O ENCONTRO COM A ADVERSIDADE.
Ninguém em sã consciência dirá que não enfrentou dificuldades de todo jaez; vale dizer as adversidades que estiolam os profitentes do tema na busca de um esclarecimento, que lhes permitam aprofundarem o bisturi do aprendizado, objetivando compreender os problemas do ser, do destino e da dor, consoante leciona Leon Denis no alfarrábio do mesmo nome. Bem por isso, na descoberta dos propósitos da existência em provas e expiações, melhor se compreende o destino das criaturas da Potestade e o porquê dos abrolhos, dos espinhos, das tempestades e das pedras que obstaculizam a jornada do aprendiz.
Todos esses entraves têm a mesma gênese. Levar o educando ao seu aprimoramento, a sua elevação, intelectual, espiritual e moral para conduzi-los na travessia das tempestades das provas e expiações, até encontrarem o porto seguro, tendo a nau da esperança sido entregue ao timoneiro eficiente, o Mestre Jesus de Nazaré.
Desse modo, não cabe as criaturas viverem pelos cantos do mundo murmurando queixas e reclamações na estrada das provas, porquanto, quando o homem se distrai no dever, tem-se uma pedra onde tropeça; o violento, toma da pedra do caminho e faz dela uma arma para eliminar o seu próximo; o arquiteto ao encontrar a pedra no caminho, atento aos seus propósitos, constrói um edifício destinado ao progresso; entretanto, é a mesma pedra que quando no caminho do camponês lhe possibilita fazer dela um assento; veja-se pois, que a pedra nas mãos de Davi, serviu para matar o Gigante Golias.
Oh! Sim. Nas mãos de Miguel Ângelo, a pedra servirá para dar vida ao empecilho do caminho, fazendo nascer dali uma belíssima estatua, uma obra de arte destinada a seduzir os amantes do belo e do transcendental; da mesma sorte, na proposta evangélica do Homem de Nazaré, será a mesma pedra quando apresentada a Jesus, Ele manda que se remova o obstáculo e ressuscita Lázaro.
Diante dessas considerações, os estudiosos do tema concluem que as dificuldades não estão nas pedras do caminho, mas no uso que dela fazem os filhos da Consciência Cósmica, porque não há pedra no caminho que não sirva ao propósito educacional, para conduzir os viajores da felicidade a transitarem por um céu de brigadeiro com destino aos páramos celestiais.
Sob a luz dessa assertiva, de que no caminho da evolução, as provas e expiações são portadoras de luz educativa destinadas a conduzir os viajantes na grande travessia de aprendizado, causa porque não se pode considerar motivo algum para as reclamações incessantes que se ouve alhures e algures, em inconformismo sem precedente.
De fato, como na trajetória evolucionista das criaturas, se está em constante aprendizado, é oportuno o apólogo que ensina, a exemplo das parábolas do maior pedagogo da história da humanidade, Jesus de Nazaré, encontrar-se no santuário da vida, o relato a seguir sob a emoção dessa pena, para anotar nos anais das provas, que o verbo doar há que ser conjugando em todos os tempos, modos e pessoa, dizendo que:
Certa feita, um homem estava a caminho do aeroporto; o táxi que o conduzia rodava pela faixa correta do trafego, quando um outro veículo saiu subitamente de um estacionamento, cortando-lhe a frente.
O hábil taxista pisou no freio com força, deslizou o seu conduzido e conseguiu sair ileso, escapando de chocar-se com o outro carro por um triz! O motorista imprudente começou a esbravejar nervoso, palavras chulas, enviando dardos de energias negativas envenenadas contra o profissional do volante.
O taxista inocente, apesar da violência verbal do agressor manteve-se inalterado, limitando-se a sorrir e acenou, fazendo um sinal de positivo ao negligente condutor, postura serena, sem ofender, mostrando-se compreensível a ocorrência. Ipso Facto, o passageiro do táxi, admirado e de certa forma indignado com os acontecimentos, perguntou ao seu condutor: Por que você fez isso? Aquele cara quase arruína o seu carro e por pouco não nos manda para o hospital! Oh! Meu Deus. Imagina a postura do taxista, com a fisionomia tranquila, oferecendo uma explicação singela e profunda, ao mesmo tempo em que questiona também ao seu interlocutor, dizendo:
De que adiantaria, afinal, muitas pessoas são como ‘caminhões de lixo. Andam por aí carregadas de detritos, cheias de frustrações, de raiva e traumas. À medida que o lixo aumenta, elas precisam de um lugar para descarregar e, às vezes, descarregam sobre o primeiro que encontram. Desse modo, me propus jamais tomar isso como pessoal. O problema não é meu; é delas. Apenas sorrio, aceno, desejo-lhes sempre o bem, e sigo em frente. Não carrego o lixo dos desatentos e por consequências não espalho sobre os outros, seja no trabalho, em casa, ou nas ruas. Fico tranquilo, respiro profundamente e deixo o lixeiro passar.
