INTUIÇÃO, O AVISO DE ALERTA.
O insigne mestre lionês, Hippolyte Léon Denizard Rivail, anota no alfarrábio “O Céu e o Inferno, capítulo II, item I, que “O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde o selvagem, tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão perdidos irremissivelmente.
Eis aí porque, na grande jornada das provas e expiações, as criaturas do Divino, entre as infinitas bênçãos que recebem do Senhor da Vida, o pressentimento de ocorrências que estão nos seus registros mnemônicos não pode sem serem desconsiderado ou serem tidos como como o niilismo.
Sobre outra dicção, a capacidade de sentir antecipadamente alguns acontecimentos, com fulcro na emoção, suspeita ou desconfiança, tal como se anota na linguagem vulgar, ao se dizer estar com um pressentimento dessa ou daquela circunstância, significando o êxito ou o fracasso do que vai ou não acontecer, vale dizer um conhecimento prévio, assim realizando uma previsão, um palpite, quem sabe, um presságio, ou uma profecia sobre um acontecimento futuro.
Sobre o tema em apreço, a doutrina espírita, esclarece na questão nº 522 de “O Livro dos Espíritos”, que: “O pressentimento, é o conselho íntimo e oculto de um espírito que vos quer bem. Está também na intuição da escolha que se fez e é a voz do instinto”.
Eis, portanto, a razão de se asseverar, tratar-se de uma orientação de um Espírito que deseja o bem de seu tutelado, com fulcro na intuição de uma escolha anterior, na medida em que o instinto da criatura humana, considerando que antes de reencarnar, vivendo na pátria espiritual, teve conhecimento das fases principais das suas existências dantanho, e, bem por isso, elege o gênero de provas ou expiações a que irá ligar-se, imantando-se as ocorrências que melhor atenderão o seu progresso.
Sedimentando essas reflexões, pede-se licença para tomar emprestada uma explicação de Charles, por psicografia à indagação de sua pupila Yvonne do Amaral Pereira, incerta em Recordações da Mediunidade, no capitulo Premonições, ora transcrita ‘ipsis verbis’ esclarecendo o seguinte:
“Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante de sua vida. Comumente, se ele faz jus a essa advertência ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um aviso do Além, um parente, (...) que lhe comunicam o fato a realizar-se. (...). De outras vezes é o próprio indivíduo que (...) os vê tais como acontecerão...” (do livro Milena da Ed. EME, pág. 229)
Desse modo, com esse caráter marcante, o espírito conserva uma espécie de impressão em seu foro íntimo, a voz do instinto, despertando no momento próprio e as ocorrências desse jaez estão muito mais presente do que imagina a rasa filosofia. Para ilustrar o tema em exame, há incontáveis ocorrências que chamam atenção daqueles que se deleitam no maravilhoso, no sobrenatural, o que na prática sacia a sede daqueles que apreciam o fenômeno conhecido também por “insight”.
Em outras palavras, concebe-se por intuição o aviso de alerta aos viajores, fenômeno de advertência de que os dias de um viajante das estrelas, na existência da Terra estejam por experimentarem momentos aziagas, que podem serem amenizados ou evitados com providências que evitarão transtornos na jornada das provas, porque se sabe que O criador não deixa desassistida suas criaturas.
Ipso facto, como nada acontece por acaso, mais por uma causa, nada os impedem de serem amparados pelos enviados do Pai Celestial, para receberem os seus benefícios, as inspirações, os pressentimentos, mesmo aqueles conhecidos por premonições.
Dessa maneira, convém aos inscritos na universidade da vida em provas e expiações, estarem atentos aos pressentimentos, analisando as ocorrências, avaliando e sopesando as mensagens de advertência ou socorro de que se façam portadores, beneficiários da dedicação dos anjos tutelares em sintonia com os espíritos protetores, para lograrem êxito nos proveitosos pressentimentos que a viajem da evolução apresenta aos seus eleitos.
