendam a Lei de Progresso; nessa ocorrência resultaria a absoluta falta de individualidade do espírito e a ausência da família universal, tornando a existência sem lógica, sem sentido ou esperança no porvir, o que por si já teria de priscas eras relegado a humanidade a viver nos tempos das cavernas.
Em síntese apertada, o panteísmo como crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, e que o Universo e Deus são idênticos, tanto como aqueles que defendem o ponto de vista dos materialistas, e, com licença das demais e incontáveis divisões existentes na filosofia do teísmo, do politeísmo ou da existência do purgatório e do paraíso, no universo de mais de 4.000 religiões que procuram se religar ao Eterno, acima de tudo, as criaturas em evolução estão à procura de Deus.
Nesse ponto, é de relevo valer-se de uma antiga narrativa, constante nos anais da história, com autoria desconhecida, inscrita no livro ’Depois da morte’ de Léon Denis, da ed. FEB, a respeito de uma criatura em busca do Ser Supremo, ensejando parafrasear no apólogo que se faz sob a emoção dessa pena, anotar que certo dia o personagem da história em comento sentiu uma premente necessidade de conversar com Deus, como sói acontecer com aqueles que estão em busca da Potestade, e, em trânsito pelo belíssimo planeta Terra, no alvorecer do admirável mundo novo de regeneração, que se aproxima em passos acelerados para os que estão despertos.
Foi nessa oportunidade que nos recônditos de sua alma, exclamou aos céus para estabelecer contato com o Eterno suplicando: Oh! Deus, fale comigo. Preciso urgentemente ouvir sua voz. De imediato, no galho de uma arvore próxima, se fez ouvir o canto de um rouxinol preenchendo o espaço da natureza; nada obstante a criatura necessitada do contato Divino, não se apercebeu da beleza da poesia, e, nem se deu conta da mensagem que vinha na musicalidade e insistiu: Deus, por favor, fale comigo. O Pai Onipotente, Onisciente e Onipresente, de imediato fez a natureza modificar sua feição e um trovão ecoou retumbando nos céus.
Ainda assim, a criatura foi incapaz de ouvi-lo; por essa razão, olhou em sua volta e disse no diálogo que lhe parecia um monólogo, mas desta feita em disse em voz alta: Oh! Senhor, deixe-me vê-lO; por isso, disse-lhe o Senhor da Vida; Oh! Sim, e atendendo o angustiado pleito da criatura, a Potestade ofereceu uma resposta imediata; fez aparecer o brilho de uma estrela no céu, para logo mais surgirem milhões de pequenas lanternas brilhando por todo o manto da noite, diante da lua que salpicou de luz cor de prata, esparzindo seu brilho para espelhar sua claridade nas águas imensas do lago.
Lamentavelmente, o homem na consciência do sono não notou a imensa manifestação de amor do Pai Celestial, razão porque, desesperado e em pranto compulsivo, inconformado com o que entendia não ter sido atendida a sua rogativa ao Eterno, agora as raias do desespero resolve-se por altear ainda mais a sua voz para gritar aos quatros cantos do mundo em alto e bom som: Deus, mostre-me um milagre. Uma criança nasceu sob as bênçãos da Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas. Todavia, o homem não sentiu nos refolhos de sua alma, o pulsar da vida no novo ser que surgia repleto de esperança e sôfrego por não ouvir o Altíssimo, o homem começou a chorar e disse com sentida emoção:
Oh! Criador, sinto-me tão só. Por misericórdia, toque-me e deixe-me sentir que Tua Providência Divina está aqui comigo; nesse momento de lirial beleza, uma borboleta de indescritível beleza pousa suavemente em seu ombro, abrindo e fechando suas asas multicoloridas, como se a dizer, ’Eu estou aqui meu filho’. Ponto finalizando, a narrativa permite registrar que aqueles que não abrem os seus corações até as profundezas d’alma, onde está o tesouro de seu coração, como disse Jesus, procedem como o personagem da narração, que sem se importar com a borboleta, levanta os ombros e a espanta, sem ouvir os murmúrios da natureza onde o Senhor do Universo depositou o seu autógrafo.
Por derradeiro, é de bom alvitre historiar que a natureza se mostra em todos os lugares, as mãos da Divindade, e por toda parte a vida estua e a matéria obedece uma força que a domina, organiza e dirige a majestosa sinfonia da existência, apresentando um espetáculo deslumbrante da natureza, nas primeiras horas da manhã, oferecendo um radioso espetáculo para uma plateia que ainda dorme e não vê o sol que se levanta trazendo em sua intimidade a segurança dos céus, das montanhas, dos mares, chancela que o Senhor do Universo apresenta ao Espírito no conceito indelével da existência da Inteligência Suprema Causa Primeira de todas as coisas do Universo.
Sem contradita, em cada uma de suas criaturas, jaz a fonte benfazeja de onde brotam as ondas de vida, do amor na excelência do verbo, e todas as inumeráveis virtudes, com as incontáveis potências do Altíssimo, sinalizando de onde procedem os filhos do Eterno, qual o seu propósito na trajetória de sua existência, e o seu destino, consoante o alfarrábio de Leon Denis com o título ’O problema do ser, do destino e da dor’.
É, pois, nesse santuário íntimo, onde se deve procurar por Deus, onipotente, onipresente e onisciente, residindo para todo o sempre nos corações de seus filhos amantíssimos, máxime quando as almas refletem a sua presença nas gotas do orvalho da manhã espelhando os raios do sol, cada um deles segundo o seu próprio brilho e grau de pureza. Da mesma sorte, é dentro de si mesmos que todos os homens de gênio, os grandes missionários, os profetas, os homens comuns e os arautos do bem conhecem Deus e Suas leis e as revelaram aos companheiros de viagem, razão porque o Divino Jardineiro exortou os povos da Terra a deixarem brilhar a sua luz.
Com o sentimento de fraternidade que encerra essas reflexões, vênia concessa, diga-se que é confortador caminhar nas provas e nas expiações, estágio em que se encontram os candidatos a felicidades no planeta chamado Terra, com a fronte levantada para os céus, conscientes de que, mesmo nas tempestades ou no meio de atrozes provas, ou no fundo do poço, ainda que algemado nos cárceres dos vendavais, ou diante da beira dos abismos, a presença da Providência Divina zela sobre o todo o trajeto dos viajantes das estrelas, sob o beneplácito da questão nº 963 de ’O Livros do Espíritos’, há um Pai misericordioso que observa os atos de seus filhos, suas lutas e lágrimas, até que se alcance a glória e a felicidade para o qual foram criados.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.