O VERBO DO HOMEM DE NAZARÉ.
A palavra é o meio de comunicação das criaturas humanas, alcançada na trajetória de sua evolução, e tem a finalidade de transmitir as ideias que estão no arcabouço da inteligência dos filhos da Potestade para o entendimento e materialização do pensamento abstrato em realidade objetiva. Por consequência, a palavra se presta para educar, consolar, ajudar e os incontáveis meios de conjugar o verbo amar, nada obstante, também sirva para agredir, ferir, trair, enganar escondendo a verdade; tem-se então, o exercício da palavra como meio ignóbil, opróbrio, pusilânime, de vilania, ignominia, abjeção ou torpeza, onde cada criatura utiliza o verbo segundo sua elevação moral; desse modo muitos se habituam ao emprego de palavras chulas que enfraquecem o espírito, quando deveria empregar o verbo para dulcificar as palavras e conduzir as provas oferecendo oportunidade de se proceder com lhaneza para servir de modelo diante de conduta proba exemplar.
Em verdade, é indispensável que os filhos do Eterno abracem o axioma criado por Confúcio, recomendando ’agir antes de falar e, portanto, falarem de acordo com os seus atos’. É, pois, dever das criaturas em evolução, colocarem a lealdade e a confiança acima de quaisquer doesto, não se aliando aos que transitam na faixa dos inferiores e muito menos terem receio de corrigir os próprios erros.
A questão em apreço, - as palavras de Jesus - foram objetos de estudos e análise ao longo do tempo pelos profitentes do tema, resultando ser vero que algumas delas ainda hoje soam estranhas, diante das traduções que até os dias atuais parecem estranhas, seja porque as traduções não foram fieis, sejam porque ainda não foram bem compreendidas; entre elas, a frase pronunciada no madeiro infame: ‘Deus meu, Deus meu, por que me glorificaste’? Trata-se de um atestado da perfeita ciência de Jesus ao propósito para o qual viera à Terra. Sim. Ele é o Pastor da Humanidade e veio ao seu rebanho para guiá-lo; mostrar que o reino dos céus pode ser por todos conquistado, mesmo pelos desalinhados, em respeito a lição sublime do amor.
Disse também Jesus: ‘Tenho sede’. A correta exegese da palavra, data vênia, se prende ao objetivo de sua vinda ao planeta e não a sede física. Conjectura-se que o missionário recusou a Água contendo vinagre e mirra, por se tratar de um narcótico para diminuir as agruras das dores da crucificação; Ele anelava estar íntegro, consciente, até o final, pois como Modelo e Guia da humanidade não procederia de outra forma. Ensinando pelo seu verbo, agia de forma condizente ao que lecionava, porquanto o modelo do autentico líder e instrutor assim procede. Por fim, chegada a hora derradeira, soam as palavras da vida eterna: ‘Pai, em tuas mãos entrego meu espírito’.
De fato, as palavras têm vida, e, por consequência impõe a todos o dever de terem cuidado com os pensamentos, fonte inesgotável de energia, que tanto pode ser força para a prática e exercício no bem quanto do mau. No fluxo dessas reflexões, reside a força dos pensamentos, caindo no território dos corações humanos, germinando em nome do amor em plenitude com as palavras dulcificadas como as de Jesus, desfazendo os espinhos das amarguras, transformando os calhaus do caminho em trigo que alimenta os espíritos para a grande jornada pelos túneis do tempo até os páramos celestiais.
Assim, diga-se, em tudo, absolutamente tudo o que as criaturas da Potestade, necessitam para a seu escorreito procedimento, se encontra no verbo das lições do Divino Rabi da Galileia, sendo crível aos profitentes da boa nova, ficarem raízes dos motivos porque o paracleto, na questão nº 625 de ‘O Livro dos Espíritos’, pergunta aos espíritos venerandos, ’Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo’, e, recebem como resposta: ’ Vede Jesus. ‘
É desse modo, que a pena dessa apologia, concessa venia, ousa se valer das prédicas do Divino Jardineiro para anotar no discurso sub exame, que o incomparável Mestre no Seu semblante resplandecia o sol de quinta grandeza, com um mistério que dava força às suas palavras, porquanto o Seu verbo esclarecia com suavidade e autoridade moral.
