O DIVINO RABONI, PRESENÇA ESSENCIAL PARA MANTER AS ESPERANÇAS.
Em busca da felicidade, as criaturas humanas têm afirmado no seu jornadear que é indispensável a presença de um amigo, um companheiro, alguém com quem possa dividir as alegrias e as tristezas, demonstrando assim que o ser humano é eminentemente um ser gregário; dessa forma, quando se divide a felicidade multiplicam as alegrias, da mesma forma que quando a tristeza bate à sua porta, se divide os desaires, alivia as dores tornando o fardo mais leve e suave, o que por seu turno possibilita aos viajores realizarem os projetos outrora traçado na pátria espiritual, aos quais estão irrevogavelmente vinculado pelo deotropismo.
Em verdade, no santuário das provas e expiações, a ninguém será lícito negar a importância da presença de um amigo, alguém que lhe dê a mão, dividindo os momentos de alegria ou na dor, ajudar a suportar as aflições, repartindo as bênçãos ou auxiliando o próximo de tal sorte que na ninfa cristalina das provas e expiações, possa confortar o irmão lecionando como se portar pelas estradas dos acúleos; bem por isso, o Divino Pastor afirmou em retórica iluminativa que no mundo só tereis aflição, mas que não se turbe o vosso coração, convidando a se ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo.
Desse modo, não é segredo aos profitentes que os evangelistas relatem que Jesus de Nazaré, o modelo e guia da humanidade, tal qual o ínclito codificador anotou na questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, que o Mestre fez questão de atestar em verdade, o inegável valor da Sua presença, declarando em alto e bom som a memorável lição cujo som retumba límpido até os dias de hoje no seu discurso do “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
O convite do amigo de todas as horas é irrecusável e claro como a luz solar quando estabelece a cognição, segundo Mateus 11, 28-30 dizendo: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
A presença do amigo Jesus, portanto, é essencial para manter as esperanças e proporcionar alegria aos viajantes das estrelas, como bem se vê no episódio da cura de Natanael, porquanto depois de curar o paralítico, o Missionário do Amor, retirou-se da casa de Simão Pedro e se encaminhou para a praia do lago.
Tratava-se da grande estrada das caravanas do Oriente, a principal artéria comercial da Galileia. Chegou a um posto aduaneiro, comum à época, nas cidades fronteiriças. O tributo reclamado pelo governo do império tinha como cobradores os Publicanos e muitos deles eram judeus, motivo porque eram vistos como pessoas de má vida, usurpadores, traidores da pátria, uma vez que estavam a soldo da dominação estrangeira.
Nada obstante a pecha que se atribuía aqueles que exerciam essa função, é sabido que pela lei de evolução das criaturas, em todas as classes sempre existem os desonestos, os maus, mas igualmente os honrados, e, ali naquela aduana estava sentado um homem correto. Seu nome era Levi Mateus, na função de cobrador de impostos para os dominadores. Ipso facto, apesar do anátema, tratava-se de um homem nobre que atendia com absoluta honestidade seus deveres.
Aconteceu que naquele dia, ele contava o dinheiro que arrecadara, verificava os recibos que passara aos negociantes, enfim, calculava a receita do Estado de Direito, por essa razão, dir-se-ia tratar de um dia como outros tantos, que exigia cuidados, atenção e zelo. Ocorreu, entretanto, um fato singular, eis que de repente, no ângulo da porta, um personagem trajando uma indumentária simples, mas esplendorosa se postou. Não se sabia se era O sol que batia por trás d’ELE, ou era Ele próprio que projetava a sombra para dentro do local; foi nesse instante que movido por estranha curiosidade, Levi levantou os olhos e deparou-se com o olhar sereno do mais extraordinário personagem que a Terra acolheu.
Tratava-se do Homem de Nazaré. Oh! Ele O tinha visto algumas vezes na praia e conhecia alguns dos Seus discípulos; mas, agora, ei-lO ali, em pé, fitando-o, e quando os olhares se cruzaram, e o homem de Nazaré pareceu lhe penetrar a alma num convite irrecusável. Extasiado, Levi não saberia dizer se as palavras saíram dos lábios de Jesus ou brotaram da intimidade celeste para sua alma ao dizer: Segue-me.
Meu Deus! Era um Convite irresistível. Levi se levanta incontinente e vai ao encontro da Luz do mundo. Assim, para comemorar a nova vida que seguiria, em jubilo ofereceu um grande banquete em sua casa. Oh! Sim. Não se olvide que naquele momento, seria suficiente o convite pessoal de Jesus a Levi, em seu local de trabalho, mas como Levi se prontificou recepcionar o Mestre junto ao tálamo conjugal, o Divino Rabi, para demonstrar a importância de sua presença, o Mestre vai ao festim que lhe é preparado pelo mais novo discípulo e abençoa todo o seu clã.
