EM NOME DA LEI DE PROGRESSO,FAÇA A DIFERENÇA.
Os filhos da Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas, foram criados simples e ignorantes à luz das questões 115, 133 e 804 de “O Livro dos Espíritos”, alfarrábio que cumpriu a promessa do Cristo de Deus, nos tempos dantanho, dizendo que não deixaria órfãos seus irmãos de caminhada. Na exegese singela que se pode extrair da lição do “simples e ignorantes”, os profitentes do tema inadvertidamente podem conceber que todas as criaturas sejam iguais no sentido dos conhecimentos; tratar-se-ia de um engano inescusável, porquanto, de modo algum as criaturas do Eterno são iguais no sentido lato senso.
Isso não. Todos, nas suas gêneses, tiveram, isso sim, o mesmo ponto de partida e a mesma simplicidade e ignorância das coisas; nada obstante, a partir desse “start”, a verdade reina absoluta no sentido de que aos viajores da felicidade, como entidades personalíssimas, cabem esforçarem-se e dedicarem-se mais, logrando maior ou menor êxito. Nessa performance, fazem a diferença, deixando a marca indelével em seu intelecto, dos aprendizados e dos conhecimentos adquiridos através das oportunidades das existências e das reencarnações, até alcançarem o apogeu de sua elevação moral, sob o díptico da evolução em nome da Lei de Progresso, com destino aos páramos celestiais.
Desse modo, à luz dessa retórica, é inegável que os filhos do Senhor do Universo, podem e devem fazer a diferença em tudo que lhe diz respeito, realizando suas tarefas com zelo e determinação, jamais escusando-se de seus deveres, estando certos de que por menor que seja, ou por insignificante que parece à saciedade o que realiza, é seu dever dizer de si para consigo mesmo, é o melhor que tenho para oferecer, pacificando assim o espírito que tem sede de conhecimento e necessidade de evoluir em nome dos cânones do progresso.
Com fulcro nas ocorrências encontradas alhures e algures, ainda que em diminuta escala, há viajores em provas e expiações que inadvertidamente ao realizarem uma tarefa o fazem sem oferecer o seu melhor; por essa razão, não estudam com afinco, não produzem o melhor trabalho, não realizam as pesquisas sobre o tema a abordarem e por conta dessa desídia, não realizam o melhor e nem desenvolvem a sua inata capacidade, julgando-se pessimistas de plantão ao afirmarem:
“Sou cabeça dura”; “para mim nada dá certo”; “estou muito velho para isso” e coisas do gênero, sem se aperceberem que estão mandando uma mensagem subliminar para o intelecto de que não querem fazer, ou se julgam incapazes da tarefa, quando em verdade, não se esforçam procurando realizar o seu melhor, senão para demonstrar a outrem a sua capacitação, ao menos para si mesmo, e, em nome da evolução e do progresso que se está comprometido em fazer a diferença.
Indiscutivelmente, não será lícito sob esse pálio, esquecer da lição do Nazareno relatada por João 10:34 do “Vós sois Deuses e se o quiserdes podereis fazer o que eu faço e muito mais...” Ora, sim. Sem contradita, trata-se de uma afirmativa que faz refletirem os entibiados, sobre a proposta dessa epístola e sobre o poder divino de que seus filhos são portadores de valores dos quais incontáveis vezes se negligencia, seduzidos pelas ilusões do mundo material, fazendo ouvidos moucos à valoração da vida e ao seu sentido e propósito. Bem por isso, pode-se asseverar que uma das dificuldades do seres humanos, quando na sabatina das provas, escolhem as portas largas para transitarem, e, ao exercitar o livre arbítrio, optam pelo lado escuro das provas, com a mais absoluta ausência do sentido que dê valoração e colorido à existência, para proporcionar o exame das provas do bom combate, proposta por Paulo, o apóstolo aos coríntios, sob a perspectiva do futuro como lecionou o Divino Pastor, ao prometer aos viajores os esplendores celestes.
Nesse sentir, observa-se que um dos crimes mais violentos que se pode cometer contra as Leis Divinas, expressa-se no suicídio, alguns no anoitecer da existência, outros ainda jovens, dotados de beleza física, com origem em famílias bem estruturadas financeiramente, ilustrando-se nas melhores universidades da existência, esquecem-se dos valores d’alma e retiram o que não lhe pertence. A vida não é propriedade daqueles que a receberam da Potestade, na qualidade de depositários das provas a que se comprometeram no pretérito na pátria espiritual; por essa razão, não pertence a quem a utiliza como instrumento de crescimento, e, nada, absolutamente nada justifica pôr termo à existência bela colorida e consentida, no veículo destinado à elevação do espírito. Exclame-se e questione-se por isso. Oh! Meu Deus. Como podem arvorarem os desalinhados a retirarem aquilo que não é sua propriedade, mas antes pertence à Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas? Que responda a consciência do justo.
