A VIDA É CURTA, DÊ UM SENTIDO PARA AS PROVAS.
Carpe diem é uma frase extraída da Ode I, 11, da lavra do poeta Horácio, nascido em o8 de dezembro do ano 65 a.C., com o sentido literário de valoração do momento existencial, traduzindo-se no sentido da valoração do momento existencial, para se ‘aproveitar o dia’, e tudo o que de bom ele oferece; ao longo dos tempos que se perde na poeira da eternidade, os pulcros conceitos foram miscigenados, razão porque se pede licença ao ilustre poeta Romano dantanho, para dizer que o nobre propósito da palavra, teve o seu sentido altivo desvirtuado.
Nesse considerando, a sabedoria popular, chamada a voz do povo, assevera que ‘a vida é curta’, com isso expressando um sentimento de que a existência das criaturas de Deus, a semelhança dos ventos que sopram sem que ninguém saiba de onde vêm e para onde vão, tem breves momentos para serem vividos, ensejando por essa razão aproveitá-la à exaustão, servindo-se da porta larga que oferece comodidades, cujos resultados serão em breve porvir, chamados a restaurar o equilíbrio do universo da Potestade, tal qual afirmou Paulo, o apóstolo, afiançando que as criaturas humanas carregam consigo o resultado de seus atos.
Sim, a afirmativa do apóstolo Paulo é fidedigna ao tema, servindo de arrimo para combater a filosofia rasa daqueles que sustentam ser a vida curta, razão porque se outorgam carta de alforria para os desmazelos, os maus procedimentos, os atos de improbidade, de vilania, ignomínia, opróbrio, conspurcação, e, entram de ‘corpo e alma’ pelas portas largas da irresponsabilidade, civil, ética e moral, comprometendo e retardando evolução espiritual por ofensa grave as leis Divinas.
A recomendação dos que se servem da porta larga das provas, estimula quebrar as regras, desobedecer às leis à exaustão, realizando o que der na ‘telha’, para aproveitar a vida pretextando ser ela curta, em decorrência do que, olvidam os seguidores desse comportamento, que caem nas próprias armadilhas, como os lobos, sem perceberem.
Enganam-se redondamente aqueles que têm aversão às regras, às leis, e disciplina, porque essas normas servem para regular a vida em sociedade, considerando que a criatura humana é um ser eminentemente gregário, e nesse sentido, são indispensáveis os códigos para bem viver. Ao contrário, é a repulsa à responsabilidade que ainda dá forças às mentes desorganizadas persistindo em não se projetarem para cima, para o encontro com o Criador; ora, nesse sentido, quebrar regras com o pretexto de que a vida é curta e deve ser aproveitada, como sustentam os desalinhados com a lei de progresso, é atitude infantil, imatura e perigosa.
Com a bandeira da reflexão, aprofunde-se o bisturi dessa retórica, para se constatar o resultado de se extrapolar a velocidade na condução de um automóvel e se verá o resultado, comprometendo a vida dos transeuntes, senão destronando o programa adrede estabelecido na pátria espiritual pelo próprio imprudente; um racha, disputa de veículos destinado a exibir habilidades pelas vias públicas de uma cidade, coloca em risco incontáveis pessoas, com funestas consequências, pondo em risco vidas, inclusive a dos próprios exibicionistas; desse modo, não há regra que possa ser quebrada de quando em vez sob o rótulo de ser a ’vida curta’.
Sim, acima da insensatez, brilha verdade levando o estandarte do reto proceder, porque esse modo de ‘aproveitar a vida’ não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira, porque esta é uma visão materialista e distorcida sobre o tema, além de ser pobre e imediatista do existir.
Em verdade, aproveitar a vida, consiste em cumprir retamente os ditames da consciência do ser espiritual, que sabe estar no mundo por uma razão muito especial; não desconhece que transita pelo mundo de provas e expiações, realizando proezas que o capacita pelo reto proceder, como herdeiros do universo, sob o espeque da emulação que realiza para mudar os hábitos incompatíveis com o título de filhos do Eterno.
O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do trabalho, do amor, e do reto proceder, a sua alegria e o prazer de transitar pela vida, bela, colorida e consentida, sem necessidade de sair pelo mundo afora, desrespeitando as regras, as leis, os códigos e os ditames da sociedade.
Os filhos da Consciência Cósmica, não devem permitir que os pensamentos infelizes criem raízes em suas mentes, e nem a vida se resume nos problemas com que defrontas diariamente, porque acima dos momentos de insatisfação, há inúmeras oportunidades de progresso espiritual sorrindo para os que estão prontos para a alegria de viver. Desse modo, basta que se confie em Deus e se faça o melhor ao teu alcance, aprendendo a selecionar os pensamentos que te visitam, à semelhança daqueles que separam as sementes sadias para cultivar o solo da alma, porquanto confiando e agindo no Bem, encontrarás força para que floresçam no espírito, a harmonia, a saúde e o amor que faz brilhar a luz interior como exortou o Divino Pastor.
