O conceito de morada, na linguagem coloquial significa lugar de aconchego, de paz e de tranquilidade, também considerada como domicilio, lugar onde as criaturas humanas estabelecem recesso das atividades para o refazimento das energias dispendidas na luta do bom combate, destinando-se a abrigar a família, criar os filhos sob a égide do amor, encargo recebido da Divindade para a edificação do bem, em suma, é um lugar de veneração, aprendizado no sublime amor.
O arauto do bem, utilizou o termo das muitas moradas da Casa do Pai e o evangelista João registrou, em seu evangelho, nas palavras do Cristo, na noite de despedida, pouco antes de se dirigir ao Jardim das Oliveiras, onde foi aprisionado pelo centurião romano, a mando de Caifás.
O termo em apreço, são palavras de esperança, bênçãos prefaciadas com o “Não se turbe o vosso coração, Credes em Deus, Crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fora, já eu vo-lo teria dito”.
Sem contradita, os enunciados do Homem de Nazaré, são de uma época em que sequer se conjecturava da existência de planetas, e as estrelas eram consideradas apenas pontos luminosos no espaço sideral; nada obstante, o Divino Peregrino, Crístico, transcendente na sua evolução espiritual, já estabelecia as outras “habitações na Casa do Pai”, deixando a reflexão nos viajores dantanho, a sensação de que essa morada, se assemelhava ao Champs-Élysées, prelúdio do Universo então desconhecido.
Nesse Universo, agora, despontando para as criaturas do Eterno, se contempla os céus, até onde os olhos possam alcançarem, diante da cognição que avança nas áreas das ciências, é possível se imaginar, até aonde as criaturas do Excelsior Criador poderão chegarem nos próximos milênios.
Oh! Sim. Em que planeta ou em que sistema solar, estarão os viajantes das estrelas, na senda da elevação espiritual, em busca da casa destinada a felicidade anunciada em priscas eras pelo Divino Galileu; obviamente cada um segundo a sua evolução, mas com certeza em mundos superiores, lugar onde se encontrão os filhos do Eterno, sem contestação, cada um em sua morada, pois muitas são as moradas da casa do Pai Celestial.
São os mundos que se pode habitar, após ter adquirido o progresso indispensável, passaporte que a bendita viaje no planeta Terra, na escala evolutiva dos mundos permite. Sem dúvida, os profitentes da doutrina dos espíritos, sabem por serem notórias as informações, de que existem Mundos em que as condições da vida moral e material são muito diferentes das que se conhece no atual estágio dos que transitam momentaneamente pelo planeta Terra.
Sob o mesmo arrimo, não se desconhece, que em cada planeta, com a sua peculiaridade, a forma corpórea ainda que sempre a humana, se apresente embelezada e aperfeiçoada, atendendo os ditames da evolução.
O corpo já não é tão material quanto o que se possui na Terra, a matéria, em tese, é quintenssenciada, e, não está sujeita as necessidades da mesma ordem e nem às doenças tão próprias da matéria rudimentar de que se reveste no planeta Terra.
Ah, sim, a matéria nesse sentido, sendo mais leve, pode-se conceber que a locomoção dos seres planetários nessas moradas, serão mais rápidas e mais fáceis, modificando o método de arrastamento das criaturas pelo solo, substituindo-o pelo deslizar pela superfície com o esforço apenas da própria vontade, como a propósito se vê retratado em alguns filmes de ficção científica, parecendo à saciedade tratar-se de um prelúdio dos acontecimentos futuros, senão uma percepção extra-sensorial do espírito imortal.
De fato, os filhos do Altíssimo, são indistintamente apenas Espíritos, emigrando de um planeta a outro, obedecendo aos cânones das leis evolutivas de que são portadores; fácil deduzir assim, que nos mundos venturosos, as relações entre os povos, são sempre amistosas, jamais se perturbando pela ambição, porquanto não há senhores, nem escravos, nem privilegiados de qualquer ordem. Em verdade impera somente a superioridade moral e intelectual, estabelecendo a diferença entre as condições de uns e outros na humildade do amor ao próximo. Ipso facto, a autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida, e se a exerce sempre com equilíbrio e autêntica justiça.
