NO DIA DO TRABALHO, O INÍCIO DE UM NOVO DIA.
Uma das tarefas de que fala aos corações, e que os filhos da Potestade se propõe com azáfama para alcançarem a plenitude existencial, é a construção do futuro, pois todos os viajores da felicidade anelam serem felizes. Imaginam-se, todavia que para se alcançar esse ‘nirvana’, como denomina os irmãos tibetanos, o estado de felicidade dalma, seja suficiente ligeiros reparos no proceder.
Decerto que não. A felicidade é conquistada dia a dia e hora a hora. Há regras pétreas a serem respeitadas. A maior delas é a que o ilustre amigo Jesus de Nazaré trouxe em seu missionato de amor, para se ficar atentos aos propósitos da jornada terrena, à luz dos ditames inscritos na questão 625 da luz do mundo, em ‘O Livro dos Espíritos’.
No momento de dor pungente, no calvário e no madeiro infame, numa das vezes em que o Divino Pastor volta de seu desfalecimento, tal a dor que lhe foi impingida, Ele reúne suas forças combalidas, emulando-se no trabalho a que se propôs, levantou os olhos para os céus e disse com sentida emoção: ’Oh! Pai está tudo consumado’.
Sob outra dicção, não há como negar que o Mestre veio a esse planeta de Deus, para dar o exemplo de amor, lecionando a Lei do trabalho, como elevação do espírito, para que os candidatos a felicidade seguissem essas diretrizes, afim de alcançarem à felicidade e a paz de espírito; em outras palavras, após o reto cumprimento do dever, sentissem a paz de espírito, o chamado ‘nirvana’, máxime porque, para se alcançar esse laurel, será indispensável construir com trabalho hercúleo a jornada das provas e expiações laborando forte e com vontade de realizar a reforma intima de que necessitam os viajores.
Sob o pálio da proposta de Jesus, especialmente quanto a Lei do Trabalho, quantas madrugadas se abrigam nas preocupações, mas quando o dia começa a se espreguiçar, bocejando como quem permanece indeciso, e o sol lança as suas luzes, é a hora de se levantar e iniciar o novo dia, a nova jornada, pois incontáveis tarefas aguardam o novo dia, e algumas delas, com datas que apontam o hoje como sendo o derradeiro prazo.
Indiscutivelmente são os compromissos profissionais que não podem tardar, a família que aguarda os bons ofícios do clã, senão as tarefas do voluntariado, que em nome do amor, exigem dedicação na pratica da caridade. Desse modo, ouve-se o canto dos pássaros, anunciando o alvorecer, enquanto a noite se despede, cedendo lugar ao novo e abençoado dia que renasce trazendo a alegria de viver, sinalizando a nova oportunidade do trabalho que enobrece a criatura humana em direção ao seu porvir.
O trabalho é um poema que se pode cantar em prosas e versos, no barulho da passarada e no sol que penetra de mansinho para afastar as sombras da noite; o trabalhador se detém a escutar o complexo arranjo de notas, emitidas pela natureza nos momentos que se segue, anunciando o intenso trabalho do novo dia que inicia dulcificado pela sinfonia. Nos arvoredos é lugar de muitos trinados, cantos e discussões. Sim, em meio à cantoria, destacam-se alguns tons que parecem discussão.
O trabalhador logo imagina em tom de descontração, que os pássaros estão disputando território, quiçá eles não estejam discutindo o valor do condomínio; sim, porque afinal, a generosa árvore, com sua ramada abundante, é o lar de alguns deles que a deixam pela madrugada e retornam quando as cores do dia principiam a desmaiar, no horizonte.
É desse modo, que sem que se possa imaginar, se ouve o som de uma aeronave que sobrevoa os céus, levando o sonhador a pensar, oh! Meu Deus. Quantos de seus filhos agora mesmo estão dentro dele em trabalho ou lazer; imagina para onde irão essas criaturas, quais são os seus sonhos, suas dificuldades e suas alegrias.
Será que chegarão ao seu destino? Será um voo tranquilo, sem turbulência ou eventuais percalços que envolvam alguma falha mecânica? Quantas horas permanecerá no ar? Atravessará o espaço aéreo de quantas cidades, Estados? Talvez países? Atravessará mares e oceanos? Ou pousará logo mais, em um local próximo onde também encontrará trabalhadores despertando. Nessas conjeturas, de repente o sol que ilumina a Terra, no novo dia se resolve, despertar e toca levemente no astro rei, para que ele principie a iluminar o novo de dia do trabalho trazendo novas esperanças.
