AS PÉTALAS DA VIDA
Há na grande viagem do Divino Galileu, em sua sublime missão por esse orbe, quando trouxe aos seus irmãos menores a Lei de Amor, de Justiça, e de Caridade, um episódio, como sói acontecer, encantador sobre a pecadora que O encontrou; reconhecendo a sua Excelsitude, desejou render graças ao Rabi, por aquele momento, exteriorizando a sua alegria; nada obstante, encontrava-se sem condições de expressar seus sentimentos, e coisa nenhuma tinha, senão uma ânfora que carregava consigo, repleta da essência de nardo, naqueles tempos, considerado o mais glamoroso perfume que existia, o bálsamo de nardo, que transportava naquele vaso de alabastro, em tese o seu ‘ganha pão’.
Noutra ponta, sabe-se que o bálsamo de nardo tem propriedades curativas além de ungir àqueles a quem se atribui autoridade em função de relevo na sociedade nos tempos dantanho, e na botânica se trata de uma planta da família das gramíneas, com flores brancas e rosas, ligeiramente insinuando a cor vermelha, além de possuir o suave aroma, em parceria com efeitos medicamentosos.
Dessa forma, sem outras conjecturas, sensibilizada no imo de sua alma, a pecadora de imediato tomou do líquido precioso e derramou nos pés de Jesus, lavando-os com a preciosa essência de nardo, e ao depois, como não dispunha de nenhum apetrecho para secá-lo, portadora de longos e lindos cabelos morenos que era, tomou de sua vasta cabeleira e os secou. Ora, sim, não se olvide que o Nazareno transitou pelos caminhos dos espinhos, dos abrolhos e dos calhaus, padecendo toda a ignominia, e a grande desonra que lhe foi infligida por um julgamento público espúrio, degredando-o da sociedade daquela época.
Presente, pois, na trajetória do Messias, as dores excruciantes, balsamizadas naquela hora pelo refrigério medicamentoso da essência de nardo, balsámos da ocasião que marcaram a sua luminosa proposta de modelo, servindo de guia da humanidade aos candidatos à felicidade, aqueles que se encontram no caminho, os vendavais açoitando a navegação em direção aos páramos celestiais.
No mundo onde vicejam as dores como mestre do aprendizado e pedagogo ilustre, Leon Denis fez constar em seu alfarrábio, ’O problema do ser, do destino e da dor’. Esclarecendo que há no mundo de provas e expiações, momentos de tormenta na trajetória dos exames da busca da felicidade, e, muitos dos viandantes se entregam ao desânimo, como se fossem degredados da proteção do Pai Celestial, sem se darem conta do engano que cometem os entibiados, pois nada, absolutamente nada, justifica atos transloucados ou rebeldia na conduta junto à família, aos seus pares e na sociedade civil organizada.
Há que se recordar, aos que desejam atingir as cumeadas da vitória, que são necessários os abrolhos e os vendavais e tormentas na navegação, a exemplo da barca de Jesus, para se vencer as tempestades e as tormentas existenciais no reto cumprimento da lei de progresso, o que levou o homem de Nazaré a dizer: ’Eu venci o mundo’.
Desse modo, espelhando-se no Divino Jardineiro, nenhuma das criaturas do Eterno pode afirmar em sã consciência que não sente o suave perfume de Jesus em seu caminho, máxime porque atendendo a investigação levada a efeito pelo ínclito codificador na questão número 625 de ’O Livro dos Espíritos’, sobre qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para servir de modelo e guia, asseveraram os espíritos venerandos: ’Vede Jesus’.
Destarte, nenhum dos filhos da Consciência Cósmica foi criado para o desânimo ou a desesperança, razão porque não será lícito em nenhuma circunstância, que a criatura humana ouse desistir da jornada ou quedar-se inerte no caminho que o conduzirá aos esplendores celestes.
Oh! Meu Deus. Chega a ser incompreensível às reclamações de qualquer natureza, diante do perfume que exalam as pétalas de rosas brancas da pureza de Jesus e a cor de seu sangue derramado no calvário, contidas na essência de nardo onde o missionário do amor, deixou na trajetória de seus exemplos, como ocorreu no monte gólgota, quando ao exalar seu último suspiro, dirigindo-se ao Pai, disse, Oh, Pai, está tudo consumado; foi nesse momento que a súcia reunida numa assembleia de madraços, ao perceberem a tempestade que anunciava a partida de Jesus, fazendo-se raios e tormenta assustadora, correram em desespero daquele logradouro, procurando se abrigar, assustada com as tormentas daquela hora.
