a grande viagem de progresso é educadora e traz em seu bojo o método singular da repetição até que se obtenha êxito na lição, conforme dispõe o anexim popular de que a “água é mole e a pedra é dura, mas tanto bate até que fura”. É desse modo que o aprendizado se compõe de acertos e desacertos, motivando os desalinhados na repetição para encontrarem a perfeição, ainda que relativa, consoante ensinou o Nazareno aos viajores a sedes perfeitos.
Sob essa conjuntura, há o encantamento e a tristeza para os candidatos à felicidade, exercitando o livre arbítrio, para se considerarem as opções que desejam para a elevação espiritual. Sabe-se, pois, que com essas regras pétreas nas Leis Divinas não existe castigo nem prêmio nas mãos misericordiosas do Eterno, mas responsabilidade ou irresponsabilidade, razão porque todo desacerto induz ao recomeço objetivando reequilibrar o Universo da Potestade.
É nesse ponto que os viajores considerando os atavismos das experiências pretéritas deparam-se com as bulhas, reclamações de todo gênero, sem se darem conta das bênçãos que lhes chegam todos os dias a mancheias, oferta preciosa do Criador para que seus filhos se sintam amparados no trajeto ou quando as tempestades acoitem a viagem, de sorte que as criaturas somente tenham motivos para agradecerem, jamais para reclamarem.
Não seja, pois, de se estranhar que aqueles que se envolvem em pensamentos de reclamações, queixas e protestos, realizam a todo momento um alarido, sem considerar que Jesus veio para servir e os viajores querem apenas desfrutar de um céu de brigadeiro.
Desse modo, tendo sua atenção desviada das bênçãos que lhes chegam, não veem a solução das pedras do caminho, simbolizadas nas dificuldades do dia a dia, não se dando conta dos diamantes preciosos que se encontram em sua trajetória, do mesmo modo que o cego que não vê a luz que exibe a exuberância da natureza e o brilho das estrelas, razão da metáfora que considera o adágio para não se atirar pérolas aos porcos.
Para bem sedimentar o apólogo em comento, será de bom alvitre valer-se das lições contidas no santuário da vida, sobre o cálice com pérolas que a Divindade oferece como oportunidades para a jornada de provas e expiações, e em toda dificuldade oferece um bornal de diamantes, simbolizando o néctar que balsamiza os corações amorosos.
Ipso facto, conhece-se o relato do viajor que em noite enluarada, com o céu bordado de estrelas, como se fosse lanternas acesas nas festas de São João, São Pedro e Santo Antonio, sob o manto azul da Mãe Santíssima, repentinamente se permitiu ser tomado de assalto por pensamentos egóicos, maximizando as energias telúricas, transformando os sentimentos em energias deletérias destruidoras, nefasta e perniciosa. Desse modo, dizia de si, para consigo mesmo: Ah, seu eu tivesse um carro do ano, último modelo, uma casa ampla com jardins de rosas, piscina, quiçá uma mansão com todo o conforto para gozar a vida, isso valeria a pena.
Oh! Meu Deus, se meu trabalho fosse mais ameno e contemplasse uma renda mais generosa, quanto prazer isso me daria; que bom seria se meus anseios pudessem serem atendidos, como num passe de mágica, isso me encantaria completando a minha felicidade. Ah! Se ... .... Assim pensando, deixou se envolver nessas aspirações, transitando pelas veredas dessas reflexões para concluir que a soma desses anelos era tudo o que ele mais desejava para se sentir imensamente feliz.
Enquanto “perdido” nesses pensamentos que parecem, no dizer do poeta Adoniran Barbosa, “uma coisa à toa”, distraído tropeçou numa sacolinha cheia de pedras, tomou-a nas mãos e embalado em seus anelos, como uma criança feliz, sem perceber do que é possuidor, começou a atirar as pedrinhas, uma a uma no mar e vagava em sua imaginação dizendo a cada pedrinha que atirava no mar ... Ah! Se eu tivesse ... .... ... como eu seria feliz.