Diante da narrativa em apreço, anote-se, com todas as vênias, que a valoração da vida com o seu sentido nobilíssimo, merece um apólogo desse proceder entibiado; trata-se de criaturas possuidoras de todos os recursos materiais, para não se dizer, na linguagem coloquial, que não aproveitam as oportunidades concedidas pelo Senhor da Vida, para fazerem a diferença, para serem felizes e para realizarem o seu melhor. Estorcegando as palavras, as criaturas na consciência do sono, não valorizam a bendita oportunidade da reencarnação e nem mesmo sentem em seus corações o suave perfume do Divino Jardineiro, exortando os viajores a segui-Lo; é crível pois, dizer que não celebram e nem homenageiam a vida, em razão da insensibilidade desses viajores, que por certo não atenderem a sua prédica de que Ele é o caminho, a verdade e a vida que levam aos esplendores celestes.
Nada obstante, não é incomum a essas criaturas buscarem o desenlace voluntário, quando não de forma involuntária, surpreendendo aos que se esforçam para terem puros os corações, como ensinou o Homem de Nazaré. Constata-se pelas estatísticas, verbi e gratia, que uma das causas mais frequentes da “morte”, o suicídio, direto/indireto é ato transloucado, sempre provocado pelas criaturas em desalinho; são aqueles que elegem viverem sem fé ou sem sentido religioso, sem procurar fazer a diferença, jamais emulam-se no sentimento da prece poema de São Francisco de Assis, ao exortar os corações amorosos a profunda reflexão da valoração da vida, consoante sua declamação de amor, ao imortalizar o sentido da existência declamando:
“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.
Sob o manto desse sentimento, há no santuário da vida um relato humanista, no capítulo, “O ser humano que sofre”, ‘O que não está escrito nos meus livros’, de Viktor E. Frankl, da editora É Realizações, o exemplo de vida para aqueles que fazem a diferença e não se deixam levar pelo desânimo, inconformismo e desesperança nas provas da vida.
Trata-se do psiquiatra vienense Viktor Frankl, que em uma de suas conferências, contou que, certa feita, foi acordado pelo telefone, às três horas da manhã. Do outro lado da linha, uma mulher dizia que acabara de tomar a decisão de se suicidar. Ela estava curiosa para saber a opinião dele. Calmamente, ele lhe disse que sempre existe o que se falar contra o suicídio. Durante um largo tempo eles discutiram todos os prós e contras. Por fim, Viktor conseguiu que ela prometesse não fazer nada nas próximas horas, e pediu-lhe que fosse ao seu consultório naquela manhã.
Às nove horas, ela apareceu e lhe disse textualmente: “O senhor vai se enganar, doutor, se estiver achando que qualquer um dos argumentos que o senhor me apresentou essa madrugada teve o mínimo efeito sobre mim. Se alguma coisa me impressionou, foi o fato de tirar um homem do seu sono e, em vez de brigar comigo, ele me escutou pacientemente por mais de meia hora. E depois conversamos. A partir daí, cheguei à conclusão de que, se isso existe, então quer dizer que é preciso dar mais uma chance à vida, à continuação da vida”.
Estreitando o apólogo, conforme consta de seu alfarrábio, “O que não consta dos livros que escrevi” do autor em comento, colhe-se lirial conclusão de que, o sentido de sua vida era ajudar os outros a verem o sentido de suas vidas. A valoração da vida e o seu sentido, a toda evidência não se encontra apenas nesses fatos humanitários; os relatos que foram capazes de estabelecer a relação humana com aqueles que estavam enfraquecidos momentaneamente; fez mais do que isso; “salvou” preciosas existências em provas e expiações; a propósito, no versículo 31, do cap. VI do Evangelho de Lucas, consta a notória prescrição do médico dos médicos há mais de dois mil anos: “Amai o vosso próximo. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam. Tratai todos os homens como desejai que eles vos tratem. ”
Ponto finalizando, com esses sentimentos d’alma, anela-se fazer a diferença, depositando o ósculo em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, desejando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.