Nesse momento, o trabalhador conjectura, como será que tantas pessoas vêm de lugares diferentes para viajarem juntas, durante um curto ou largo tempo, seja na lida do dia, cada um cumprindo sua tarefa de trabalhador probo, seja no lar, auxiliando a família, dando o exemplo de viver em harmonia. Oh! Sim, quantos sonhos se roga ao Senhor da Vida, na prece do novo amanhecer. Meu Deus, é nesse instante que se imagina, serão preocupações do momento, dos negócios que pode ou não atenderem os desejos do novo dia.
Nessas reflexões, surge a luz do Rabi recomendando: ’Que não se turbe os vossos corações’, e o trabalhador põe-se ciente olhando os lírios e os pássaros dos campos, pois eles não tecem e nem fiam, mas mesmo assim, segundo a retórica do Cristo de Deus, nem Salomão vestiu-se como eles, levando o obreiro ao lúcido dever, pois sabe o que o aguarda ao final, convencido de que o Pai Celestial, ao teor da questão 963 de ’O livro dos Espíritos’, cuida de todas as suas criaturas.
Assim, quantas criaturas viajam pensando no negócio que deverão empreender, do qual depende o seu futuro na empresa, o sustento da família; quantos filhos de Deus viajam para realização de um concurso para definir sua carreira profissional; quantas outras viajam a caminho de tarefas voluntárias, como palestrantes, ou atendendo os irmãos de caminhada, em sofrimento nas provas.
Oh! Quantos pensamentos se alvoreiam em tão poucos minutos, no alvorecer do novo dia, nos sons que se confundem, quando a passarada voa. É nessa hora que o trabalhador ergue a cabeça para o alto e em prece sentida, diz ao Senhor da vida, obrigado, Pai, segue comigo, tenho tanto a fazer nesse dia em homenagem ao dia do trabalho, construindo o futuro para o qual criastes teus filhos.
Nesse sentir, para edificar as vidas em provas e expiações, é indispensável trabalhar com vigor, não somente o trabalho físico e da lida do dia a dia, mas o trabalho com extremo zelo nas modificações do intimo d’alma, mediante as dores pungentes dos sacrifícios.
Esforçar-se na mente, no corpo, no espírito emulando-se para deixar de fumar, de beber, de falar mal de outrem, ou evitar mentir, trapacear, roubar, furtar ou mesmo abandonar em definitivo a pratica dos atos de improbidade a que se está sujeito nas provas da vida, como candidatos à felicidade não é tarefa fácil constituir com o desforço sincero daqueles que anelam a reforma intima.
Não se olvide, contudo, que a alavanca da dor e os acúleos que se experimenta para a transformação da criatura, faz nascer um novo ser, transformando o homem velho na criatura nova que brilha como diamante precioso, que mesmo quando se encontrar no poço da desesperança, a primeira réstia de luz se lucifica. Por outro lado, trata-se de trabalho personalíssimo, onde ninguém poderá ajudar, porquanto cada viajor dever remover cada imperfeição com o bisturi do amor ao próximo e a vida, amparando-se na fé, pois ao final tem-se que prestar contas dos atos e dos procedimentos ao Pai Celestial, o Senhor do Universo, onipotente, onipresente e onisciente.
Desse modo, todo trabalhador, deve ter em mente que no céu das provas e expiações, há sempre uma nova manhã, presente que o Sentimento Divino aciona para a mola propulsora conduzir seus filhos para a realização dos projetos pulcros dos corações. Dessa forma, sem contradita, todo novo amanhecer é uma nova oportunidade de labor concedida pela Providência Divina, para que se possa escrever no livro da existência, o reto proceder diante do novo dia que convida os viajantes da felicidade a cumprirem a Lei do Trabalho.
Ponto finalizando, no dia do trabalho, contemple o belo, pousando os olhos na beleza que Deus depositou no altar da natureza, prova de seu autografo, para embelezar o planeta de provas e expiações. Aproveite o tempo com bons livros, bons pensamentos, serviços edificantes na seara do bem, no centro espírita, na quermesse de sua igreja, na religião de sua devoção, seja solidário com os idosos e no apoio as crianças, futuro de bem-aventurança.
Sob esse díptico, em homenagem ao dia do trabalho, anelamos trabalhar as novas diretrizes na reconstrução dos nobres procedimentos, valendo da oportunidade para depositar o ósculo em seus corações, desejando possamos ter um ótimo fim de semana na paz e em nome de Jesus de Nazaré.