A DESCONFIANÇA E A VERDADE.
O verbo desconfiar, oportuniza considerar, ainda que sem elementos fáticos que comprovem a ocorrência, pré-julgar coisas e pessoas, pondo-se de sobreaviso, contra alguém ou cismar da sinceridade do agente ou coisa; em outras palavras, significa pôr-se em guarda, hesitar diante de uma suspeita, prevenindo-se da desonestidade, da ilusão, ao suspeitar de alguém.
Bem por isso, ainda que os viajores da felicidade tenham incontáveis vezes narrativas diferentes sobre um mesmo fato, em razão do ponto de vista subjetivo das criaturas do Altíssimo, é inegável o império da confiança de que, acima de tudo existe a luz da verdade objetiva, traduzindo a intenção do agente, destinada a alcançar o objetivo colimado, como se vê nas palavras do inesquecível e saudoso jurisconsulto Theotonio Negrão, quando sob seu talante definiu a ciência do direito, asseverando que: “o direito é antes de ser uma ciência, é a arte de entregar a cada um o que é seu”.
Examine-se, pois, as verdades, alegorias ou mitos quando se foge das claridades da luz do evangelho, onde se busca o espírito dos textos e não os textos frios das narrativas, a verdade, dita verdadeira ou objetiva, como aquela que permite, segundo a evolução de cada um dos filhos de Deus, vivenciarem atendendo a exortação do Nazareno para buscarem a verdade afim de se libertar das algemas das insinuações, das ilusões e das mentiras que conduzem aos viajores a porta larga das provas e expiações, retardando a jornada de progresso em direção as estrelas.
Desse modo, se constata na boa nova que Jesus discursa sobre Sua missão, falando de modo especial da desconfiança de muitos fariseus a Seu respeito, dizendo que eles, por terem desejos estranhos, em descompasso com a verdade, não podiam entender a Sua linguagem iluminada de amor, justiça e caridade, afirmando que eles não acreditavam N’ele, porque dizia a verdade sem subterfúgios.
Ora! Sim, percebe-se que o missionário do amor, não tergiversava em busca de soluções fáceis para os problemas difíceis, trafegando pela lei do menor esforço, como aqueles que almejam tudo resolver sem qualquer empenho e sinceridade, porquanto esse é o gênero de ilusão que medra entre os que buscam a comodidade e os objetivos espúrios.
Os que fazem ouvidos moucos aos lhanozos projetos de progresso, se deixam conduzirem pelo mar das comodidades, entendendo seja suficiente seguirem alguns rituais para se resolver a redenção espiritual. Não. Não é o bastante oferecer o óbolo para uma organização religiosa de devoção do interessado, e nela comparecer com frequência submetendo às suas práticas, nem sempre verdadeiras.
Ledo engano, será imaginar que os arrependimentos de última hora, sem a correspondente reparação, anulariam uma vida toda de mau procedimento, ou acreditar que basta aceitar Jesus para se ficar rico, saudável e virtuoso, sem a necessidade de tomar a própria cruz, a fim de seguir o Cristo. Em verdade, são as provas e expiações, pelo procedimento retilíneo, o que distingue as fantasias e propósitos ilusórios.
Em nome da realidade, é comum observar-se, em quase toda parte, a vitória dos homens que prometem milagres e desvirtuam as verdades, vestindo os caminhos do bem com fantasias, para subtrair os parcos recursos de seus irmãos de caminhada, com a ladainha de que “quanto mais se oferecer para a igreja de sua devoção, mais se obterá” e, desse modo, encobrem-se a enfermidade, a ignorância e o entibiamento dos irmãos de caminhada, locupletando-se ilicitamente.
Doutro lado, isso não acontece com os cultivadores da verdade, atentos as lições do Cristo de Deus, para se encontrar a verdade e essa verdade, libertará a todos que estiverem sob a sua proteção, por mais simples que seja. Sem dúvida, através de todos os tempos, para esses últimos, os que mentem ou deturpam a verdade em nome do Divino Jardineiro, a sociedade reserva como resultado, a pira da luz obnubilada, a cruz, professora implacável que a todos conduz em direção à luz.
