VIVER COM EQUILÍBRIO EM BUSCA DA PAZ.
Os seres humanos em trânsito pelas provas e expiações, se acostumaram a dizer, com acerto, que as pessoas para bem cumprirem o seu programa de vida, carecem de ter equilíbrio. Oh! Sim. Quanta verdade há nesse conceito. É óbvio que para se lograr êxito nos projetos de qualquer natureza, há que se manter equilíbrio no enfrentamento das mais diversas provas, que cada novo dia oferece aos sabatinados dos diversos matizes, certamente por se encontrarem na estrada que levará a paz interior.
É tudo o que o deseja os corações com ternura, sequiosos de amor fraterno, em nome do Cristo de Deus, para bem cumprir a advertência do amigo de saudosa memória, Francisco Candido Xavier ao dizer que: "O Cristo não nos pediu para escalar o Monte Everest, mas apenas que nos amemo-nos uns aos outros, como ele nos ama".
Essa é a meta em busca do equilíbrio, em nome da paz interior. Nesse caminho, certamente ninguém em sã consciência nega que há muitas pedras na estrada, como a propósito enaltece o poeta Carlos Drummond de Andrade ao declamar que: "No meio do meu caminho há uma pedra. Há uma pedra no meio do meu caminho". Desse modo, o viajor sabe que encontrará na estrada da vida, os abrolhos, espinhos e as pedras, essas últimas certamente serão aquelas utilizadas consoante a evolução de cada criatura do Divino.
Por essa razão, o distraído tropeçará na pedra, o bruto a utilizará como arma, o empreendedor dela se servirá para a construção e quando nas mãos do camponês, este dela fará um assento; mas, se nas mãos de Michelangelo, dela se obterá uma escultura; certo também é que nas mãos de Davi, ele matou o gigante Golias dos filisteus, e, nas mãos abençoadas de Jesus Ele mandará remover a pedra para ressuscitar a Lazaro.
Desse modo, o observador atento perceberá que a diferença não está na pedra, mas sim na atitude das pessoas. Não existe pedra no caminho que não possa se aproveitar para o crescimento intelecto moral dos filhos do Eterno. Com fluxo desse ideário, as pedras do caminho representam as dificuldades do dia a dia, da hora a hora, nas experiências que a vida faculta a cada um dos filhos de Deus em provas e expiações, para avaliação das condições evolutivas alcançadas.
Nas ocorrências aziagas, se perde o emprego, experimenta-se ficar com pouco, muito ou nenhum recurso dos amoedados, enquanto outros vão aos hospitais para enfrentarem uma cirurgia cujo resultado é incerto ou a biopsia os deixa em estado de alerta e preocupação. Enquanto se aguarda o resultado dos laboratórios, fica-se em convalescência ou retido no lar em recesso forçado, o senhor da vida, dá um tempo para se refletir sobre os propósitos, os sonhos, os desejos, os projetos de vida, tudo para que se viva com equilíbrio em busca da paz.
Aproveita-se também esse "time" para uma reflexão do quanto já se caminhou nessa jornada, e certamente nesse balancete da existência, via de regra se constata que recebemos tantas dádivas do Senhor do Universo que as queixas jamais tiveram razão de ser, valendo a ensancha para recordar, conceitos da veneranda Joanna de Ângelis, afirmando que, diante das infinitas e fecundas concessões que o Pai Celestial oferece a seus filhos, a macheias todos os dias, a criatura jamais tem razão para reclamar, somente para agradecer.
O Pai efetivamente sabe o que faz. É o que consta da questão número 963 de "O livro dos Espíritos" ao cuidar de todas as suas criaturas por menores que sejam, merecem a bondade de seu olhar. Imaginem-se, se a Consciência Cósmica nada deixa faltar aos pássaros do campo e aos lírios que nascem no lodo, que não trabalham e nem fiam, como ensinou o Celeste Amigo, o que será que Ele, Onisciente, Onipotente e Onipresente não será capaz de fazer por seus filhos, com destino aos páramos celestiais.
É por essa razão que para se adquirir ou manter em equilíbrio, será indispensável sentir-se plenos. Alegres com a vida que Deus concedeu. Não importa se rico ou pobre, se preto ou branco, se doutor, ou simplesmente um operário da vida. Todos são filhos da Providência Divina.
Para se sentir pleno, será indispensável estar estável, sereno, sem preocupação ou ansiedade com o porvir. O Divino Jardineiro ensinou que para hoje basta as preocupações do dia, ao ensinar não turbar o vosso coração. Nesse sentido, para que esteja estável, é preciso estar alegre, sem ser inconveniente por onde moureje.
Vale recordar o Homem de Nazaré. Presciente, sabendo adredemente que haveria de percorrer as 12 estações do calvário, que seu discípulo Pedro haveria de negá-lo por três vezes, antes que o galo cantasse, mesmo assim, bailou nas bodas de Canaã.