Argamassando a retórica em apreço, anote-se que a vida é curta ou longa, segundo a escolha do caminho, exercício do livre arbítrio, na opção para viver deixando pegadas luminosas na passagem por onde transita, como as estrelas que apontam o rumo da felicidade, pois esse proceder é a opção segura para os que se esforçam para ter puro o coração, não desperdiçando o tempo na ociosidade e ou nas filosofias em descompasso com os sentimentos d’alma.
Ipso facto, a vida será longa para os que se dedicam a uma causa nobre, seja um filantropo ou altruísta, alinhado com as lições do Divino Jardineiro, praticando o bem em sua plenitude; da mesma sorte, a vida será longa para os que aproveitam cada instante, cada amanhecer, com um bom dia efusivo e rendam homenagem, ao anoitecer com suas estrelas que bailam no firmamento, soprando um beijo de gratidão pela beleza que elas colocam na escuridão da noite. Destarte, a vida será longa e próspera para todos aqueles que já descobriram que o Espírito é imortal, existia antes destas provas e continuará existindo depois, em nome do Senhor do Universo.
É longa a vida para quem cultiva o bom humor perante as situações aziagas da existência. Também será longa a existência para os heróis, os que jamais fogem da luta; Jesus quando procurado para ser preso e levado ao espúrio julgamento, questiona ao centurião Malco, dizendo: ‘A quem procuras?’. Informado que procuravam por Jesus de Nazaré, disse Ele, sem vacilar ou se acovardar: ‘Sou Eu!’. Vida longa pois, para os heróis.
Em contrapartida à tese em apreço, sem dúvida, a vida será curta para quem não sorri, para os que se encontrem nos vícios desarmonizando o seu universo interior, que anela pela paz; assim também a vida será curta para os que acham que a vida é uma só, tal como para os materialistas que consagram o túmulo como destino final da existência, sem se sem aterem ao espírito que é imortal.
Com fulcro nesse arrazoado, é de bom alvitre não fazer das provas da existência um rascunho, pois pode não dar tempo de passar a limpo; desse modo, o viajor está consciente da felicidade que o aguarda nos páramos celestiais, enquanto realizam a almejada reforma interior.
A vida será curta ou longa, dependendo apenas daqueles que buscam com sofreguidão a felicidade. Dê, pois, um sentido à vida, sob o amparo da proposta do modelo e guia da humanidade, Jesus de Nazaré, atentos em sua prédica do ’ Amai o vosso próximo. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam. Tratai todos os homens como desejai que eles vos tratem. ’
Sob o fluxo desse sentimento, envolvendo-se com o irmão de caminhada, encontrar-se-á o sentido na vida, porque sempre haverá uma lágrima para enxugar, um coração para consolar, alguém para agasalhar, um carinho para oferecer; a esse respeito, o exemplo foi o legado de Francisco Cândido Xavier, para se traçar os objetivos das provas e das expiações, sem esquecer-se que todos são filhos de Deus, rodeados de outros filhos do Eterno, ansiando por outro irmão que se importe com suas dores.
Bem por isso, os desgostos da vida sobrevêm nas atuais condições evolutivas, porque as criaturas são propensas a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem obnubilada, mesmo estando à frente do sol. Ligeiro mal-estar obscurece a harmonia interior e se adota regime de aflição que acaba por atrair a moléstia grave, porque se apegam as lembranças das horas infelizes, sem perceberem que o incômodo diminuto é aviso da natureza para o retorno a posição de equilíbrio.
O breve desajuste no lar não deve interromper a alegria, para dar azo a presença da revolta nos corações, instalando perigosos quistos de malquerença no organismo familiar, sob penas de se olvidar o relacionamento com os tesouros da estabilidade e euforia que a Divindade oferece aos seus filhos. Insignificante desentendimento reponta na esfera profissional e exagera-se o acontecido, ao lançar a perturbação e a desordem, relegando a justa importância aos dotes inúmeros que já se recolheu no campo da família e do trabalho, na evolução do espírito em direção do cumprimento da lei do progresso.
Diga-se, por isso, que os contratempos, não constituem motivos para a vida perder o sentido, mas antes, a bendita oportunidade para a renovação dos cometimentos da existência, assim como na natureza, a primavera deixa caírem as folhas secas, para nascerem outras esplendorosas em seu lugar. Toda graça recebida constitui sentido para a vida e motivo de alegria e satisfação, tornando a vida longa, ainda que haja na estrada a ser percorrida acúleos que necessitam serem suportados ou retirados pela fé sincera e a confiança no Senhor do Universo.
Com essas reflexões, segue o ósculo depositado em seus corações em nome da oblata da fraternidade, com votos de uma vida longa e prospera, com um ótimo fim de semana.