A CRIATURA MAIS RICA DO MUNDO DE PROVAS E EXPIAÇÕES.
Um dos anseios e desejo ardente das criaturas humanas, escudados no livre arbítrio, é valorizar sem limite as riquezas do mundo material, os chamados bens de natureza fungível, meio pelo qual desconsideram, os bens de natureza infungível; com a escolha da porta larga, ‘dizem’ os amantes dos amoedados, que ficariam muito felizes se fossem a pessoa mais rica do mundo.
Ora, sim, o tempo, substantivo masculino, segundo os léxicos, significa apenas um período sem interrupções no qual os acontecimentos ocorrem no presente, no passado e no futuro. Por essa razão considerando a benção da reencarnação, o futuro, nada obstante os desejos da riqueza material, pelas criaturas no estágio do despertar da consciência, mostrará quão efêmero será a posse desse metal denominados de bens materiais, pois sua duração será apenas até o momento em que como depositário terá que prestar contas ao seu legitimo proprietário.
Anote-se, também que em verdade, essas riquezas materiais, cuja nascente seja o trabalho probo, honesto, aquisição legitima, resultado do reto proceder, não é impeditiva para a felicidade, porque se assim fosse o Senhor da Vida estaria privando seus filhos dessas bênçãos, as quais Ele as concede a mancheias a seus filhos, para que na condição de depositários, sejam fieis trabalhadores multiplicando as dádivas que recebem e as ofereçam a todos os viajores da grande jornada de progresso em busca dos esplendores celestes.
Sob a ótica do tema em exame, é comum se ouvir histórias desse jaez, envolvendo pessoas ilustres, ainda que, nem sempre retrate a verdade ipsis litteris; no entanto o apólogo que essa pena descreve é fiel na essência dos acontecimentos, com a reserva ética de preservar a fonte, sustentando-se nos fatos fidedignos e notórios, servindo de lição de vida que se colhe no santuário da existência.
Desse modo, diga-se que, um dos homens mais ricos do mundo, ao ser indagado a respeito de alguém que lhe sobrepujasse em fortuna, teria respondido, pela verve dessa epistola e sob a emoção do momento o seguinte:
Um filho de Deus, em tempos imemoriais, vivendo sem a abundancia dos recursos materiais, certa feita quando se encontrava no aeroporto de Nova York, viu um vendedor de jornais. Desejou comprar um exemplar informando-se dos noticiários; descobriu naquele momento que não portava as moedas necessárias e devolveu o periódico ao jornaleiro, agradecendo e explicando a falta do dinheiro naquele momento. Ocorreu que o vendedor insistiu para que ele levasse o jornal mesmo assim, dizendo que lhe estava ofertando o jornal naquela situação inusitada, o que foi aceito. Decorridos aproximados três meses, no mesmo aeroporto, o fato tornou a acontecer. De igual forma, o rapaz ofereceu o jornal, sem que o personagem tivesse o suficiente em moedas para lhe pagar.
Novamente recusado o jornal pró-bônus, disse o jornaleiro textualmente: ‘Pode levar. Compartilho isso dos meus ganhos, tranquilize-se, não estarei perdendo’. E lá foi o homem com o jornal outra vez sem pagar. Oh! Meu Deus. Como o tempo voa, e nesse voo ninguém sabe de onde sopra o vento ou para onde vai, considerando como sói acontecer, que nada ocorre por acaso mais por uma causa, 20 anos depois, em momentos de introspecção, o personagem da narrativa que se tornara famoso, rico e conhecido no mundo, lembrou-se dos episódios dantanho, com aquele vendedor. Espicaçado pela sua consciência, onde está depositada as Leis Divinas, segundo consta da questão 621 de ‘O Livro dos Espíritos’ se perguntou: Será que àquele jornaleiro estaria ainda no aeroporto? Procurou-o e afinal o encontrou, e foi logo iniciando com ele um diálogo, perguntando se o jornaleiro sabia quem ele era e obteve como resposta um claro sim, ‘acrescentando, é que não sabe’?