Ora, sim. Quando se estiver numa festa, num baile, na quermesse, no trabalho onde se cumpre os deveres ou no seio familiar, tenha em mente estar alegre e feliz. Então sorria, não para o face book”, onde se mostra vaidade em detrimento o que vai n’alma. Brinde a vida com equilíbrio, com a sua alegria interior mostrando a paz onde habita o seu coração. Afinal, quantos irmãos aguardam na fila da reencarnação a bendita oportunidade de vir a esse planeta realizar suas provas e as expiações, ferramenta de crescimento para os altiplanos celestiais.
O equilíbrio impõe também o dever de ser sincero sem machucar ao próximo. Sempre que necessário, diga a verdade em particular, converse na intimidade. Àquele que deseja ajudar não carece de espalhar para todo mundo as imperfeições do seu próximo, porquanto todos ainda são imperfeitos, comprometidos com o passado, viajando no mesmo trem da vida, em busca de regeneração. Ajude sempre, a caridade é virtude do coração, e tudo que fizeres ao teu próximo hoje, advogará a teu favor no porvir, onde quer que esteja.
No céu há um livro onde o Senhor da Vida anota todas as boas ações e ao depois, pela lei da causa e efeito, os benfeitores serão contemplados com as bênçãos de que forem merecedores, porquanto a Justiça Divina, não castiga e nem oferece prêmio, essa missão é do Excelso Supremo Tribunal da Consciência, onde o Senhor da Vida depositou as suas leis sábias e prudentes, para dar a cada um segundo as suas obras.
Considerando que os filhos da Previdência, via de regra são juízes severos, as criaturas em transito devem ser firmes nas ideias e não arrogantes. Quando souber alguma coisa, mais que o irmão de jornada em desaire, não o afronte e nem o diminuía diante da plateia da vida. É hora de jogar fora a arrogância. Ser humilde é condição "sine qua non" do equilíbrio e da paz. Não seja atilado ao ponto de confundir, humildade com pobreza material. O humilde é àquele que reconhece não saber tudo e que além da vida, a vida continua.
É valido lançar um olhar na poeira dos temos para evocar o grande filósofo ateniense Sócrates. Certa feita, um de seus discípulos foi ao templo de Delfos, perguntou à Divindade qual era o homem mais inteligente de toda a Grécia. Recebeu como resposta tratar-se de Sócrates. Ao questionar o filósofo sobre essa informação, o filósofo ateniense confirmou de que era verdade o que os Deuses do Olímpio lhe disseram.
Admirado, o discípulo com a informação, imaginando tratar-se da arrogância do admirável pensador, recebeu o devido esclarecimento sobre o tema da admissão dessa verdade ao ouvir a lição. Sou sim. Sou o homem mais inteligente de toda a Grécia, pois sou o único que sabe que nada sabe.
De fato, em verdade, são os vaidosos que imaginam tudo saberem. Por isso, literalmente o equilíbrio da paz é ser humilde. A humildade não significa submissão aos caprichos de outrem. Sempre que possível seja rápido e preciso em suas conversas e considerações. Jesus de Nazaré era célere em tudo que fazia. Foi em apenas três anos de magistério público que legou a escritura da vida e a luz do mundo.
Despreocupar-se das questões do porvir não significa ser descuidado. Planeje tudo na vida, mas deixe o tempo chegar sem ansiedade. Há somente um tempo em que as coisas podem ser feitas. É o hoje a festa, como propõe Dalai Lama, o pensador tibetano.
Pelo ontem e pelo amanhã nada se pode fazer, mas o tempo presente é o momento de bem viver, de estudar, de planejar, de amar e de cumprir retamente o programa das provas e expiações, outrora escolhido na pátria espiritual, por cada um dos viajantes das estrelas, salvo misericordiosas e raras exceções, são compulsórias.
É importante ser disciplinado. Tudo na vida exige disciplina. O mentor de Francisco Candido Xavier, Emmanuel, bem esclareceu ao seu discípulo querido, quando interrogado a esse respeito qual a maneira de levar a bom termo as tarefas que lhe estavam destinadas, por três vezes, respondeu o benfeitor da humanidade que era a disciplina. Bem se vê, por essa dialética, que a disciplina é o elemento chave para se obter o equilíbrio em busca da paz necessária à vida, ao trabalho, aos compromissos e a felicidade.
Oxalá os candidatos à felicidade sejam flexíveis, comunicativos, resignados e corajosos, pois a vida não é composta apenas de rosas. Há também os espinhos no seu caule, antecipando o suave perfume que advirá para aqueles que saibam passar pelas provas e expiações com resignação, alegria e felicidade por saberem-se filhos da Divindade.
Com esses sentimentos dalma, depositamos o ósculo em seus corações, com a oblata da fraternidade universal, desejando um ótimo fim de semana em nome do equilíbrio e da paz de Jesus.