JESUS, EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA.
As criaturas humanas, ao deixarem as mãos da Inteligência Suprema Causa Primeira de Todas as Coisas, foram agraciadas no imo de seu espírito com o sentimento de bondade, nada obstante, criadas simples e ignorante, sob os cânones das questões 115, 133 e 804 de O Livro dos Espíritos, na sua gênese necessitam como forma de aprendizado, ter um caminho, uma direção, uma orientação para conduzi-la aos parámos celestiais, instruindo-as para evitarem a violência, os maus tratos, e as agressões, e, pelo amor na excelência da palavra, despertarem a sensação e indômita vontade de promover o bem, de inibir e minorar os acontecimentos aziagas das provas ou das expiações.
Dessa forma, as bÊnçãos do Senhor da Vida, aos viandantes da felicidade no caminho das estrelas no processo de elevação, como pedagogia para o crescimento, trouxeram consigo, os espinhos, as pedras e os abrolhos, mensurando as provas a que se submetem os candidatos para laurearem-se na Universalidade da existência.
Sim, sob outra dicção, em verdade, não se trata somente de se emular para obter o êxito no projeto traçado na pátria espiritual, mas conjugar o verbo saber, em todo tempo, modo e pessoa, até alcançarem a consciência do entendimento de que é da natureza das provas e da melhor análise de conhecimento de quanto custa e qual o valor da prática do bem.
Iluminado por esse sentimento, é de bom tom na reflexão do tema, pousar o olhar do estudioso na passagem evangélica do óbolo da viúva, aprofundando o bisturi em exame judicioso sob o princípio segundo o qual, o bem vale o que custa; anote-se por isso, que o Messias, presciente das ocorrências do porvir, valendo-se como sempre das ocorrências do momento para ensinar, sentado no altar da natureza, em frente ao local das oferendas, observando o modo pelo qual o povo lançava no gazofilácio suas dádivas em troca das bênçãos aneladas, proceder comum daqueles tempos, constatou que algumas pessoas ricas deitavam as suas espórtulas em abundância, enquanto uma pobre viúva doou apenas duas pequenas moedas, no valor de dez centavos cada uma.
Jesus, modelo e guia da humanidade, segundo a assertiva inscrita na questão nº 625 do “códex” mencionado alhures, sendo o caminho, a verdade e a vida, valendo-se da oportunidade para lecionar a prática do bem, e o exemplo que move as montanhas, esclareceu aos seus discípulos que aquela anciã pobre de recursos das moedas e rica em bondade, havia doado mais do que todos os outros; doara do que lhe faria falta, enquanto os ricos haviam dado do que lhes sobrava, e sob os olhares dos transeuntes, angariavam o título de generosos.
Em verdade, o enunciado evangélico, põe em relevo que a realização do bem, não depende de incontáveis posses repletando os cofres dos bancos ou das propriedades materiais; na realidade o homem de bem, em cumprimento das leis cósmicas, aquelas que oferece harmonia e felicidade, se realiza em qualquer condição econômica, sendo mais do que suficiente seguir as pegadas do Homem de Nazaré, porquanto, nenhuma dúvida paira sobre ser Ele, o caminho, a verdade e a vida.
Sob o pálio dessas considerações, que ninguém se engane que é inegável realizar apenas o que está ao seu alcance, máxime porque o Senhor da Vida, não exige e nem põem carga superior nos ombros de seus filhos, senão aquelas que eles necessitem nas provas, para no exercício de seu livre arbítrio realizarem o bem e somente o bem que estiver ao seu alcance.
É elucidativo, portanto, diante da orientação para seguir o caminho da caridade ensinado pelo Nazareno, saber que não importa as dificuldades do caminho, da estrada e suas asperezas ou as tempestades que ocorram na viagem das provas e expiações, porque Ele proteger os viajantes das tormentas das provas do caminho.
Sob o manto da proteção de Jesus, há um apólogo colhido no santuário da vida, em forma de poema, intitulado, “As pegadas na areia”, relatado ao sabor da emoção do momento, com a verve da pena que a descreve em sua es essência, sob a seguinte narrativa: Consta que certa feita, um viajor, andando pelas praias da vida, depois de cumprir sua missão no plano terrestre, caminhava com Jesus despreocupadamente, quando em determinado momento, olhando para traz, percebeu que havia duas pegadas na areia, o que interpretou como as suas e as pegadas de Jesus.