Dessa forma, no sentimento d’alma, se percebe que a mensagem do Modelo e Guia da humanidade é clara atestando a sua presença, como inegável até hoje e nos dias vindouros a sua presença consoladora nas provas e ou nas expiações dos seus irmãos que transitam pelas estrelas para alcançarem os páramos celestiais, pois Ele e o Caminho a verdade e da Vida.
Desse modo, é inegável que Ele deseje adentrar na alma e também nos nossos lares, a fim de ali no conúbio familiar, inaugurar, restabelecer ou manter a harmonia e a paz, razão para se concluir ser de bom tom, convidar o Excelso Amigo para as bodas do bem viver. Não se olvide nessa reflexão que, invariavelmente, é Ele quem vem nos visitar, esperando que se abram as portas dos corações amorosos no lar mediante a oração, ensejando as virtudes por Ele lecionadas, no perdão das ofensas, na prática da caridade, na indulgência e no amor ao próximo, através da lei Maior, amando ao Pai Celestial e ao próximo como a si mesmo.
Nesse arrazoado, é lícito expandir os sentimentos dos profitentes para sedimentar os propósitos daqueles que servem de espeque, nos momentos das tempestades que enegrecem as paisagens, para logo depois sanear a atmosfera. Destarte, incontáveis vezes os filhos do Eterno, quando experimentam suas provas e expiações, passam necessariamente pela experiência da alegria através da euforia, ou da dor, a mesma dor pela qual muitos viandantes se deixam conduzir através da desesperança.
Oh! Meu Deus. A perda de emprego e as doenças chegam sem avisar; a má gestão dos negócios, títulos que vão para os cartórios de protestos. É inegável que tudo isso, e muito mais do que imagina a vã filosofia, se encontram no caminho das provas e expiações, dando o colorido da escolha que se faz pelo exercício do livre arbítrio. Essas ocorrências não têm necessidade de se transformar em tempestade em copo de água, porque tudo na vida passa, tomando como referência o bom ânimo para recomeçar, pois, afinal, o Divino Pastor, apesar dos pesares, disse textualmente que venceu o mundo.
Por conta da decisão do bom ânimo e do emprego correto do verbo recomeçar, quando a dor calar profundamente nas almas em sofrimento, não se permita deixar abater no desânimo, na depressão, ou adentrar as fronteiras da crise de pânico. Não se permita entibiar a vida que floresce ao derredor, mas, conte sempre com a presença essencial de um amigo, arrimo que mantém a esperança, qualquer amigo lhanozo, irmão que são todos, pode ocupar esse mister, sem que jamais se olvide dos braços abertos do Divino Jardineiro no convite irrecusável para ir até Ele, como fez com Levi no posto de arrecadação. Siga-me.
Em verdade, todas essas ocorrências fazem parte do protocolo das provas e expiações, mas quando se olha através do túnel do tempo, constata-se que entre as provas que se fez, as alegrias que se experimenta, os tormentos que se suporta com resignação, tudo mesmo vale a pena ser vivido, pois o resultado dessa caminhada pelos abrolhos da jornada, é a evolução do espírito, certeza de que hoje os viandantes estão melhores do quando se iniciou a jornada, e no porvir dessa reencarnação, no amanhã melhor se estará, nos esplendores celestes, pois nas leis da vida não existe retrocesso.
Nesse corolário, as lágrimas cederão lugar às estrelas que formam miríades de luz no centro da existência. As frustrações que fazem verter as lágrimas da dor passarão. A saudade do ser querido será suprida quando no barco que parte nessa viajem, no outro porto, além dessa existência, estarão amigos e parentes que antecederam a tournée e agora, esperam com os braços abertos.
O planeta onde se vive pela misericórdia do Pai Celestial é semelhante a uma enorme embarcação que às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências das provas e do mar bravio com as gigantescas ondas em desalinho, mas isso também passará, porque Jesus de Nazaré, o amigo incondicional de todas as horas está no leme dessa nau, como governador desse Planeta de Provas e Expiações, razão de sua assertiva: “Do rebanho do meu Pai nenhuma ovelha se perderá”
Com essas reflexões, deposita-se o ósculo da fraternidade em seus corações, com a oblata do amor de Jesus, anelando-se votos de um ótimo fim de semana na paz do Celeste Amigo, tudo com bom animo.