EMPURRAR A TORA DA EXISTÊNCIA.
Nos anais da evolução, as criaturas da Consciência Cósmica, buscam com sofreguidão encontrarem um meio que os auxiliem para a grande viagem da vida, saindo das mãos do Criador, passando pelo mundo, já experimentado denominado primário, o de provas em expiação, presentemente no seu estertorar, abrindo a primavera desses novos tempos para se alcançar o Mundo de Regeneração. Ipso facto, os viajores têm consciência de que foi caminho percorrido foi e está sendo ainda de dificuldades.
Desse modo, os viajores da felicidade sabem que encontrarão no percurso das provas e das expiações, os abrolhos, os espinhos, escolhos e vendavais, tanto como as pedras cantadas em prosas e versos pelo saudoso poeta Carlos Drummond de Andrade; assim o momento é oportuno para registrar que as pedras do caminho, são aquelas utilizadas consoante a evolução espiritual de cada criatura do Divino.
Decerto, por essa razão, o distraído tropeçará na pedra, o bruto a utilizará como arma, o empreendedor dela se servirá para a construção e quando nas mãos do camponês ele fará da pedra um assento; todavia, nas mãos de Michelangelo se obterá uma escultura e com Davi matar-se-á o gigante, enquanto Jesus mandará remover a pedra para ressuscitar Lazaro. Sob esse arrimo, o observador atento perceberá que a diferença não está na pedra, mas sim na atitude das pessoas. Não existe pedra no caminho que não possa se aproveitar para o crescimento intelecto moral e a elevação espiritual.
De fato, é notório aos candidatos as bem-aventuranças, sob o pálio das lições de Paulo, o apóstolo aos coríntios, a ’criatura humana carrega consigo o resultado de seus atos’, não sendo lícito a ninguém se olvidar de que a cada ato de impropriedade, de desalinho ou violação das Leis Divinas, será indispensável a devida correção pelo julgo do fardo leve e suave do Divino Pastor.
Inegável, pois, sob a lógica dessa retórica que cada viajor em descompasso com os ditames da questão 621 de ‘O Livro dos Espíritos’ deverá reencarnar para a prática e vivencia do amor em plenitude, restabelecendo os desacertos do pretérito. Ora sim, sendo a criatura humana dotada de inteligência, não há motivo para insistir nos equívocos, nos erros e no descumprimento das Leis Divinas, persistindo na escolha das portas largas oferecidas pelo livre arbítrio.
Com o objetivo de apoio ao objetivo dessa epístola, colhe-se no santuário da vida, perola preciosa destinada a estruturar as reflexões em comento, porquanto conta-se que na antiguidade, quando se pretendia matar um urso, pendurava-se uma pesada tora de madeira em cima de uma vasilha com mel. O urso empurrava a tora com força, a fim de afastá-la do mel. A tora voltava e o atingia. O urso ficava irritado, feroz, e empurrava a tora com mais força ainda, e está o atingia por sua vez com muito mais força até o urso ser morto.
Em reflexão despretensiosa afirmar-se que as criaturas desavisadas sobre a importância da compreensão das ocorrências nas provas do aprendizado geram consequências imprevisíveis, máxime porque há viandantes que pagam o mal com o mal, como se não soubessem o correto proceder.
Oh! Meu Deus. Será que os seres humanos, dotados da inteligência e da liberdade, não devem serem mais sábios do que os ursos? É afirmativa a resposta. Sim, mas para isso é indispensável pare de empurrar a tora, cada vez com mais força, porque já se sabe que ela irá retornar e ferir o seu agente. As leis de Deus, com relevo para a lei de causa e efeito, a 3ª lei da física de Newton, revela a marca inconfundível a esse respeito.
Ora, sim, todas as ações são causas que irão gerar uma consequência no mundo que se vive e, quando se retribui um diálogo com voz alterada, raivosa a uma palavra agressiva fere-se a outrem e se está apenas empurrando a tora, e esquecendo do mel.
Que não se engane a rasa filosofia. O objetivo do urso nunca foi o de empurrar a tora. Sua meta é o mel, o alimento. A tora é um obstáculo a contornar, um desafio. Se o animal pudesse raciocinar como o ser humano, com o uso do livre arbítrio, certamente pensaria numa forma de cortar a corda que sustenta a tora, ou por outra, retirar o pote de mel debaixo do agente agressor. Essa é a diferença que se precisa urgentemente dar à vida, as oportunidades para bem proceder na universidade da existência.