Em determinado momento, chamou sua atenção, revendo os acontecimentos transatos, que havia momentos em que apenas uma pegada deixava sulcos nas areias da praia; observou também que essas pegadas solitárias, ocorrera nos exatos momentos em que ele experimentara as provas mais difíceis, mais drásticas, mais amargas e com dores excruciantes; espicaçado pela curiosidade, diante da dúvida que lhe assaltava os pensamentos, resolveu-se por perguntar ao Mestre, a razão porque nas suas mais amargas provas, ele estar solitário no caminho, convencido de que os sulcos na areia eram os seus, e se encontravam-se mais profundos em razão do peso dos sofrimento que suportava nos momentos de profundas dores.
Jesus com olhar sereno, traduzindo luz, esperança e fé, respondeu-lhe com ternura. As pegadas mais profundas são as minhas, em verdade foram os momentos em que estivestes arqueados pela dor, Eu te carreguei no colo para aliviar os teus sofrimentos e lhe dar coragem nas provas que levam aos páramos celestiais. Houve então um silencio sepulcral e a certeza de que Ele, sem dúvida é o caminho a verdade e a vida.
Ninguém, absolutamente ninguém está a sós. Paulo, o apóstolo afirma que cada pensamento tem centenas de testemunhas. Destarte o valor da prática do bem, não reside na riqueza da doação. O mérito é proporcional ao sacrifício necessário à prática do ato generoso. Quanto mais difícil, mais meritória é a obra e mais repercute perante a consciência cósmica, razão porque o ideal é fazer o bem sem sequer pensar a respeito de eventuais benefícios.
Fiel a essa conduta, o Divino Jardineiro, asseverou que a mão direita não deve saber o que a mão esquerda faz, marca indelével que os atos nobres não devem ser alardeados e nem envoltos em ignotas razões ou criteriosas análises a respeito de seus reflexos. Não se pode perder de vista o fato de que ninguém surge sublime em um piscar de olhos. É preciso praticar o bem por impulso da centelha Divina colocada nos corações de suas criaturas, para que se rejubile os benfeitores nesse sentimento inato do coração como símbolo do amor celestial.
Desse modo, enquanto se treina para se alcançar o apogeu desse estado ideal, o bem deve ser praticado ainda que seja a título da educação do próprio caráter, habituando-se a prestar serviços ao próximo, a comunidade, a família e a sociedade civil organizada e ou a igreja de sua devoção. O Espiritismo ensina que a felicidade de um Espírito é proporcional ao seu cabedal de virtudes; também ensina que a sublimidade da virtude reside no sacrifício do interesse pessoal pelo bem do próximo, sem segundas intenções.
Oh! Meu Deus. Doar do que sobra, embora desejável, não é tão difícil. Entretanto, sacrificar-se em prol de um ideal ou de outro ser humano implica uma boa dose de amadurecimento espiritual. Os atos desprendidos e custosos pressupõem assimilação da lei de fraternidade que rege a vida. Para ser generoso, até às últimas consequências, é preciso compreender as superiores finalidades da existência.
Sob o fluxo desse ideário, é crível asseverar que o discurso evangélico, está em harmonia com a Lição do homem de Nazaré, no exemplo do óbolo da viúva, porquanto é nos homens de bem e de bom coração que residem os espíritos capazes de sacrificar-se pelo bem alheio, sem esperar nada em troca. Por esse fato, são os arautos do bem que realizam doações que pouco exigem de sacrifício e está sempre ao alcance de todos os convidados para seguirem as pegadas de Jesus, nas areias das provas, máxime porque, nas dores Ele carrega no colo os entibiados, afinal, Ele é o Caminho, a Verdade e a vida.
Em síntese apertada, para ser ou tornar-se um homem de bem, sem nenhuma dúvida, a verdade, o caminho e a vida, está no exemplo do Divino Missionário que assim se intitulou, e tudo quanto está esclarecido em “O Livro dos Espíritos” a partir da questão número 918 oferecendo a direção, o rumo para a conquista da paz, quando em síntese apertada ensina que:
O Espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.
a estrada que conduz o homem na prática do bem, está no exercício da lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza; ao repouso do corpo sua consciência o aplaude, e ele se interroga sobre os atos que praticou durante o seu dia, se questionando se não transgrediu nenhuma lei, se não fez o mal, e, se fez todo o bem que podia. Mais ainda, pergunta a sua consciência, repositório das Leis de Deus, inscrito na questão 621 do Codex mencionado alhures, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejaria que lhe fizessem.
Ponto finalizando, segue o ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade, anelando tenham um ótimo fim de semana em nome do Divino Jardineiro.