ILUMINANDO OS CAMINHOS DAS PROVAS.
A busca da luz tão decantada em prosas e versos na doutrina rediviva do Divino pastor, além da iluminação física, tem o caráter de esclarecer aos candidatos à felicidade, no sentido lato da palavra, clareando o espírito e esclarecendo-o a respeito de sua criação, o seu propósito e o seu destino diante da vida, bela, colorida e consentida: por essa razão, pode-se conjecturar nos desígnios do ilustre pai da psicanálise analítica, Carl Gustav Jung, sedimentando suas reflexões, na viagem para dentro, como o despertar para a realidade; ao se lançar o olhar para fora a criatura sonha, os sonhos dourados da facilidade, sem compreender o sentido da vida; ’in veritas’, não se dá conta do problema do ser, do destino e da dor conforme anuncia Leon Denis em seu alfarrábio com o mesmo nome.
De fato, sonhar com as facilidades mundanas, a atitude pusilânime, de opróbrio, de vilania, de ignominia, abjeção, ou torpeza, constitui facilidades que muito mais cedo do que se imagina, a consciência, repositório das leis divinas, não como punição, mas como ato da irresponsabilidade do malfeitor, exigirá o equilíbrio do Universo da Potestade.
Desse modo, segundo o axioma de Jung, ao se realizar a viagem para dentro, a criatura humana ao deixar as mãos da Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, foi agraciada em essência com a inteligência inata, razão porque toda vez que vê ou pratica uma violência, maus tratos, agressões ou mesmo um holocausto, lá no fundo de sua alma, há uma sensação indômita anelando realizar a grande viagem para dentro, iluminando seus caminhos na busca incansável para entender o sentido da existência, de promover o bem, inibir ou minorar o acontecimento inditoso, seja pela doação do trabalho, dos bens materiais ou ajuda financeira de sorte a conter o fluxo das agressões no meio ambiente, nas pessoas e nos bens de qualquer natureza, resultando assim o encontro do caminho iluminado para a felicidade.
Segue-se nesse fluxo de reflexão que nada obstante as bênçãos do Senhor da Vida, os viandantes da felicidade, para iluminarem a viagem do processo de elevação e autoconhecimento, encontram espinhos, abrolhos e pedras nos caminhos, valorizando assim as provas a que se submetem para laurearem-se na Universalidade da existência. Anote-se, ’an Passant’, que certamente não se trata somente de se emularem para obterem o êxito nos projetos pretéritos traçados na pátria espiritual, mas sim, também em razão de se constituir esse procedimento na própria natureza das provas e da melhor análise de conhecimento do quanto custa iluminar-se no caminho das provas na grande viagem interior.
Para iluminar os caminhos das provas, convida-se os candidatos à felicidade, a viagem interior, na busca para entenderem as causas do destino e da dor das criaturas do Eterno, e, nas penas dessa retórica, parafraseando e adequando ao texto da parábola os fins do objeto em apreço, argamassa-se o discurso em exame, servindo-se de uma lenda indiana, narrada ao sabor da emoção do momento, dizendo que:
‘Certa vez, um homem foi contratado pelo seu senhor para levar água do córrego, todos os dias, à residência do seu amo, e sua tarefa se constituía em encher dois recipientes com água cristalina. Para esse mister servia-se de dois potes amarrados com cordas e um pedação de madeira destinada a esse fim, carregando-a nos ombros com um pote de cada lado.
Destarte, todas as manhãs, ao romper do dia, o fiel servo enchia os potes de barro e prosseguia feliz caminhando pela estrada cumprindo o seu dever. As tarefas seguiam o seu curso normal até que com o passar dos tempos, o servo percebeu que um dos potes havia se rachado: por isso, no percurso do córrego até a casa do seu senhor, muita água se ‘perdia’ pelo caminho de tal sorte que ao chegar ao destino, havia apenas um pote e meio de Água e não dois; para sua surpresa, certa manhã, ao cumprir suas tarefas, o servo foi surpreendido por uma ‘voz lhanoza’ que lhe alertava da ocorrência e o indagava:
‘Por que ele não substituía o pote danificado por um novo, afinal ele estava rachado e perdia muita água e não se prestava mais a sua finalidade’; o servidor fiel e iluminado pelo entendimento da existência, consciente de que tudo que o Criador fez e faz tem um propósito, respondeu-lhe entusiasmado:
De forma alguma; considero o pote útil ao trabalho; O fato de derramar água pelo trajeto, fez-me perceber que a terra daquele lado ficou umedecida, mais verde e ao notar a terra em condições para o seu propósito, arranjei algumas sementes de flores e as semeei. Se você prestar atenção, verificará que do lado direito há um canteiro de flores belas, perfumadas e coloridas. Oh! Sim. Graças à Deus transformei o caminho em um jardim agradável. Nada obstante, como aqueles que viajam para fora, a voz insistia contra argumentando: Contudo, o seu amo está sendo prejudicado e não deve estar gostando nada do seu desempenho. Afinal você foi contratado para levar dois potes cheios de água, e entrega somente um e meio.