Objetivando sedimentar a retórica, com fatos reais sobre o tema em apreço, colhe-se na Redação do Momento Espírita de 13.03.2020, com base em fatos da vida de Rachel Joy Scott, ocorrências verídicas sobre a intuição, neste apólogo sob a emoção dessa pena, traduzido as treze lágrimas de um pressentimento:
“Conta-se que ela tinha onze anos quando sua mãe recomendou que passasse o verão na casa de sua tia, em Luisiana. Na estadia ela teve contato com a religião, ouvindo emocionada falar de Deus, de Jesus; ouviu outros jovens cantarem e orarem com sentida emoção, modificando a sua vida.
Oh! Meu Deus. Como ela desejou se devotar e fazer a grande diferença por onde mourejava, tanto como ocorria no seu mundo interior, razão de seu empenho no caminho da luz. Todavia, na escola, ela perdeu amizades, ao se declarar cristã, ao deixar de frequentar algumas festas, temerosa de sucumbir ao álcool. Sua atitude pulcra, serviu de chacota aos desavisados e estimulo para as zombarias dos que se diziam ‘colegas’.
Incompreendida, endereçou carta a parente querido, externando seus sentimentos de repudio, dizendo que no momento que começou a dar andamento no seu devotamento, encontrou pedras no caminho, sem entender o porquê. Oh! Sim, não havia feito nada que a desabonasse, mas mesmo assim, foi afastada do grupo, ficando sem amigos na escola.
No roteiro de sua vida, alinhou-se ao grupo Breakthrough demonstrando grande interesse na evangelização, e em seus diários escreveu que por participar desse grupo, sua consciência espiritual se desenvolveu em nome de sua paz interior.”
Cabe anotar, que o mundo dos rebeldes sem causa haveria de em breve porvir, macular seus projetos de vida, porque, quando Rachel Joy Scott, contava com dezessete anos, no fatídico dia 20 de abril de 1999 de triste memória, ao se encontrar sentada no gramado da escola que frequentava, tornou-se a primeira vítima dos “colegas” Eric David Harris e Dylan Bennet Klebold.
Sim, os amotinados balearam-na quatro vezes matando-a instantaneamente, e ao depois prosseguiram a sanha sanguinolenta de dois rapazes em fúria, na insanidade que os dominava, matando, naquele dia, treze pessoas e ferindo outras vinte e quatro, como registrado o triste episódio na memória dos anais da história da humanidade.
Em verdade, o que mais impressiona a sensibilidade das almas alinhadas com a bem-aventurança, no episódio de grande horror, é que na mochila de Rachel, entre seus pertences foram encontrados dois dos seus seis diários, constando na última página, um desenho com uma torrente de lágrimas jorrando de seus olhos e regando uma rosa. Pasme-se, eram exatamente treze lágrimas caindo de seus olhos antes de tocarem a rosa e se transformarem em algo que parecia gotas de sangue.
Oh! Meu Deus. Treze foram as vítimas assassinadas, naquele dia, na Columbine High School. Mais ainda: Ela confidenciara aos mais próximos, antes do episódio de horror, que se sentia estranha, parecendo que algo iria acontecer, mas não sabia exatamente o que seria.
São os enigmas da vida. Será que teria sido um pressentimento, quiçá um aviso do anjo de guarda sobre os acontecimentos do relato, um alerta a alma avisando de que a vida continua além da vida, e que em verdade, tudo tem programação de provas e ou expiações, sendo que para alguns, quando se aproxima o momento da partida, ocorrem pressentimentos.
Afirme-se, pois, que pressentimentos todos têm, de sorte que é de bom alvitre prestar atenção a essa voz do instinto que fala no íntimo da alma, de maneira que, sem contradita, é através dessa inspiração, que se dá o fenômeno que ocorre também, com o próprio espírito reencarnado na recordação de forma espontânea, sobre a programação traçada na pátria espiritual.
Na grande jornada das provas e expiações, as criaturas do Divino, entre as infinitas bênçãos que recebem do Senhor da Vida, também há o pressentimento de ocorrências, alertando-os de um acidente, da prática de um ato de improbidade, ou um gesto de amor para iluminar os caminhos na jornada da vida.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.