Meu Deus! Que lição de vida traça o santuário da existência mostrando aos interessados no tema, que as pessoas felizes não deixam qualquer detrito estragar o seu dia, faz de seu trabalho, dos lugares onde moureja e de sua família, tanto como nos encontros inevitáveis com as adversidades das provas, bênçãos que chegam a mancheias, segundo a retórica do espírito venerando Joana de Ângelis ao estabelecer que: ’Diante das fecundas concessões que a criatura humana recebe a mancheias todos os dias do Senhor da Vida, os filhos de Deus somente tem razão para agradecer, jamais para reclamar’.
Desse modo, o profitente da história da humanidade, é consciente de que as lições do Divino Galileu está presente em todos os atos e acontecimentos da grande viagem de aprendizado, demonstrando o comportamento daqueles que estão ainda na consciência do sono, tanto como aqueles que pouco despertos, amadurecem para o acordar pleno, da mesma forma quanto aqueloutro que sem resíduo do sono letárgico, estão despertos para a realidade da vida e não se permitem intoxicar com os detritos das provas dos que caminham na escuridão.
Desse modo, encontra-se nas virtudes da tolerância é da caridade um glorioso começo, para se exercitar continuamente, as lições do Nazareno, onde é certo se encontrar excelentes resultados do bem onde se esteja, com quem se conviva e nas ocorrências dos transportadores dos lixos, sobras das provas e das dores experimentadas, como educadores do espírito na marcha do progresso com destino aos parámos celestiais.
A condescendência para com os direitos do próximo, não produz combate com os que estão entibiados, não os escandaliza ou reprocha as atitudes dos menos avisados na estrada da vida, porque esse proceder será um testemunho de tolerância. Sem contradita, Jesus, o instrutor de todo o sempre, quando convidado pelos fariseus a pagar o tributo do templo, aceitou, elucidando, porém: Não provoquemos escândalo.
É vero, cumpriu retamente com seus deveres para melhor poder trabalhar em Seus sublimes compromissos para com o Pai Celestial. Tem-se, pois, que a tolerância evita o contágio com a inquietação do mundo e das criaturas que transitam ainda em busca da luz que ilumina ensinando. Por essa razão, a tolerância salva os viajores de caírem no fosso dos pensamentos negativos e insanos, o que não raras vezes atiram os viandantes em armadilhas das quais dificilmente se escapa.
Em síntese apertada, é dever dos que buscam a felicidade, tolerar as faltas dos que saem do compasso, relevar os atropelos dos caminhões carregados de lixos, desculpar e compreender os irmãos de caminhada que vem na retaguarda. Nesse sentido, não será licito a nenhum viajor, alegar que na estrada da vida não exista de uma hora para outra, dias difíceis, dias de encontro fatal com a adversidade ou que as vidas em um átimo de segundo não se torne atribuladas, e que as provas e expiações muitas vezes, estremecem os dias na borrasca dos acontecimentos inditosos.
É dever dos inscritos para as provas da existência, compreender tanto como anela ser compreendido, atentos a lição de Jesus. Esteja certo de que atrás de alguém esbravejando, sem aparente razão, na retaguarda desse sintoma, uma voz grosseira ressoa e há uma alma pedindo socorro. Da mesma sorte, atrás de palavras chulas ou que machucam, de atitudes deseducadas, há alguém querendo descarregar suas frustrações, seus medos, suas tristezas naquele ou naquilo que vem à frente.
Nas lições da veneranda Joana de Ângelis, colhe-se esses sentimentos no livro ’Convites da Vida’, no capitulo 56, com a psicografia do querido Divaldo Pereira Franco, para que se obtenha o amor sem recolher detritos no jardim da vida, constituindo razões para essas reflexões, e, em nome da solidariedade segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana em nome do Divino Rabi da Galileia.