O fiel servidor respondeu com segurança: Oh! Não. Dizendo com a sabedoria daqueles que estão em paz de espírito. Ao contrário. Cada dia meu amo mais aprecia o meu trabalho e a minha dedicação. Como se desejasse completar e melhor esclarecer o seu ponto de vista, disse também, em verdade, desde que as flores começaram a surgir, em profusão com qualidade e encanto, passei a colher algumas, levando-as com cuidado e as depositando no vaso da mesa da sala do meu senhor.
Ele por seu turno, surpreso com a beleza da natureza, muitas vezes me deixou alegre ao vê-lo quando hauria o seu suave perfume e o embelezamento de sua vivenda, chegando mesmo a acariciar as suas pétalas, quando depositava seu ósculo para realizar a sua viagem para dentro, compreendendo a vida sempre bela, colorida e consentida.
Desse modo, se os pretendentes a iluminação interior prestarem atenção nos propósitos da epistola, verificarão que do seu lado direito há um canteiro de lindas flores perfumadas e coloridas, graças a viagem interior em busca da luz que ilumina as trajetórias dos filhos da Providência Divina e que transforma o caminho em jardim cultivado pelo Divino Jardineiro, permitindo o dialogo mental com o transcendental nas avenidas da grande viajem das provas e expiações.
Sob o espeque dessas reflexões, a semelhança daqueles que apreciam os estudos de Carl Jung, pai da psicologia analítica e do aforismo: ’Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta’, brilha a verdade de que as criaturas do Senhor do Universo são importantes, tanto como nas lições de Joanna de Ângelis:
‘Os filhos de Deus, são como diamantes preciosos que mesmo quando caídos no lodo, as primeiras réstias de luz o fazem brilharem como as estrelas de quinta grandeza’. Por essa razão, sabe-se intuitivamente que é preciso iluminar-se, cada um por seu turno, traduzindo-se essas luzes pelo conhecimento para se saber de onde viemos, o que se faz nesse planeta de provas e expiações e qual o destino reservado aos irmãos menores que levou o Mestre a asseverar que iria para preparar o caminho, oferta de paz aos viajantes das estrelas.
Meditemos, pois, na importância das criaturas, ao ponto do Divino Rabi, exortar aos filhos do Senhor do Universo para deixarem brilhar a vossa luz, permitindo considerar quantas vidas influenciamos, ainda que os recursos sejam escassos, quanto se pode realizar a bem daqueles que quem vivem ao derredor, iluminando-os como modelo, como fez o Divino Jardineiro. Oh! Sim. Quem dispõe de voz, pode usá-la para cantar uma canção, para ensinar, para dulcificar a palavra, levar a mensagem de amor, como fizeram dantanho os apóstolos do Cristo de Deus.
Da mesma sorte quem dispõe de braços, pode estendê-los na direção do outro para agasalhá-lo nos dias frios de inverso ou na adversidade das amargas provas, dando coragem para a travessia. Quem tem pernas saudáveis, pode direcioná-las no caminho da carência e aliviar dores escondidas em casebres, barracos e ruas. Quem tem um coração que ama, pode modificar o mundo, começando pelo seu local de trabalho, seu lar, e na comunidade onde moureja.
Oh! Meu Deus. A pequena lista de virtudes descrita nessa missiva, não compõe todo o arsenal das bem-aventurança, mas todos aqueles que assim procederem iluminam seus caminhos de provas para alçarem voo as estrelas no rumo dos esplendores celestes. Nesse sentido, envolvidos nos sentimentos d’alma, segue o ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade, anelando tenham todos um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.