Mais curioso devido o tempo decorrido, perguntou em seguida: Você lembra que me deu o jornal gratuitamente? Sim, lembro-me, e foram duas vezes. Pois então, disse o homem rico, desejo pagar a ajuda que me deu naquela época. O que você gostaria de ter? Diga o que quiser, ou que deseja e eu lhe darei.
Em resposta disse o homem modesto; bem, o senhor realmente acredita que pode igualar a minha ajuda daqueles tempos? E, emendou dizendo como a se justificar: veja bem: quando eu lhe dei os jornais, era um pobre vendedor. O senhor agora, homem muito rico e poderoso deseja me dar algo. É isso! Diante da afirmativa do homem rico e admirado da sua atitude, conclui, achas então que a sua doação pode se igualar com a minha, e ao gesto do passado, que em nome da fraternidade o auxiliou no momento de sua necessidade?
Dessa forma, a narrativa em exame, diz que o homem rico, respondendo ao entrevistador naquela ensancha com sentida emoção, disse que aquele foi o dia em que percebeu que o vendedor de jornais era mais rico do que ele, e que vale mais auxiliar o próximo e dar o alimento quando ele necessita.
É desse modo, que a retórica sub oculis, leva os proficientes da doutrina da nova revelação, terem em mente a parábola do óbolo da viúva, quando Jesus diante do gazofilácio, diz aos seus discípulos que a pobre viúva dava mais do que aquela plateia rica que se reunia nas praças públicas para fazer a sua oferenda, e, ao som ensurdedor do tintilar de suas moedas que caiam nos cofres, ensejava aos transeuntes, dizerem admirados, ‘Oh! Que homem generoso.
Foi nessa ocasião que O Mestre esclareceu que a viúva dava nas duas míseras moedas, mais do que todos naquele momento, porquanto dividia o que lhe faria falta e os fariseus generosos da praça, ofertavam do que lhes sobrava.
Dito isso, em análise apressada, corre-se o risco de macular o jornaleiro com o selo do orgulho, por não aceitar a generosidade do benfeitor; todavia, para se extrair do episódio em comento, a lição de vida, mister se faz examinar o Evangelho do Cristo de Deus, porque sem contradita, na análise das doações no templo, Jesus diz que as duas pequenas espórtulas depositadas pela viúva, era uma doação mais significativa do que as inúmeras moedas deixadas pelos ricos fariseus.
Inegável pois, que para ser o homem mais rico do mundo é preciso ter consciência de que a caridade é a doação que a criatura faz por amor, privando-se de algo para ofertar ao outro, sem questionamento, auxiliando-o nas necessidades do momento, dispensado qualquer investigação sumária.
De fato, em essência, aquele que é potencialmente rico, é porque rico é o seu coração, onde são guardados os seus tesouros, considerando que pensa no seu semelhante, antes do que em si mesma, ou nas lições imorredouras do Divino Jardineiro, realizando aquilo que gostaria que lhe fizessem, pois, afinal, quando se dá daquilo que sobra, daquilo que não faz falta, apesar de seu mérito relativo, antevê-se, como os fariseus da época, a ausência de desprendimento, ou noutras palavras dava sem a autentica vontade de auxiliar, mas para ouvir a gratidão dos beneficiários. Então, já está paga.
Ipso facto, no sentido lato da questão em exame, a excelência da doação é aquela que oferece ao seu próximo, aquilo do que lhe poderá fazer falta. O pão se dá na hora da necessidade; oferecer a água para aplacar a sede do sedento será no momento da aflição. Bem por isso, não será licito esperar tornar-se rico para oferece o óbolo indispensável ao próximo, compreendendo-se por isso, que o jornaleiro foi mais rico, deu de beber a quem tinha sede, deu de comer a quem estava faminto, pensou no próximo antes que dele mesmo.
Com esses sentimentos d’alma, anelando se alcançar ser ricos, nas virtudes do perdão, da tolerância, na fraternidade, na caridade, na mansuetude, no amor em plenitude e todo o apostolado do Homem de Nazaré, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, com votos de um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.