Que não se engane os matriculados na universidade da existência, porque os alunos desatentos, em regra, apreciam os meios de fugirem da própria situação espiritual, receita que a paz concede pela reforma íntima e na vida honesta, cujos alvitres são como as rosas que contém espinhos antes de desabrocharem suas pétalas para exalarem seu suave perfume.
De que, pois, se está a discursar. É sem contradita, das virtudes do perdão e do auto perdão, de trabalhar com vontade férrea e assumir as consequências dos próprios atos, para o bem ou para o mal, porquanto o Senhor do Universo não pune e nem castiga seus filhos, mas também não dá prêmios, e todos que desalinham a verdade, devem recompor o equilíbrio do Universo da Potestade.
Sob o pálio desse apólogo, se os candidatos a evolução espiritual preferirem soluções mais simples, caminhando pelas portas largas das provas, certamente criarão métodos e simpatias para atrair a boa sorte, deixar-se levar por inverdades r as ilusões daqueles que com uma “boa conversa”, estão mais interessados em se locupletarem, encherem seus bolsos, o que constitui motivo para merecer a desconfiança do bom senso.
É certo que existe provas amargas, mas não se pode acreditar em fantasias, ou em soluções milagrosas, desconfie, afinal sois filhos de Deus e o Pai Celestial, onipotente, onisciente e onipresente cuida de todas as suas criaturas, jamais os abandonando, segundo consta da questão 963 de “O livro dos Espíritos”.
oh! Meu Deus. Afirme-se que quem advoga as inverdades, sedimentando às como se verdade fossem, a respeito da prosperidade sem trabalho, ainda que obtenha clientela numerosa, se comprometem com a tristeza e os futuros aborrecimentos.
Nesse sentido, o alerta de Jesus é atual. É preciso cuidar para não ser apologista das mentiras que comprometem a estrada da vida, em detrimento da realidade que eleva as criaturas aos píncaros do bem proceder, porquanto a cada um segundo suas obras são lições preciosas do Nazareno.
Não resta dúvida de que os filhos da Consciência Cósmica são os arquitetos de seu futuro, de tal sorte que quem anela pela prosperidade, precisa estudar esforçar-se, trabalhar com afinco, pavimentando o caminho da paz construída mediante atitudes dignas e consistentes. Destarte, a saúde física implica uma vida regrada, tanto como para se ter bons amigos, será indispensável um reto proceder. Para merecer o perdão dos próprios erros, impõe-se aprender a perdoar a outrem.
Sob esse pálio, a preguiça e a venalidade faz surgir o desejo de perseguir ilusões, enquanto a felicidade é uma construção personalíssima, portanto, intransferível a luz dos conceitos colhidos no cap. 78, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Ponto finalizando, ao desconfiar das ilusões e das facilidades sem trabalho e avida na matroca, há o lenitivo do reto proceder lecionando que nos dias de dores e amarguras, há também a certeza de que depois das tempestades vem a calmaria, razão porque, as lágrimas cederão lugar às estrelas que formam miríades de luz no centro das provas, lavando a alma, porque as frustrações que faz verter as lágrimas da dor também passarão, muito especialmente quando a verdade do amigo de sempre está indelevelmente registrada em sua lição:
"Vinde a mim todos vós que estas sobrecarregados e eu vós aliviareis, tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e pacifico de coração e vossas almas se aliviarão, pois, meu fardo e leve e meu jugo é suave".
Oxalá os viajantes da felicidade no rumo das estrelas, sigam o roteiro da verdade com o olhar sereno de que quem guarda a certeza de que da agitação e dos desenganos das provas e expiações da existência, tudo faz parte do roteiro evolutivo dos filhos de Deus, pois Ele sabe que a Terra um dia chegará a um porto seguro.
Por derradeiro, anela-se tenham todos os amigos, um ótimo fim de semana, recebendo no cofre sagrado de seus corações, o ósculo da fraternidade conduzindo a oblata do amor e da paz do Celeste Amigo.