O CARNAVAL E A PONTE DA VIDA.
Na jornada das provas e expiações, a criatura humana, de forma corrente, em razão das atividades que lhes parecem excessivas, dizem que é preciso parar um pouco; ‘dar um tempo’ às atividades e por isso, se permitem ‘descansar’, interrompendo as atividades do trabalho para levar a vida na matroca, muito embora isso não será licença para a irresponsabilidade, a degradação social e a ignomínia, por conta da parada que realiza uma ponte para os festejos do carnaval.
Enlevado no sentimento do tempo, o poeta Carlos Drummond de Andrade, poetiza sobre o tema declamando: ’ Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. ‘
Nesse caso, é época de nova parada nas atividades profissionais, pois a sociedade se envolve de tal maneira nos festejos carnavalescos, que mesmo àqueles que na linguagem popular ’não brincam’, muitas vezes ficam debilitados no seu trabalho, pois a vida é participativa e todos precisam uns dos outros para caminhar em solidariedade e no seio da sociedade.
Desse modo, incontáveis vezes isso constitui um problema nas vidas dos viajantes em trânsito pelo planeta Terra, máxime porque outras dificuldades existem no dia a dia dos folguedos, pela permissão que os foliões, em nome da alegria se permitem, no abuso dos alcoólicos, das libertinagens, e o opróbrio comportamental.
Há casos extremados de sofrimento em que ‘foliões’ de plantão, deixam-se levar por dores excruciantes, pondo a perder a preciosa existência de provas e expiações, ao abandonarem o vaso que lhes serviu de arrimo para bem cumprirem o seu programa existencial. A perda do empego também está nessa pauta de irresponsabilidade, deixando muitos corações aflitos, quando reassumem as atividades normais.
Oh, sim. Doenças são contraídas pela imoderação e abusos nas festividades, entibiando os corpos antes sadios, agora com os sonhos que se desvaneceram em quimeras, de tal sorte que a desilusão toma conta dos corações. Nessa hora, se imagina ter um castelo para poder reunir os filhos de Deus e compartilhar a beleza da conduta que pode ser festiva, mas proba, em homenagem à vida, bela, colorida e consentida, nas delícias do chamado Nirvana na magnificência dessa vida, gozando as delícias do paraíso.
Meu Deus! Oxalá se possa brincar o carnaval numa ponte de amor e alegria, sem exageros, exalando o perfume da natureza, felizes como se estivesse numa montanha, onde se apreciasse os verdes campos da terra; olhar o horizonte para constatar a vida dos altos planos, vendo-a bela colorida e consentida, onde deitaríamos o olhar no infinito para contemplar a grandiosidade da obra da Providência Divina.
Sim. Senhor Meu Deus. Rogamos poder assumir todos os problemas existenciais, resolvendo-os com a tranquilidade daqueles que se deitam à beira da praia para ouvir o murmurar das ondas que lavam as praias nas noites de luar, certamente se obteria a dádiva de coração aberto, sem com isso fugir do dever, atentos ao enunciado do espírito Joana de Ângelis que propõe a renovação moral como compromisso para já.
Enleado nesse sentimento, o propósito nobre da retórica, é o de se elevar as plenitudes existenciais, de tal sorte que, a viagem de elevação não seja uma fantasia, ou meta impossível de se concretizar máxime porque, se é verdade que vezes há que não se pode comprar um castelo, uma montanha, ou mesmo retirar da canga o elemento volitivo das alegrias das festas de qualquer gênero, também é uma verdade inconteste que em casos dessa natureza, também presente está a bendita oportunidade de crescimento em direção a elevação moral e a lei de progresso a que todos estão submetidos.
Irresoluto nesse modo de ver, as criaturas humanas, na qualidade de filhos de Deus, herdeiros do Universo, são pessoas de bem, na alegria e ou na tristeza que podem e devem deixar rastros de luz para os que vêm na retaguarda em busca da ponte de amor que os liga aos páramos celestiais.
Nessa dicção, há que ser forte diante das divergências e dos festejos carnavalescos em descompasso com a autentica alegria, conjecturando desse modo, ser fonte de água pura e cristalina, água abundante para quem tem sede de amor, de carinho, emprestando força e apoio aos entibiados, e, se não se tiver nenhum motivo para sentir feliz, seja feliz pela percepção de ser a ninfa cristalina, onde os viajantes cansados da refrega, desiludidos dos excessos, possam dessedentar-se na fonte da esperança.
Desse modo, anseia-se por ser um porto de chegada para os irmãos de viagem cansados, ou para àqueles que vivem ‘perdidos’ no mundo das ilusões, aqueles que necessitam de um lugar tranquilo para descansarem, aliviando o fardo dos compromissos assumidos no passado comprometedor. O protocolo para a ponte da vida inclui também exercitar o abraçoterapia, receber os que chegam com efusivos votos de boas-vindas, um ósculo e um afago.
Por essa razão, as criaturas de Deus, há que ser porto de saída para aqueles que precisam partir, despedindo-se das ilusões das dores, dos fracassos e das decepções, e, inaugurar uma vida melhor, pela reforma íntima; estendamos, pois, as mãos, apoiemos, conversemos, ouçamos e orientemos aquele que necessitar de qualquer tipo de ajuda, em nome da misericórdia do Criador. No programa da ponte da vida, sejamos o porto seguro para àqueles da família que necessitam da palavra que conforta, como ar que se respira para manter a vida que é bela e colorida; da mesma sorte, trate os irmãos de caminhada com afago, com amor, com consideração.
Para se cruzar a ponte da vida, é necessário ser porto seguro para o próximo, para os amigos, minimizar as dores dos que sofrem, praticando a caridade em toda a sua textura, simbolizando a ponte que liga a vida terrena à eternidade do céu, pois para ser ponte é necessário que se coloque no fim da estrada daqueles que não encontram o caminho de volta.
É indispensável seguir pela passagem florida e não o atalho repleto de entulhos, pois ser caminho e caminhar livre, sem pedágio; de fato, pois para ser ponte é necessário apenas a ligação pelos laços da afeição, estabelecendo uma estrada longa, iluminada de dia pelo sol e de noite pelo luar que conduz a plenitude existencial.
Em verdade, quando se encontrar pelo caminho sentindo pulsar os corações, com desejo de percorrerem sem demora a estrada do amor fraterno, sinta as águas que abençoam a presença dos filhos de Deus, nos quatros cantos do universo, como os ventos que chegam purificando a alma.
Encontrada a ponte do amor, não se olvide os navegadores que as tempestades das chuvas causam desconforto, os pássaros sofrem com as tormentas e os trovões assustam os que navegam por águas bravias que sacodem a natureza, nada obstante, os filhos da Potestade adquirem, diante das provas a coragem que os sacodem multiplicando a força para enfrentar os vendavais das tormentas e mostra a eterna beleza de filhos da Divindade.
Os pés dos filhos do Altíssimo, pisam sobre a terra, renovando a energia que constrói o saber. O alimento é o amor, irmão sagrado, estimulando aos viajores olhar além do céu, além do mar, além, muito além dos pensamentos íntimos da alma em busca da paz, a paz em conexão com a verdadeira natureza que a tudo abençoa, como filhos da Providência Divina.
Com esses pensamentos, segue na letra dessa pena, o afeto, o apreço, a estima e consideração, com votos de uma semana de muita paz, sem se permitir o envolvimento com o carnaval da insensatez, mas na integração da festa do amor, são os desejos do amigo fraterno de sempre.