Pouco tempo depois, nessa oportunidade, com fluxo das emoções d’alma, diga-se que foi como se o arauto do bem fizesse luz luminífera naquele sítio dos acontecimentos, e, fez-se uma calmaria, de sorte que todos naquele logradouro puderam aspirar o suave perfume de Jesus, a essência de nardo, garantia aos viajores da felicidade, das lições inesquecíveis do arauto do bem para se ter bom ânimo, pois ele venceu o mundo.
Ademais, é tanta beleza que o Senhor da Vida coloca no altar da natureza, consoante a lição do venerando espírito Joanna de Ângelis, ao asseverar que diante de tantas graças que chegam a mancheia todos os dias, a criatura humana somente tem razão para agradecer, jamais para reclamar.
Enlevados nesses sentimentos d’alma, chega a ser enigmática a existência de desalinhos nos incontáveis viandantes que não conseguem sorrir, ao andarem pelas ruas e não se deixam seduzir pelo ir e vir que suas pernas que possibilitam caminharem, sem se darem conta de que muitos não podem andar; e, nem mesmo percebem as infinitas graças que o Pai Celestial envia aos seus filhos todos os dias, seja no sol que ilumina a terra, nas estrelas que enfeitam os céus nas noites escuras do firmamento, ou quando envia a chuva generosa para enriquecer a lavoura, exalando o cheiro da terra abençoada; há mais ainda: dá a saúde para manter o corpo físico em condições de cumprir o seu designo, e para o espírito, ofereceu o Eterno Missionário do Amor, desfradando a bandeira da solidariedade e da paz em nome do Altíssimo, com o seu suave perfume.
Em súmula rasa e apertada, é possível escrever nos anais memoráveis dos tempos em que se vive, com os lhanozos desejos de atingir o objetivo colimado em tempos transatos, dessedentando a sede de encontrar os caminhos que o missionário foi à frente para preparar aos viajantes da jornada de progresso; dessa forma, se está seguro de que para levar a bom termo o projeto em nome da paz nas provas e expiações, no plano físico repleto de acúleo, de espículos e incontáveis obstáculos, há que se tranquilizar o espírito para sentir que apesar das tormentas, como a do monte das caveiras, de amarga lembrança, está no ar, na atmosfera, na lembrança e em volta de todos os corações que se esforçam para serem puros, há o suave perfume das pétalas da vida, simbolizas no branco de sua pureza e o vermelho de seu sangue derramado e consagrado na cruz do perdão as ofensas.
Sob a emoção da pena dessa retórica, é Jesus, dizendo aos seus irmãos da caminhada para o progresso até se chegar ao mundo de regeneração, onde o descanso provisório autorizará o repouso para a nova jornada até os mundos felizes. A ensancha enseja recordar, anotando a pretensão dessa epístola, - as pétalas da vida – simbolizadas na simplicidade e humildade do homem de Nazaré, dizendo:
Jesus vinha de longas peregrinações pela Judeia e da Samaria, estradas secas, pedregosas e empoeiradas, usando sandálias tosca; naquela ocasião, O Mestre entra na casa de Simão e é recebido com desconfiança e frieza; toma lugar à mesa, quando de repente entra uma mulher na sala do banquete e os convivas logo a reconheceram como uma pecadora que vivia na região, uma mulher imoral, sendo por isso mesmo discriminada; ninguém queria sua amizade ou ser visto com ela e muito menos de tocá-la, ‘sob o risco de ser contagiado por seus pecados’, pensamento religioso da época.
É o que consta em Lucas, 7.37, quando a pecadora entrou na casa de um fariseu levando um vaso de alabastro com unguento e lavou os pés de Jesus e humidamente os secou com seus cabelos, em gesto de amor, apesar da frieza e repudio dos senhores da casa.
Ponto finalizando, anelando se possa refletir sobre a presença do Divino Mensageiro de Luz, trazendo o seu suave perfume na essência de nardo, para que todos possam aspirarem o aroma de sua pureza e curar as chagas, balsamizando os corações daqueles que anseiam por chegarem aos páramos celestiais, recebam o ósculo e o óbolo da fraternidade, com votos de uma semana de paz em seu santo nome.