Em verdade, buscando iluminar-se, os profitentes no tema das muitas moradas da casa do pai, no cap. III, itens 1/10 de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, iluminam-se na mente e no espírito, acerca da retorica sub oculis, na realidade desses mundos que já deixaram na ribalta, portanto, desconhecidos, o ódio, ciúmes e cobiças.
Inegável, que a união dos habitantes desses planetas, é o laço de amor e fraternidade, que os prendem uns aos outros, com todos se ajudando mutuamente, o mais forte aos mais fracos, sempre no mesmo objetivo da caridade ao próximo.
Em síntese apertada, merece considerar que existe bens, em maior ou menor quantidade, conforme os habitantes os tenham adquirido, por meio da inteligência, mas ninguém sofre, por lhe faltar o necessário, razão porque é crível anotar, numa palavra, que nada de mal existe nesses mundos.
Cabe ainda anotar nesse epílogo, que a lição da casa da morada celestial foi passada por Yeshua, nome com origem no aramaico, equivalente a Jesus, usado na Judeia na época do nascimento do Mestre, o personagem extraordinário, no dizer de Ernesto Renan, o filósofo e historiador, do século XIX, ao humanizar o Cristo, chamando-o de homem incomparável, no seu livro, a Vida de Jesus, ao contar a verdadeira história do Homem-Deus.
O Irmão maior, era filho de Maria e de José, irmão de toda a Humanidade, e sem dúvida o Mestre Divino, o melhor amigo, aquele que permanece ao lado dos irmãos de caminhada, auxiliando-os na jornada evolutiva que conduz a Deus, a eterna felicidade de herdeiros do universo. Foi sem dúvida alguma, sob o pálio de amor perene do peregrino, há mais de dois mil anos o convite para a nossa morada e hoje se repete: “Eis que estou à porta e bato”. O que fazer? Oh! Meu Deus. Será que se tem coragem para abrir as portas dos corações e permitir que nele o bondoso Amigo faça morada?
Que responda a consciência do justo, conjugando com lhaneza o verbo amar, ao confiar o futuro nas mãos do Divino Jardineiro, comemorando essa ensancha, e, se por obra das provas, apesar do trabalho incansável ocorrerem alguns acontecimentos que fujam do controle, não se olvide de que na verdade, muitas coisas estão além da compreensão das criaturas em evolução, mas a Consciência Cósmica cuida dos destinos de seus filhos, sob a dicção dos arautos do bem grafado na questão 963 de “O Livro dos Espíritos”.
Sob o fluxo dessa reflexão, agora, quando alvo das transformações do globo em transição, criaturas ainda insensatas como dantanho fizeram a Yeshua, procure a resposta, seja com o perfume da compreensão, das virtudes da calma, da paciência, porque, da ciência da observação, nasce o aprendizado de que as adversidades que gritam em alto e bom som ao coração do aprendiz, asseguram que a árvore majestosa e forte, abriga os dias de sol que desfruta, tanto como os dias de vento e chuva que lhe desafiam a capacidade de se manter em pé.
Desse modo, anela-se permita Deus possam os viajores do planeta Terra, em tempo não muito distante, conhecer as venturas desses mundos superiores, na continua busca da realização da escalada evolutiva, para alcançar a morada celeste da casa do pai, destinada a felicidade de seus filhos, consoante a prédica de Jesus de Nazaré.
Ponto finalizando, o momento é a oportunidade para se aceitar a orientação do Divino Jardineiro, para estabelecer na casa do Pai Celestial, a morada que os corações amorosos buscam com sofreguidão alcançarem na imensdidão do universo celestial, pelo nobre esforço na Lei de Progresso, alçando voo as estrelas para encontrar a felicidade.
Com esses sentimentos, segue o ósculo depositado em seus corações, com a oblata da fraternidade anelando se possa encontrar a morada do pai celestial em nome de Jesus de Nazaré, desejando um ótimo final de semana.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.