Na época, a oratória que se ouvia em Roma, Atenas e na Alexandria dos nobres e eloquentes tribunos encantavam as plateias, mas com Jesus de Nazaré, era diferente pois o seu verbo dulcificado tinha o dom de encantar os ouvintes, por conta da docilidade, da honestidade, da autoridade moral e da sinceridade com que demonstrava o exercício do perdão, da mansuetude, da indulgência e as virtudes que asserenam os corações pulcros, permanecendo até os dias de hoje.
O Homem de Nazaré quando falava, os que O ouviam se permitiam vagar no próprio território do coração, por lugares nunca antes visitados, porquanto Ele discorria o tema de forma adequada a cada um, chegando a intimidade de cada espírito e suas necessidades de evolução. Sem dúvida, Ele foi e é, o mais extraordinário pedagogo da história da humanidade.
Sua maneira simples de descrever as parábolas, adequava a elevação da moral à época, criando histórias verossímeis, sem precedentes antes D’Ele, e, de seu verbo desencadeava-se doce, ou enérgica poesia em forma de lição, de acordo com as necessidades de cada aprendizado, tal como nas estações primaveris, ou nas invernosas se transformam. Falava sem rebuscar e enaltecia as coisas simples, que todos entendiam, para lecionar as leis divinas e arrebanhar os Espíritos ao reino de Deus.
Suas inesquecíveis histórias davam a descrição de ‘Um semeador que saiu a semear ...’, conduzindo seus ouvintes, enquanto discursava assistirem, os acontecimentos à semelhança de prodigiosa tela mental, do homem em plena madrugada, indo ao campo, e espalhando as sementes. Oh! Meu Deus, dessa forma podia a plateia, ver brotarem as sementes a partir da terra fértil.
Em verdade, as ovelhas de seu aprisco não se esqueceram jamais de sua palavra suave, dizendo: ‘Um pastor contou seu rebanho, ao cair da tarde, e descobriu que faltava uma ovelha’; até os dias de hoje, se tem na mente a figura delicada do pastor solitário, que passava em torno de nove meses, nos campos, com seu rebanho, e ao anoitecer, colocava todas as ovelhas sob seu resguardo de pedras, e ele mesmo se transformava em porta viva, deitado atravessado no único acesso, protegendo-as.
Em suas palavras havia um poder que faltava aos brilhantes oradores da Velha Roma e da Grécia, pois quando Ele pronunciava seus discursos falavam da vida além da vida aos seus ouvintes. De fato, o nazareno informava da destinação gloriosa do ser e da vida que não perece nunca, descrevendo a respeito de um reino de riquezas imperecíveis, em síntese, um reino para o qual todos teriam acesso, porque é do Pai e todos somos seus filhos.
De fato, enquanto eles observavam a vida apenas com os olhos humanos, Jesus dissertava sobre a vida à luz do universo, pois Ele era como uma montanha que se dirigia às planícies, conhecendo a intimidade de cada um os alcançava falando-lhes daquilo que os ouvintes tinham maior necessidade, sem que jamais houvesse alguém que o igualasse. Oh! Meu Deus. Diante da eloquência de Jesus em suas palavras, sabedoria e docilidade, transcorrido mais de dois milênios de Sua mensagem alvissareira, será justo se interrogar por que ainda incontáveis criaturas persistem em não seguirem suas prudentes e sábias palavras; de que mais afinal carecem as mentes para despertarem os corações e se afeiçoem ao verbo do Divino Rabi da Galileia.
A consciência do justo, com certeza dirá que o tempo urge e as tempestades chegam para aqueles que não ancoram seus projetos no porto seguro do bom pastor, o Mestre e suas palavras dulcificadas, máxime porquanto é no jardim das provas que se colhe os frutos da semeadura, constituindo dever de todos semearem as boas sementes, não se olvidando de regá-las com amor para apurar as mais belas flores, decodificando e dando o poder da compreensão às palavras daquele que ensinou seus irmãos menores para fazerem brilhar as vossas luzes.
Assim, reparemos que são os ventos fortes que permitem que as raízes das árvores se tornem profundas, permitindo que a planta suporte melhor os frutos que virão, e, quando as folhas caírem no jardim da vida, não haverá espaço para lamentações, pois será o adubo para que vicejes e renasçam novas flores no ciclo contínuo da existência.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.