Enleemos nesses sentimentos, considerando que o objetivo dos candidatos a felicidade é o mel do reto proceder, e a tora com quem contende o urso, é apenas e tão somente o obstáculo que precisa ser decifrado e vencido pelo conhecimento. Com fulcro nesse proceder considere-se o caminho da vida como uma ponte da esperança, de ajuda e auxilio a vencer os obstáculos da jornada. É a hora da fé e de dar um sentido para a vida, porquanto incontáveis são as pontes no mundo.
A ponte Golden Gate em São Francisco; a Ponte Rio-Niterói; a Ponte da Amizade, ligando Brasil e o Paraguai e, entre tantas pontes existes, a ponte em Hong Kong, na China, a maior ponte marítima do mundo com 155 km de extensão. É notório que todas as pontes físicas são diferentes umas das outras, seja em largura, no comprimento e na arquitetura, nada obstante todas guardem um traço indelével em seus propósitos, ou seja, o traço da união entre as duas extremidades distantes.
Nas provas e expiações da vida, há também uma ponte na grande viagem da reencarnação, quando a travessia se dá com o tempo obnubilado para as claridades que iluminam os filhos do Senhor do Universo. É a ponte da caridade. Oh! Sim. Que alegria é ser ponte entre Deus e os homens, servindo de luz para as sombras.
Oxalá servir de arrimo e consolo no abraço fraterno entre a dor e o medicamento precioso; ser consolo ao desalentado ao fornecer o alimento ao faminto. Que benção ser ponte sempre pronta a estender as mãos conjugando o verbo agir em todos os modos e pessoas. Da mesma sorte servir de alento para aqueles que reclamam das pedras do caminho, estabelecendo com o entusiasmo d’alma a ponte da fraternidade. Sem dúvida, no momento em que muitos gritam em nome do caos que seus olhos obnubilados não veem, é bom estender a ponte da organização e da disciplina.
Em verdade, é dever de todos, ser ponte entre a miséria e o trabalho digno, convidando aos viajores das estrelas, seguirem a luz luminífera de Jesus, o Divino Jardineiro, engajando-se em ocupação útil que garante o pão, o abrigo, e a nobreza de servir.
Que alvissareiro será servir de ponte para estreitar os caminhos e permitir as criaturas de Deus, jamais se esquecerem que entre os filhos do Altíssimo, Jesus, o Divino Amigo permanece de braços abertos, Ele é a ponte que liga a criatura ao criador, por isso mesmo, segundo Sua prédica consta que:
‘Tudo que pedirdes ao pai em meu nome, ele vos dará’. Peçamos, pois a Potestade, para ser a ponte que liga aquele que tem o que oferecer, para aquele que nada dispõe, no momento em que estende a mão em busca do amor ao próximo.
Sob a luz desses conceitos e para se compreender que não é impossível servir-se de ponte a serviço do Criador, será de bom alvitre ter-se em mente que a exemplo da ponte na travessia da vida, Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo tornou-se uma ponte entre Jesus e o Apóstolo Paulo, filtrando o pensamento do Cristo, para que as Epístolas traduzissem as recomendações do Mestre aos núcleos nascentes da Boa Nova. Chico Xavier fez da sua existência uma ponte entre o mundo visível e invisível, fazendo sol nas almas, encurtando as distâncias da saudade.
A exemplo desse arauto do bem, pontes se multiplicam no mundo, na ação de homens e mulheres que se anulam em benefício do próximo. Santa Madre Teresa de Calcutá, Alberto Schweitzer, Santa Irmã Dulce e da mesma sorte, os professores que estabelecem a ponte entre o saber e a ignorância, descerrando os caminhos da cultura através dos livros.
Assim, o propósito dessa missiva é convidar o médium, o servidor, o amigo e o irmão de jornada, aonde quer que estejam, a tornarem-se uma ponte de amor, de alegria, de serviço, porquanto o Pai Celestial, vive e se manifesta dilatando o Seu amor através das suas criaturas, permitindo que os irmãos de caminhada O sintam através de sua ponte de amor, em direção do planeta de regeneração.
Com esses sentimentos d’alma, segue nosso ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, com votos de um final de semana repleto de paz em nome do Homem de Nazaré, nosso amigo incondicional de todas as nossas existências.