Desse modo, ao chegar em sua morada, tinha em suas mãos apenas uma pedrinha na sacola, por isso decidiu guardá-la como recordação daquele inolvidável passeio a luz do luar que iluminava o planeta Terra, decidindo por guardá-la. No dia seguinte, ao melhor examinar aquela única pedrinha que lhe restara do episódio “jubiloso” da noite anterior, percebeu um brilho intenso que a pedra refletia; acabou por mandar examinar a pedrinha em um ourives, curioso que estava sobre o brilho rutilante que ela apresentava. Foi nesse instante que para sua surpresa, soube tratar-se de um diamante valioso.
Meu Deus! Que fizera ele, tolo, atirando ao mar os diamantes que estavam em suas mãos, enquanto divagava em projetos ambiciosos e egoístas, sem se dar conta de que tinha nas mãos um cálice repleto de pérolas preciosas. Sim, o personagem da história não se deu conta de que o Senhor da Vida, Onipotente, Onisciente e Onipresente, sabe de tudo que seus filhos precisam, e, se não oferece tudo o que querem, não deixa faltar nada do que necessitam.
Sobre outra dicção, a benção de seus olhos que lhe permitiu ver as estrelas, a casa de que era possuidor, a saúde do corpo físico, a família e as mãos para trabalhar e ganhar honestamente o pão nosso de cada dia, bens de que se necessita e que pouco se dá atenção como o coração que pulsa todos os dias, por 50, 60 ou 80 anos initerruptamente sem que via de regra, o viandante lhes dê atenção.
Em verdade, o Pai Celestial não deixa faltar nada do que seus filhos necessitam, ainda que não dê tudo que se pede, como o distraído personagem do relato, na hora em que pede, sem por atenção de que do necessário nada lhe faltará, e quando menos se espera os sonhos e os projetos quando lhanozos se realizam atendendo à Lei de Amor, porque Ele é a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, sendo indispensável olhar ao redor para valorizar quão afortunados são os herdeiros do universo.
Sob o fluxo desses sentimentos, não se nega que há viajores que jogam fora seus preciosos tesouros, por estarem esperando o que acreditam ser perfeito, senão sonhar desejando o que não têm, sem valorizar o que está ao alcance das mãos e perto do coração, confiantes de que o Senhor do Universo cuida de todos os seus filhos.
posto isso, não será reprochável anotar, bem observada a organização celestial, o universo e as estações do ano, os ciclos da natureza e as leis que regem o planeta incentivando os candidatos a felicidades, ver-se-á quão afortunadas são as criaturas, pois foram criadas para a felicidade, e cada pedra no caminho deve ser examinada com atenção, porque pode ser um diamante valioso que o bom senso não autoriza jogar ao mar do esquecimento, na medida em que cada um dos dias vividos pode ser considerado joia valiosa e insubstituível.
Em síntese apertada, diga-se, que a valoração da vida com as bênçãos da Divindade, que nada deixa faltar aos viajantes das estrelas do que é necessário, é um tesouro que não se pode descuidar, enquanto seres capazes de valorar o que se tem e o que se recebe do Eterno.
Afinal de contas, os abrolhos da viagem, são provas merecedoras da virtude da gratidão e não causa para reclamação; nesse caso deve-se em verdade, amar todas as coisas, observando cuidadosamente tudo o que os envolvem e para que fim se destinam as ocorrências; inicie-se pelas lições do bom pastor, o Mestre Jesus, conforme o versículo 31, do cap. VI do Evangelho de Lucas, com a notória prescrição do “Amai o vosso próximo. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam. Tratai todos os homens como desejai que eles vos tratem.”
Nessa luz, trate, pois, com atenção, com gratidão e amor tudo que vos cerca, pois que o Senhor da vida oferece nas provas e expiações, quando em trânsito por essa vida bela, colorida e consentida, a certeza de que o Senhor do Universo, não oferece um cálice ou bornal com víboras, mas repleto de diamantes, de pérolas e joias de raro valor, estimulando seus filhos na caminhada até os esplendores celestes.
Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.